29/11/2007

Companhia de Dança de Lisboa despejada do Palácio dos Marqueses de Tancos

In Público (29/11/2007)

«Instalações não ofereciam condições de segurança

A Polícia Municipal de Lisboa esteve durante esta manhã a proceder ao despejo do espólio da Companhia de Dança de Lisboa instalada no Palácio dos Marqueses de Tancos, na Rua da Costa do Castelo. O director da companhia encontra-se detido por ter agredido uma agente policial.

A polícia entrou nas instalações cerca das 08h00, em cumprimento de uma ordem do executivo camarário, explicou à Lusa o sub-intendente André Gomes, comandante daquela força de segurança.

Segundo o responsável, existia "perigo iminente de uma catástrofe", dado o mau estado em que se encontravam as instalações à guarda da Companhia de Dança de Lisboa, fundada em 1984 por José Manuel Oliveira.

Várias botijas de gás, fritadeiras eléctricas, uma delas em funcionamento, cabos eléctricos descarnados, ligações eléctricas precárias, foram algumas das situações encontradas pela polícia que levaram a pedir a intervenção dos bombeiros.

O director da companhia, José Manuel Oliveira, encontra-se detido por ter agredido uma agente policial e será hoje presente ao Ministério Público.

O espaço ocupado pela companhia no Palácio dos Marqueses de Tancos, edifício do século XVI que sobreviveu ao terramoto de 1755, servia também para habitação de sete bailarinos e um guarda, que foram igualmente desalojados.

Três dos bailarinos, de nacionalidade mexicana, irão pedir apoio à embaixada do seu país, assim como os dois bailarinos belgas. Uma bailarina luso-canadiana tem família em Lisboa que a irá acolher.

O palácio evidencia graves danos patrimoniais, nomeadamente azulejos quebrados, tectos abertos, escadas e soalhos degradados e em risco de abatimento.

No local, o director municipal da Cultura, Rui Pereira, afirmou que a Câmara de Lisboa não tinha qualquer conhecimento "do deplorável estado de conservação do palácio, porque desde há dez anos o director da companhia não deixava entrar nenhum funcionário camarário, tendo inclusive mudado as fechaduras do portão". (Lusa)»

Esta é uma novela antiga cujos episódios se perderam no reino do soap. O que importa é o palácio e que o vendam a quem trate dele e faça um favor a Lisboa, reabilitando-o e habitando-o como deve ser.

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