29/11/2007

O Grémio não pode fechar!

Situado na Praça do Rossio, o Grémio Lisbonense tem sido palco das mais recentes festas temáticas e culturais da cidade de Lisboa. Desdobrando-se em dois salões imbuídos de charme, com uma vista única sobre o Rossio, O Grémio já faz parte do circuito de todos os noctívagos. A entrada faz-se pela rua dos Sapateiros, subindo umas escadas antigas, mas assim que entramos no salão principal somos transportados no tempo para o início do século.

Espaço incontornável de Lisboa, " fundado em 1842, o Grémio Lisbonense tem origem na Maçonaria, muito activa em meados do século XIX, surgindo como espaço de liberdade e afirmação das ideias liberais, bem como lugar vivo de cultura e convívio de intelectuais, artistas, comerciantes e conspiradores de vertente republicana.

Ali para o Rossio, passando o Arco do Bandeira, mesmo em frente ao "Animatógrafo" - o mais antigo cinema lisbonense, agora rendido às misérias da pornografia -, o Grémio desponta num primeiro andar amplo, onde uma varanda soberba abraça a bela praça da capital como quem lança pontas para o futuro. Sim, o futuro deste Grémio que é de nós todos e não pode ser fechado, sob pena de enterrarmos uma parte de nós próprios e do nosso património histórico."

A sua varanda conhecida como Varanda da Santa Inquisição foi mandada construir pelo Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755.

O Grémio tem uma acção de despejo a decorrer em tribunal.
O Grémio não pode parar!
O Grémio não deve fechar.

O Grémio pode e deve ser considerado uma instituição de utilidade pública.

Por tudo isso apelo em meu nome pessoal, aos digníssimos Vereadores da Câmara Municipal de Lisboa, que com a maior brevidade possível acedam a marcar uma reunião, com a os associados proponentes desta acção contra o despejo do Grémio Lisbonense., para que nela seja discutida formas de chegar a acordo, e viabilizar a actividade do Grémio neste espaço belíssimo da nossa cidade.

Um cidadão de Lisboa

Nuno Vasco Franco

12 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

Muito bem. Concordo com o direito à indignação de quem não quer ver o espaço fechar. Que essa indignação seja construtiva: o Nuno Vasco Franco está disposta a pagar a renda de mercado daquela zona, e a cobrir a despesa de funcionamento do estabelecimento? Se estiver, terá todo o direito a continuar a ver o estabelecimento aberto.

Anónimo disse...

Sr. Filipe Melo Sousa, como é referido anteriormente, estamos a falar de uma associação cultural, onde podemos ver exposições, ouvir concertos, frequentar workshops, entre muitas outras actividades que só visam enriquecer os moradores de Lisboa e seus visitantes. Quando refiro-me ao podemos,não me refiro só aos lisboetas, mas também aos turistas, que já tive o prazer de os ver deslumbrados numa das muitas festas que tal associação organiza de porta aberta (sim , não se paga nada para entrar, coisa que é quase impossível encontrar em Lisboa).
Para alem destas importantes intervenções em Lisboa, o Grémio serve como sala de convívio a bastantes pessoas de idade. Jogam as cartas, lêem o jornal, jogam bilhar, convivem uns com os outros e todos nos sabemos o importante que isso é para os idosos. São espaços como este que evitam que haja ainda mais idosos a passear sozinhos pelas ruas de Lisboa. Infelizmente a solidão é a única companhia dessas pessoas.

Agora diga-me, acha que o papel do Grémio não é importante para a cidade e seus moradores? acha que a associação é um capricho de meia dúzia de indivíduos que gosta de ter o seu espacinho à borla?

Perante isto, a CML DEVIA pagar a tal renda que você se refere, obras de recuperação do espaço e para alem disto, devia apoiar o aparecimento de muitas outras associações como esta, que é disto que Lisboa precisa, nomeadamente a baixa.

Outro aspecto interessante de referir é a dinamização da Baixa Lisboeta. Se à noite aquilo é um deserto e só vemos a recolha do Lixo e mendigos a dormir em caixotes, o Grémio é dos poucos espaços que trazem vida à noite da baixa.

Convido-o a fazer-se sócio do Grémio e a frequentar o espaço para perceber melhor do que estou a falar.

Anónimo disse...

ak

Pelos visto não conhece a historia do Grémio.

O Grémio foi até há 3 meses um local que a unica diversão que havia era o jogo clandestino, aonde muitos reformados deixavam a sua reforma,aonde se via há noite idosas esposas dos reformados a chorar pela perca do pouco dinheiro que tinham.

O Grémio sobrevivia desses valores ilegais.

Depois de perder em todos os tribunais possiveis até no Tribunal Constiticional durante mais de 10 anos vêm colocar a solução neste executivo !!!!

rui disse...

que horror, fechem aquele antro de perdição. será mais útil que o transformem em armazém pago aos valores devidos do mercado.
Correr com o antro ( para além de regularizar o mercado) tem o mérito de trazer o bem estar a velhinhos, por favor, please, não quero voltar a ver velhinhas a chorarem porque os seus esclerosados maridos derreteram o magro pecúlio no jogo ou sabe lá Deus em coisas piores.

Filipe Melo Sousa disse...

O que eu me farto de rir. Parabéns aos dois últimos comentadores. Mas deixo-vos um conselho: com este tipo de intervenientes, é como falar com uma parede, pois continuarão a achar que aquele sítio é mto bom, e que deve continuar aberto, à custa dos outros.

Anónimo disse...

Todos lamentamos o fecho do Grémio.

Mas a direcção da colectividade deve ser responsabilizada: o sub-aluguer do bar, o abandono de qualquer actividade propriamente associativa só poderiam levar a isto.

E onde estavam todos estes cidadãos indignados nessa altura?

E onde estarão quando a CML arranjar uma nova sede ao Grémio com uma morada menos "elegante"?

Paulo Ferrero disse...

O problema do Grémio é só um: fez obras que não devia e o proprietário agiu, oportunisticamente mas com toda a legitimidade. Como resolver o problema?

Filipe Melo Sousa disse...

Se houvesse justiça, o proprietário poderia ter despejado o ocupante a qualquer altura para reaver o que é seu. Agora sim, o problema está resolvido.

Anónimo disse...

"O Grémio Lisbonense, fundado em 1842, não pode deixar morrer a sua história nem liquidar o seu futuro.

O processo interposto pelo senhorio do prédio onde está sedeada a associação, tendo por base um "atentado" perpetrado por uma direcção anterior (1998) numa das salas do Grémio, foi o motor de explosão para uma ordem de despejo.

Ordem essa que já correu todas as instâncias jurídicas e sempre contra a manutenção do Grémio Lisbonense neste espaço que agora (ainda) ocupa.

Apesar de se reconhecer a gravidade das intervenções efectuadas, a população, os associados e os amigos do Grémio Lisbonense, não podem permitir que este espaço deixe de ter a sua porta aberta, por erros cometidos por uma só direcção - numa associação com 165 anos de existência."



Como aqui diz, em anos e anos de historia, uma, e repito, uma direcção fez asneira. Seguindo esta linha de raciocionio, à custa do doutor Vale e Azevedo, o Benfica devia ter acabado... voltando ao que interessa, essa asneira pode ser desfeita. Mas como é óbvio, os proprietários tão-se a borrifar para tais obras, querem é o imóvel para o vender e encherem os bolsos. Tão no seu perfeito direito, visto este ser deles. O que acontece é que estamos a falar de um sitio histórico que deve ser dos lisboetas e não de nenhuma entidade privada.

... e senhor Filipe melo, a única parede que aqui existe é você. Por varias vezes nos últimos tempos tenho lido comentários seus, ofensivos a outros participantes neste blog. Antes de cair no disparate de comentar quem comenta, pense bem , no que é que você fez por Lisboa até hoje e depois de pensar bem nisso, pense também nos sítios que frequenta, e partilhe-os connosco, para nos rirmos um bocado.

Filipe Melo Sousa disse...

Caro anónimo, diverte-me a sua doutrina segundo a qual a antiguidade é um motivo para um estabelecimento nunca fechar. Vou-lhe explicar a si, devagarinho: a história é relativa a ocorrências no passado. Ter o grémio aberto hoje não vai reactivar conspirações maçónicas, nem discussões liberais. Hoje em dia, a realidade do grémio é um armazém de almas perdidas, enterradas em jogo ilegal, a apostar tudo o que têm, e o que não têm.

Note-se que quem ocupa o grémio não está a pagar renda por aquilo. Está a pagar um montante ridículo para qualquer proprietário de um estabelecimento naquela zona.

Quanto a fazer algo por Lisboa, desafio o sr anónimo a dizer-me quanto pagou de impostos camarários no último ano de 2006. Pois você não será ingénuo o suficiente para achar que quem contribui é quem assina cheques com o dinheiro público dos contribuintes. Fazer é contribuir, meu amigo. E a sua conversa soa-me mais a de um assistido do que a de um contribuinte.

Sem outro assunto, aguardo resposta.

Anónimo disse...

Sr Filipe, você continua sem perceber o que aqui se discute e quais as "funcionalidades" do grémio nos dias de hoje. Continuar com a conversa do jogo ilegal não o leva a lado nenhum, pois pode ir a qualquer dia da semana ao Grémio e se nesse dia assistir a algum acto de jogo ilegal, ai darei-lhe toda a razão do mundo. Mas como acredito que você nunca pôs la os pés e limita-se a escrever aqui o que lê nos jornais, acho que não vale a pena continuar esta troca de ideias.

Quanto aos € que eu já dei a CML ?

Informo vossa Exa. que o IMI + Esgotos dos imóveis que eu possuo foram 95% das rendas que obtive durante esse ano. Acho que isto responde-lhe a sua pergunta, ou não? Mas de qualquer das formas, quem ajuda Lisboa não é quem paga IMI´S, esgotos e outros impostos, pois nem todos têm possibilidade de adquirir imóveis ou lojas. Quem ajuda Lisboa é sobretudo quem se esforça por dinamizar a cidade, resolver problemas, ajudar a criar soluções e acima de tudo, ter um comportamento cívico que não interfira com os outros cidadãos, até pelo contrário, que ajude à melhoria do convívio entre ambos.

Um cidadão pode pagar 1001 impostos , dar rios e rios de dinheiro À CML, mas se deita lixo no chão, estaciona em segunda fila, nunca usou os transportes públicos e não apanha as fezes do seu cãozinho, é óbvio que é 1 péssimo Lisboeta.

Anónimo disse...

Como residente na Baixa de Lisboa

Não sei qual o futuro do Gremio.

Se antes niguem lá ia pela fama que o local tinha.

Agora com a Empresa que tomou conta do Gremio, pela forma como é vista na Baixa não acredito que essa Empresa leve algum residente a visitar as instalações.

Devo informar que ou quem fala não conhece a Baixa e quem cá vive, ou anda a brincar com coisas sérias.

a minha opnião é que se essa empresa quer usar o espaço, deve fazer um contrato de arrendamento com os senhorio.

Fazer do local uma discoteca, e depois tapar os olhos com algumas exposições , acho anedotico.

O espaço nos ultimos 10 anos é o local na Baixa com mais queixas na esquadra, antes pelo jogo, hoje pelas Party Dance Privaty

Por isso peço á CML que arranjem um espaço, mas por favor longe da Baixa.