10/01/2019

Novos projectos Uma Praça em Cada Bairro - Sugestões à CML


Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina
Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


C.C. AML e media

No seguimento da abertura pela CML do período de recolha de contributos da população para uma série de intervenções no espaço público, sob a égide do programa Uma Praça em Cada Bairro, nomeadamente no Beato, São Sebastião da Pedreira, São Vicente de Fora, Amoreiras (Alto das Amoreiras), Campo Grande (entrada Norte), Santa Apolónia (extensivo à zona do Museu Militar e do Museu do Lactário) e Estrela (Domingos Sequeira e Jardim da Burra);

E aplaudindo a iniciativa da CML, aproveitamos a oportunidade para solicitar a V. Exas, Senhores Presidente e Vereador, para a necessidade de alguns ajustamentos em termos conceptuais, face aos resultados obtidos em algumas intervenções já completadas, como, por exemplo, corrigindo a trajetória das intervenções ao abrigo do programa cima citado.

Assim, apelamos à Vossa melhor reflexão sobre o seguinte:

a) O piso dito confortável é importante, mas em faixas de circulação e não em zonas de estadia. A CML ao promover praças inteiras de cimento está a descaraterizar a cidade (ex. Sete-Rios, Graça, Calvário, Fonte Nova, Arco do Cego). Apelamos a que haja um compromisso entre calçada e piso confortável, pelo que nenhum deles deve anular o outro.

b) Por outro lado, colocar-se piso escuro (mesmo que calçada) em toda a extensão do largo (como parece ser a vontade anunciada para o Beato) parece-nos contraproducente pois absorve o calor. Quanto ao piso claro, o reflexo é desconfortável. Por alguma razão, a calçada preta e branca tem vantagens.

c) Numa cidade que se deseja preparada para as alterações climáticas, parece-nos imperdoável insistir-se em praças áridas, sem árvores, na maior parte dos casos nem sequer integrando as árvores pré-existentes ou, quando as tem, com elas concentradas a um canto.

d) Ao mesmo tempo, fazer-se praças que se pretendem zonas de encontro entre as pessoas dos bairros, é imperdoável não haver zonas de estadia ou, quando elas existem, tê-las com bancos colocados num canto ou defronte para paredes.

e) Também não cremos faça sentido a falta de uniformização evidente quanto ao tipo de piso aplicado em zonas de acentuada inclinação ou históricas, já que ora se coloca calçada anti-derrapante (ex. Calçada do Sacramento) ora se coloca cimento (ex. passeios em São Pedro de Alcântara e ao longo de toda a Rua das Taipas!)

Concluindo, a cidade histórica já tem um vocabulário de materiais e soluções para o espaço público - uma identidade desenvolvida e amadurecida ao longo de mais de um século - e como tal as presentes gerações devem considerar de forma responsável essa identidade sempre que se decide intervir.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, João Leitão, Helena Espvall, Rui Pedro Barbosa, José Maria Amador, Júlio Amorim, Rosa Casimiro, António Araújo, Ana Alves de Sousa, Miguel Atanásio Carvalho, Filipe Teixeira, Paulo Lopes, Miguel de Sepúlveda Velloso, Jorge Pinto, Bruno Palma, Fernando Jorge, Fátima Castanheira, Rui Sousa Lopes

1 comentário:

Alvaro Pereira disse...

Eu tenho uma sugestão para a entrada norte do Campo Grande: onde estava a estátua de Carmona e estão agora as estátuas de D. Afonso Henriques e D. João I, devia colocar-se um monumento à República, que estava planeado colocar-se no alto do Parque Eduardo VII nos anos 1920. Quanto às estátuas dos dois Reis; duas figuras da nossa História que eu muito admiro, iriam para o Hall de entrada do Museu da Cidade, onde ficavam a salvo do mau tempo e. acima de tudo, do vandalismo.

Se eu tiver outras sugestões, direi.

Álvaro Pereira