11/09/2018

Telha "lusa" nos Palácios das Necessidades e Galveias - Pedido de esclarecimento à DGPC


Exma. Senhora Directora-Geral
Arq. Paula Silva


C.C. PCML, MNE 12ª Comissão AR, AML e media

Considerando as classificações de Interesse Público do Palácio Nacional das Necessidades (propriedade do Estado) e do Palácio Galveias (propriedade da CML) e que daí decorre uma responsabilidade acrescida de V. Exa. e da Direcção-Geral que tutela em sede de licenciamento;

Considerando que decorrem neste preciso momentos obras de substituição do telhado do Palácio das Necessidades e que idêntica substituição foi recentemente concluída no Galveias;

Considerando que nas mesmas se substituiu e substitui a tradicional telha de "canudo" por uma telha moderna apelidada de "lusa";

E considerando que a referida telha "lusa" é uma das maiores pragas da reabilitação urbana na cidade de Lisboa e no nosso país, a par dos caixilhos de janelas e das portas em alumínio e das marquises;

Solicitamos o melhor esclarecimento quanto ao licenciamento das referidas obras por parte dessa Direcção-Geral. Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Fernando Silva Grade, Bernardo Ferreira de Carvalho, Jorge Santos Silva, Ana Celeste Glória, Luís Mascarenhas Gaivão, José Filipe Soares, Rui Pedro Barbosa, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Beatriz Empis, Rui Martins, Paulo Lopes, Helena Espvall, Guilherme Pereira, António Araújo, Alexandre Marques da Cruz, Gonçalo Cornélio da Silva, Miguel de Sepúlveda Velloso, Jozhe Fonseca, José Amador, Maria do Rosário Reiche, Bárbara e Filipe Lopes, Pedro Cassiano Neves, Fátima Castanheira e Miguel Jorge

3 comentários:

João Ribeiro disse...

"E considerando que a referida telha "lusa" é uma das maiores pragas da reabilitação urbana na cidade de Lisboa e no nosso país, a par dos caixilhos de janelas e das portas em alumínio e das marquises;"

Não só as telhas. E as caixas de electricidade encostadas às paredes dos edifícios (na verdade, basicamente todo lado!) óptimas para pessoas e animais urinarem. Estas caixas não podem ser estar debaixo do solo? E mais, as caixas de ar condicionado que desfiguram tantas fachadas, também não existe forma de oculta-las? E o pior de tudo são os fios eléctricos sem caixilhos pendurados ao sabor da falta de organização nas fachadas como se estivéssemos num país de terceiro mundo.

Anónimo disse...


Uma vergonha de arquitectos que tomaram conta da CML.

Telha lusa em monumentos desta envergadura.

Onde está a Ordem dos Arquitectos e o seu lóbi?

Anónimo disse...


Não é só uma questão de princípio pela integridade histórica do monumento, mas ainda da defesa térmica da construção, com a caixa de ar do telhado a servir de zona intermédia, possibilitando o arejamento diurno e nocturno, e diminuindo a necessidade de condicionamento de ar.

Estes telhados tradicionais são o resultado de centenas de anos de acumulação de saberes e de experiência.

Não podem ser abandonados por estreiteza de conhecimentos e obscurantismo, mas sobretudo pela ganância de construtores. Lembremos o que se passou com o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Lamentável o deixa andar e permissividade da Direção Geral do Património Cultural !!