03/05/2007

Futuro Museu da Língua inclui cheiros e sons do nosso passado

In Diário de Notícias (3/5/2007)
LEONOR FIGUEIREDO
DIANA QUINTELA (imagem)

«O 'Laboratório dos Sentidos', um dos vários núcleos do futuro Museu Mar da Língua Portuguesa, com abertura prevista para Junho de 2008, promete vir a ser dos mais concorridos.

Com o objectivo de mostrar novos conceitos decorrentes do contacto dos portugueses com outros povos, a partir dos Descobrimentos e da Expansão dos séculos XV e XVI, este espaço convidará os visitantes a usar os cinco sentidos.

"Este núcleo pretende alargar as sensações através do tacto, olfacto, sabor, audição e visão. Como resultado das explorações oceânicas, os portugueses conheceram e cheirarem novos alimentos, ouviram sons que nunca tinham ouvido e viram coisas desconhecidas", explicou ontem aos jornalistas o arquitecto Júlio de Matos, autor do projecto de remodelação do edifício onde funcionou o antigo Museu de Arte Popular


Que lugar na História para seres mirrados assim?

1 comentário:

Anónimo disse...

SURPREENDENTE!Para encobrir o mundo dos fedores, dos crimes e da hipocrisia que caracterizam a nossa cidade de Lisboa.
A Ministra da Cultura esta preocupada em transmitir o nosso legado.
Para tal pretende demolir o Museu de Arte Popular, provavelmente com alguma ignorancia pois por algum motivo se chama "Arte Popular", o problema destes "actos culturais" é querer escrever a historia e apagar tudo o que se fez anteriormente.
Parôlos e ignorantes, de repente os "cheiros" são importantes, lembrei-me do livro O Perfume que deixo aqui a transcrição da wikipedia. Talvez um dia possamos ver suceder o mesmo que aconteceu ao Grenouille a todos aqueles que têm vindo a destruir a cidade de Lisboa.

O Perfume é um romance do escritor alemão Patrick Süskind publicado pela primeira vez em 1985. Foram vendidos 15 milhões de cópias em 40 línguas. O título original alemão é Das Parfum, die Geschichte eines Mörders, "O Perfume, História de um assassino".
O protagonista, Jean-Baptiste Grenouille, nasceu no meio de tripas de peixe atrás de uma banca, onde a mãe, que algumas semanas depois foi executada por infanticídios, vendia peixe. Grenouille possui duas características excepcionais:

Ele não tem cheiro nenhum, o que assusta sua ama e as crianças com quem ele vive no orfanato, mas que permite que ele passe totalmente despercebido. Durante a história, essa ausência de odor, de que ele se dá conta somente bem mais tarde, será compensada pela criação de perfumes mais ou menos atraentes, que Grenouille utiliza de acordo com as circunstâncias a fim de ser notado pelos outros.
Ele tem um olfato extremamente desenvolvido, o que lhe permite reconhecer os odores mais imperceptíveis. Conseguia cheirá–los por mais longe que estivessem e armazenava–os todos no seu nariz. Esse olfato é sua única fonte de alegria, que ele aproveita para confeccionar, sem a mínima experiência, perfumes de qualidade excepcional.
Durante a sua vida teve vários acidentes e doenças, trabalhou como aprendiz de curtidor de peles e depois como aprendiz de perfumista e, graças às suas características, enquanto foi aprendiz de perfumista aprendeu várias técnicas para a criação de um perfume.

Grenouille um dia encontra uma jovem, com um perfume totalmente diferente de todos os outros milhares de perfumes que ele guardava na memória, e acabará por matá-la, com as suas próprias mãos, de tanto desejar apoderar-se do seu odor. Mas, esta jovem é apenas uma das muitas jovens que o protagonista acaba por matar (26 no total), em busca do perfume perfeito.

No final da história, Grenouille volta a Paris e é partido aos bocados e comido por pessoas devido ao efeito do perfume que tinha posto: um final trágico para o protagonista.

A acção divide-se entre o mundo dos perfumes, traduzido pelo título "O Perfume", que servem para encobrir o mundo dos fedores, dos crimes e da hipocrisia que caracterizam a cidade de Paris no século XVIII.