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28/06/2011

MC: projectos de decisão sobre classificação e ZEP de Igreja no Lumiar e Museu de Arte Popular


Ministério da Cultura - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, I. P.

Projecto de Decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público (MIP) da Igreja de Nossa Senhora da Porta do Céu, freguesia do Lumiar, concelho Lisboa, distrito de Lisboa, e à fixação da respectiva zona especial de protecção (ZEP)

Projecto de Decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público (MIP) do Edifício do Museu de Arte Popular, freguesia de Santa Maria de Belém, concelho de Lisboa, distrito Lisboa, e à fixação da respectiva zona especial de protecção (ZEP)

...

Nada a opor, tudo a aplaudir... mas não deixa de ser caricato que o mesmo MC queria deitar abaixo o MAP nem há 2 anos...

10/12/2010

Museu de Arte Popular: reabriu para contar a sua história e a nossa


In I Online (10/12/2010)
por Maria Espírito Santo


«Foi o Pavilhão do Mundo Português no Estado Novo, esteve para ser demolido, mas cinco mil assinaturas deram-lhe nova vida. Para ver a partir de segunda-feira

O museu foi inaugurado na década de 40, como um pavilhão provisório. As maiores dificuldades do edifício são estruturais, pela sua proximidade ao rio 1/1 + fotogalería

Cinco mil foi o número de assinaturas necessário para forçar a abertura das portas deste museu. Nasceu em 1940 pelas mãos da ditadura, com o nome de Pavilhão do Mundo Português. Era suposto ser uma construção temporária mas resistiu ao longo dos tempos para se tornar no Museu de Arte Popular (MAP). Esteve fechado ao público durante anos e até sofreu a ameaça de demolição. Mas o MAP vai reabrir completamente remodelado no dia 13, cheio de histórias para contar sobre si mesmo e Portugal.

Lá dentro o cheiro é a tinta. Os trabalhadores continuam a pintar, colar e serrar para deixar o espaço pronto para o dia de abertura. Apesar do ambiente de construção, a parede da entrada com grandes figuras de homens que carregam e arranjam redes de pesca, não deixa enganar. O mapa de Portugal, à direita, dividido por regiões, confirma o propósito do espaço: contar a história do povo português.

"Construtores do MAP: Um museu em construção" é o nome da exposição que estará patente durante seis meses. O objectivo é contar a história do museu e dos que estiveram envolvidos na sua construção. "Explicar quem eram estes construtores, artistas, arquitectos, ideólogos. Todo o percurso desde o princípio do século XX, até ao modernismo português" explica Andreia Galvão, actual directora do Museu de Arte Popular.

As origens do actual museu remontam a 1940, quando sob o regime salazarista foi construído o Pavilhão do Mundo Português. O espaço pretendia mostrar a identidade do país, dentro e fora dos seus limites. Em 1948 foi baptizado pelo nome que guarda até aos dias de hoje.

Com graves problemas de estrutura, encerrou em 2006, por decisão da ex-ministra da Cultura Isabel Pires de Lima que queria aí instalar o Museu da Língua Portuguesa. Entretanto muito burburinho se gerou à volta da instituição que reuniu cinco mil assinaturas a seu favor. Em 2009, a ministra da cultura, Gabriela Canavilhas anunciou que o Museu de Arte Popular renasceria.

"O museu está de pé e reabre com uma alavanca enorme do movimento cívico, por isso tem de ir ao encontro das pessoas" explica a directora. Andreia Galvão, arquitecta e professora, foi seleccionada num concurso público. Interessada neste período, a arquitecta acredita que esta é altura oportuna para um estudo científico e que antes "talvez não houvesse o distanciamento suficiente para fazer uma supra leitura". Andreia acrescenta, em tom de brincadeira, que "não se pode correr o risco, que é o que ninguém quer, de ser chamado fascista".

Entre a história de arte e a antropologia, a exposição é como uma viagem ao passado: do museu, da arte e da história do país. O espaço reúne entre 14 e 15 mil peças, que entretanto foram depositadas no Museu Nacional de Etnologia.

Destacam-se as famosas miniaturas que, para a directora, são "um dos pontos âncora da colecção". Estes objectos, que faziam parte da própria estratégia de comunicação do Estado Novo, apresentam "um Portugal amoroso, todo em pequenino", remata.

O nome do museu pode soar familiar à camada mais jovem. Foi o MAP que acolheu, em Novembro a última edição do Optimus Hype. Andreia Galvão confirma estas iniciativas são uma das formas de sustentabilidade dos museus e acrescenta que depois da reabertura "eventos com essa dimensão vão ser difíceis". Lado a lado com o museu, abrirá uma loja com produtos de artesanato.

Junto ao rio Tejo e à frente do CCB, este museu mostra outro tipo de arte: a regional. A directora rejeita a rivalidade com as formas de expressão contemporânea, declarando que "a arte não nasce do zero e todas as fontes de inspiração são válidas". »

...

Parabéns às incansáveis protagonistas da luta pelo MAP, e a todos os outros, entre os quais aqui o burgo, que também ajudaram à festa. Parabéns à Sra. Ministra que soube recuar em relação a um projecto que seria uma tonteria pegada e revisionista, só é pena que o dos Coches continue a ser feito, pese embora toda a sua inutilidade.

29/05/2010

Oposição recomenda ao Governo suspensão de projectos para museus no eixo Ajuda-Belém

In Público (29/5/2010)
Por Maria José Oliveira


«Projecto de resolução do Bloco de Esquerda foi aprovado por toda a oposição. PS diz que o Ministério da Cultura já deu todas as explicações

A oposição aprovou ontem uma recomendação ao Governo para que sejam suspensas todas as acções sobre a transferência de museus e a criação de novos espaços museológicos no eixo Ajuda-Belém, exigindo ainda a elaboração de um projecto estratégico para a reconfiguração do conjunto naquela zona de Lisboa.

As propostas, que recolheram o voto contra do PS, integram-se num projecto de resolução apresentado pelo Bloco de Esquerda (BE) e votado ontem no Parlamento. O BE não é contra a criação de um novo Museu dos Coches, nem se opõe à transferência do Museu Nacional de Arqueologia para a Cordoaria. Mas entende que é necessária uma planificação prévia que evite derrapagens financeiras e que não permita "encaixotar museus" em lugares cujas características ainda não foram avaliadas, explica a deputada Catarina Martins. Por isso, o Governo foi também aconselhado a pedir ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil um estudo sobre as fundações da Cordoaria Nacional, de forma a averiguar as condições de segurança e estabilidade do edifício.

O projecto de resolução pede ainda ao executivo para que seja promovido um amplo debate público sobre as alterações previstas para a zona Ajuda-Belém. E recomenda a elaboração de um plano estratégico para a reconfiguração do conjunto museológico daquela área - este plano, defendem os bloquistas deverá incluir uma avaliação das infra-estruturas e dos projectos arquitectónicos, um estudo dos públicos e das acessibilidades, e uma análise sobre a sustentabilidade das instituições, custos, fontes de financiamento e calendarização.

O PS votou sozinho contra o projecto, uma vez que, afirma a deputada Inês de Medeiros, a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, "já deu todas as explicações necessárias sobre a matéria". Além disso, o projecto "é extemporâneo", uma vez que a tutela está a estudar "medidas de austeridade que vão abranger todos os sectores da Cultura".»

09/07/2009

O Museu de Arte Popular mudou de casa

In Público (9/7/2009)

«É a primeira vez que o espólio de um museu muda de casa, para dentro de outro. Foram nove meses para fazer a mudança do Museu de Arte Popular, fechado desde 1998. Quando se poderá visitar a colecção? Será que vai voltar à antiga casa?

Joaquim Pais de Brito não se lembra de alguma vez ter acontecido uma coisa destas. O espólio inteiro de um museu totalmente transferido para outro museu. Aconteceu com o Museu de Arte Popular, em Lisboa. Todos os objectos, que representam a mostra da arte popular produzida de norte a sul do país, reunida pela vontade de António Ferro durante os anos 40, em plena ditadura, foram transferidos para o Museu Nacional de Etnologia, também em Lisboa, de que Pais de Brito é director. "Sabia-se que o museu estava em obras, que tinha infiltrações, que o quadro de electricidade estava em mau estado, que não havia filtros anti-raios UV nas janelas nem alarme", disse ao P2. "Havia que criar condições."
A ordem para proceder aos trabalhos para acolher o espólio do Museu de Arte Popular (MAP) no Museu Nacional de Etnologia (MNE) chegou à sua secretária em 2006. "Fui informado em Outubro e fiz questão de ditar as minhas condições: impedir a perda de informação, não dispersar as colecções e proceder a um inventário rigoroso sobre tudo o que havia no museu, com registo fotográfico, o lugar onde pertencia, a sua proveniência, tudo. Pedi ainda para que ficasse registado o estado de conservação das peças e que nos fosse garantido orçamento para arranjar espaço próprio para receber o espólio no Museu de Etnologia e para que tivesse uma equipa de seis pessoas dedicada ao trabalho."
Condições aceites, a mudança começou. "Fez-se o trabalho mais notável que este museu já fez. Havia uma grande responsabilidade intelectual e pessoal. Este foi um acontecimento muito raro. Tinha de ser um trabalho consolidado, qualquer que fosse o objectivo da mudança. Mas nem sequer se me colocou a questão de não continuação do Museu de Arte Popular!", exclama Pais de Brito, que coordenou os trabalhos, recordando que já tinha acompanhado um processo idêntico em França, quando o Museu de Arte e Tradições Populares foi integrado no grande Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo, em Marselha.
O MNE tornou-se, assim, guardião de um tesouro no meio de uma polémica: intelectuais e figuras ligadas à museologia defendem o regresso do espólio ao espaço original, o edifício do Museu de Arte Popular, junto ao Tejo, tendo para isso reunido num abaixo-assinado já mais de 4300 assinaturas. O Ministério da Cultura reclama o espaço da frente ribeirinha para fazer nascer um novo espaço, o Museu Mar da Língua Portuguesa, apresentado ainda durante o mandato da anterior ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.
Alexandre Oliveira, antropólogo do Museu de Arte Popular, a preparar uma tese de doutoramento sobre o espólio, foi um dos responsáveis por esta mudança que demorou nove meses a fazer. "O trabalho de identificação, inventário, limpeza, acondicionamento e transporte começou no dia 2 de Maio de 2007 e terminou no dia 28 de Janeiro de 2008, dia em que a ministra Isabel Pires de Lima saiu do Governo. Quase nove meses. Ainda pensámos que nos iam obrigar a levar tudo de volta", ironiza Alexandre Oliveira. "Ainda estamos a fazer o inventário e não vai acabar tão cedo."
Alexandre Oliveira recorda que das cinco áreas em que primordialmente o Museu de Arte Popular se dividia - Minho, Trás-os-Montes, Algarves, Beiras e Alentejo -, os objectos já só se encontravam concentrados, desde 1999, em duas das salas (Beiras e Alentejo). E o processo de recolha, na fase de mudança, foi organizado pelo tipo de material em causa: cerâmica, cestaria, mobiliário e objectos em madeira, metal, couro ou cortiça. "Esta sistematização permitiu uma uniformização das metodologias de limpeza e de expurgo. Mas para todos foi incluído, na ficha, a sua localização de origem", frisa o investigador. E sobre o valor do espólio, Alexandre remete para uma fase futura da tese: "Só o decurso da minha pesquisa permitirá equacionar fundamentadamente o valor do espólio."
Pronto para voltar a casa
"Não se sabe ao certo o número de objectos. Mas podemos dizer que estão próximos dos 13 mil", acrescenta Pais de Brito enquanto se encaminha, escada abaixo, em direcção ao espaço de reservas, agora totalmente adaptado e preenchido com parte do espólio
do MAP.
Acende-se a luz. Cerâmicas de Nisa, bordadas a pequenas pedrinhas brancas e brilhantes, outras cerâmicas de todos os tamanhos e feitios. Redes e cestos, embarcações de pesca artesanal (do tamanho real à mais ínfima miniatura), fechos de coleira para o gado e centenas de objectos ínfimos preenchem as vitrinas que se estendem por mais de 400 metros quadrados. As peças alinham-se todas com um denominador comum, uma pequena etiqueta, uma bolinha vermelha, que marca todas as peças originárias do Museu de Arte Popular.
Noutra ala das reservas do Museu de Etnologia estão os têxteis. "Eram a parte do espólio mais bem tratada e catalogada." São dezenas de pequenas gavetinhas metálicas com paninhos alvos bordados, envoltos em papel de seda. E armários, que se estendem por todo o comprimento da sala, fechados, que escondem trajes tradicionais, roupas de cama e casa e peças de maior porte.
"Fiz questão que fossem todas marcadas. Está tudo preparado para voltar a casa. Ou para servir o fim que o ministro indicar", diz o director.
"Ainda falta arrumar a colecção de ex-votos e objectos ligados à vida religiosa", lembra Pais de Brito. "Hoje sabe-se mais sobre o Museu de Arte Popular do que alguma vez se soube."
Dos expositores do Museu de Arte Popular - construído na década de 1940 tendo em conta as particularidades de alguns dos objectos e considerado por muitos especialistas como de grande valor museológico - foi levado apenas um exemplar de cada para o Museu de Etnologia. "O material expositivo foi desenhado pelo arquitecto Jorge Segurado. Guardamos um exemplar de cada um dos tipos de expositores existentes, os restantes ficam à guarda do Instituto dos Museus e da Conservação."
Ainda sobre o espólio fotográfico do Museu de Arte Popular, onde se encontravam fotografias tiradas nas várias regiões do país sobre objectos e práticas populares, Alexandre Oliveira diz desconhecer o seu paradeiro.
Museu preso ao passado
"Um museu destes gerava ambiguidade. Deu sempre a impressão de ser aquilo que foi - uma ode ao antigo regime - e ele foi sendo outras coisas. Arrastou sempre o que tinha sido antes e isso não o beneficiou", explica Pais de Brito, criticando o facto de o Museu de Arte Popular nunca ter conseguido destacar-se da ideia inicial que esteve na base do seu nascimento, em plena ditadura, pelas mãos de António Ferro, o homem forte da propaganda do regime de Salazar.
O sonho de Ferro era construir um Museu do Povo que reunisse as particularidades da arte popular de norte a sul do país, enaltecendo as práticas artesanais e a cultura das tradições. A ideia de Ferro acabaria por ser adaptada a uma versão mais simples e económica, com projecto do arquitecto Jorge Segurado. Nascia assim o Museu de Arte Popular, inaugurado a 15 de Julho de 1948.
Maria Barthez, investigadora da Universidade Nova, especialista em arte popular, lembra que António Ferro congregou em torno da ideia do Museu do Povo Português, que acabaria por se chamar Museu de Arte Popular, uma série de artistas modernistas como Tomás de Melo, Fred Kradolfer, Bernardo Marques, José Rocha, Carlos Botelho, Emmerico Nunes, Estrela Faria e Eduardo Anahory, muitos deles autores dos murais modernistas que ainda se mantêm nas paredes do edifício da frente ribeirinha, que deverá dar lugar ao novo Museu Mar da Língua.
Apesar de o ministro da Cultura já ter dito publicamente que os murais serão recuperados e incluídos no novo projecto, o modo como essa integração vai acontecer ainda não foi explicado.
Fechado desde 1998, o Museu de Arte Popular encontrava-se numa fase de recuperação do edifício, construído para a Exposição do Mundo Português. Tinha sido abrangido por verbas do Programa Operacional para a Cultura e já ia na terceira fase das obras de recuperação, quando a ex-ministra Isabel Pires de Lima decidiu anunciar que o espaço junto ao Tejo seria para um Museu da Língua, semelhante ao de São Paulo, no Brasil.
Ainda não se sabe quando arrancará o novo museu mas o projecto já foi aprovado em Conselho de Ministros. A empresa YDreams será responsável pelo multimédia e contactou o argumentista Nuno Artur Silva para que se encarregasse dos conteúdos. Mas segundo confirmou o mesmo ao P2, a sua colaboração ainda não tem carácter oficial: "Pediram-me para dar algumas ideias do que poderiam ser os conteúdos do novo museu. Mas até hoje não se decidiu mais nada", disse Nuno Artur Silva sobre os primeiros contactos que fez com a YDreams, acrescentando que outros autores também estariam envolvidos. O P2 tentou, nas últimas semanas, contactar a YDreams para conhecer mais sobre o que está a ser preparado para o Museu Mar da Língua, mas sem efeito.
Sem efeito ficou também o contacto com o Ministério da Cultura. Confrontado com algumas questões sobre o futuro do MAP e sobre o novo museu, o ministro José Pinto Ribeiro preferiu não acrescentar nada às declarações feitas na comissão de Cultura da Assembleia da República, a 17 de Junho, onde garantiu que o novo Museu Mar da Língua é um projecto para erguer mas que está disponível para o debate rumo à preservação do edifício e dos painéis modernistas.
Raquel Henriques da Silva, historiadora de arte e ex-directora do Instituto Português de Museus (actual Instituto dos Museus e da Conservação), um dos nomes mais destacados da luta em defesa do Museu de Arte Popular, frisa a importância do espólio da instituição: "Tem colecções muito importantes e reflecte a visão da cultura popular. E temos uma nova geração interessada nesta área da cultura quer em termos de trabalho quer em termos expositivos", defende a especialista, para quem só no espaço para que foi criado, junto ao Tejo, o Museu de Arte Popular faz sentido. A investigadora é uma das mentoras da petição que defende a classificação do edifício e a manutenção do espólio no lugar de origem, já entregue ao ministro da Cultura.
"Estamos perante uma obra que funciona como um todo. A nível de construção e desenho encerra um tipo de arquitectura praticada pelo Estado Novo. Constitui um documento único para a investigação contemporânea sobre a política do Estado Novo", diz ainda Maria Barthez. A investigadora lembra que nem na ditadura este museu foi amado.
"O museu já era mal-amado no Estado Novo. Nos anos 50 já tinham de fazer obras e já não havia dinheiro nessa altura. Foi sempre um museu inacabado. E mesmo assim era o museu mais visitado na década de 1960 a seguir ao dos coches." Nos últimos anos de existência, antes de fechar as portas, o museu recebia anualmente cerca de 32 mil visitas.
Maria Barthez alerta para o futuro da arte popular: "As pessoas não conhecem o que é a arte popular e o que se está a perder com o fim dos artesãos. Somo um país pequeno, com tanta identidade e variedade. Devíamos estimar mais isso."
Mas para Pais de Brito a relação com o Estado Novo é a principal razão pela qual o debate em torno do encerramento do Museu de Arte Popular não colhe mais apoio. Apesar de frisar que os problemas que afectavam a instituição eram muitos. "Acho pouco consistente esta forma súbita de querer pôr trancas à porta quando a porta já foi arrombada há tanto tempo. O problema do Museu de Arte Popular não é de agora. Mas parece que todos estavam satisfeitos." E questionado sobre se seria possível reinventar hoje o Museu de Arte Popular, Pais de Brito responde: "Não me posso pronunciar, já que esse debate não foi aberto."
Ana Machado (texto)
e Daniel Rocha (fotos) »

Sobre o MAP há muito que dizer e que escapa a este artigo, como, por exemplo, tornar públicos os termos do contrato com a YDreams.

Por outro lado, refugiarem-se os anti-MAP e, portanto, os pró-museu da língua (mais cubo de vidro, etc.), no argumento anti-fascista, anti-Ferro, etc., é do mais hilariante possível, e totalmente revisionista. Pior, é pura ignorância, o que é grave sendo o promotor de tudo isto uma instituição chamada Ministério da Cultura.

Ficamos assim, é?

18/06/2009


Catarina Portas, Joana Vasconcelos, Rosa Pomar e Raquel Henriques da Silva anunciam uma nova acção a favor do Museu de Arte Popular

O Museu essencial e incómodo
As razões de um protesto: fala quem sabe sobre o Museu de Arte Popular


20 de Junho a partir das 16h frente ao MAP

Após uma acção pública de protesto, bordando um lenço de namorados, no dia dos Museus; após a entrega de um pedido de reabertura do processo de classificação do edifício do MAP ao Ministro da Cultura (até ao momento sem resposta); após o lançamento de uma petição pública online em defesa do MAP (quase nas 4.000 assinaturas em 15 dias); após a criação de um blog que tem recolhido informação, documentos e depoimentos de vários especialistas e estudiosos sobre este tema; o grupo dinamizador da campanha cívica a favor da reabertura do Museu de Arte Popular decidiu organizar um colóquio público interdisciplinar sobre a história e a importância do MAP.


Acontecerá no próximo sábado dia 20 de Junho, a partir das 16h00, diante do Museu de Arte Popular e contará com as intervenções de oradores especialistas de história de arte, antropologia e crítica de arte.


Temas a abordar:


Do Pavilhão da Vida Popular ao Museu de Arte Popular - o edifício de 1940 e a sua adaptação a Museu pelo arq. Jorge Segurado (1942-47); as esculturas de 1940 e as de 43-47; as pinturas murais (decoração, ilustração, museografia), um património ignorado pela história da arte e por identificar; o edifício e a sua decoração - um projecto integrado; o MAP e as suas colecções à luz da antropologia actual.


Raquel Henriques da Silva
Professora de História de Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa


Rui Afonso Santos
Historiador de Arte, Museu do Chiado


Vera Alves
Antropóloga, autora de «Camponeses estetas» no Estado Novo: Arte Popular e Nação na Política Folclorista do Secretariado da Propaganda Nacional.


João Leal
Professor de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa


Alexandre Pomar
Jornalista e crítico de arte


Diante de uma decisão ministerial que pretende instalar o Museu da Língua no Museu de Arte Popular, destruindo-o para sempre, uma medida baseada numa imensa ignorância sobre a sua importância e história, propomos uma sessão para ficar a conhecer melhor este Museu. Afinal, porque razão protestamos?

O Ministro da Cultura será convidado a estar presente

24/05/2009

Museu de Arte Popular

Era bonito não era? (foto).

Bom, agora que parece passado a história do museu do mar da língua, apenas fica o da língua, e há que deitar a língua de fora ao cubo de vidro em que o querem enfiar, tendo que destruir parte do edificado, nem por isso há mais vergonha.

Porque desavergonhada foi a herança do actual MC, pois parece que há um contrato leonino com Y Dreams, que será altamente indemnizada caso o museu não avance, i.e., o actual MC está metido numa camisa de onze varas. Mas tudo tem remédio ...

12/05/2009

Museu de Arte Popular


Chegado por e-mail:


«Por favor, divulgue entre os seus contactos, e peça aos seus amigos para divulgar:

O Museu de Arte Popular será anulado por decisão de conselho de Ministros da última Sexta-feira. É este o país que temos. Destruímos património com arrogância. O blog vai dar todas as notícias e demonstrar a importância do Museu.

O Museu fechou mas abriu um blog inteiramente dedicado ao Museu, um blog que queremos enriquecido, cheio de fotos e muito divulgado.

http://museuartepopular.blogspot.com/

Obrigada
Teresa Pinto»


Texto editado

22/05/2008

Museus 'a la carte'


Em Outubro de 2006, o Governo apresentou o futuro Museu do Mar da Língua como “opção da [da sua] política cultural”, rapidamente extinguindo o Museu de Arte Popular, em Belém, cujo edifício passaria a ser sede do novo museu, de conteúdos virtuais – uma mina de ouro para as empresas do sector e uma mina de ouro também para o Estado que, deslumbrado com as novas tecnologias, deixaria de ter mais preocupações: num museu de conteúdos virtuais não é necessário gastar um cêntimo com a conservação do seu acervo ou investir no seu estudo.

Continuando a esquecer que, no quadrante ocidental, património e materialidade são indissociáveis, o Estado mostrava, uma vez mais, até onde pode ir o desprezo com que tem lidado com os museus sob a sua tutela, vários deles vendo-se obrigados a ter caixas de esmolas nos balcões de bilheteira para poder fazer face ao dia-a-dia.

A saga do extinto Museu de Arte Popular, porém, ainda não terminou. Na semana passada, o actual ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, afirmou “estar a rever” a localização do futuro Museu do Mar da Língua. De acordo com a agência Lusa, “o ministro disse ter a intenção de “dar continuidade” ao projecto iniciado por Isabel Pires de Lima, mas considera “mais adequada” a sua instalação na actual estação ferroviária do Rossio, no centro de Lisboa: em defesa do seu argumento, Pinto Ribeiro referiu a localização do Museu da Língua Portuguesa em S. Paulo (Brasil), “num interface, de metro/comboio onde passam milhares de pessoas”. O projecto do Museu do Mar da Língua, esse, tinha, à sua chegada ao ministério, “apenas uma execução de 2%”. O prazo de execução termina no final deste ano, dado o projecto ser financiado pelo Plano Operacional da Cultura (POC). A política dos museus a la carte é assim.

03/05/2007

Futuro Museu da Língua inclui cheiros e sons do nosso passado

In Diário de Notícias (3/5/2007)
LEONOR FIGUEIREDO
DIANA QUINTELA (imagem)

«O 'Laboratório dos Sentidos', um dos vários núcleos do futuro Museu Mar da Língua Portuguesa, com abertura prevista para Junho de 2008, promete vir a ser dos mais concorridos.

Com o objectivo de mostrar novos conceitos decorrentes do contacto dos portugueses com outros povos, a partir dos Descobrimentos e da Expansão dos séculos XV e XVI, este espaço convidará os visitantes a usar os cinco sentidos.

"Este núcleo pretende alargar as sensações através do tacto, olfacto, sabor, audição e visão. Como resultado das explorações oceânicas, os portugueses conheceram e cheirarem novos alimentos, ouviram sons que nunca tinham ouvido e viram coisas desconhecidas", explicou ontem aos jornalistas o arquitecto Júlio de Matos, autor do projecto de remodelação do edifício onde funcionou o antigo Museu de Arte Popular


Que lugar na História para seres mirrados assim?

02/05/2007

Hoje é o 1º dia do fim do Museu de Arte Popular

Por volta das 11h, a Srª Ministra da Cultura anunciará a quem a quiser ouvir que o Museu de Arte Popular, último representante ainda de pé da "odiosa" Exposição do Mundo Português, e edifício protegido pelo IPPAR - que aliás tem dispendido verbas avultadas dos OGE dos últimos anos na sua recuperação -, vai dar lugar ao Museu do Mar da Língua. Mais um facto consumado, portanto.

A SIC, sempre atenta, perguntou-nos a nossa opinião. É simples:

Face à petição que circulou na Net (e que contou com mais de 1.300 assinaturas); face às respostas da AR aos nossos alertas; face ao compreensível silêncio do IPPAR; face ao silêncio compreensível do PR; sinceramente, pouco mais há a fazer. Portanto ...

P.S. Sondagem repescada!