12/07/2008

EM DEMOLIÇÃO: Avenida 5 de Outubro, 149


Desde a primeira semana de Julho que está a ser demolido mais este prédio das Avenidas Novas. E nem a fachada vai ser aproveitada. Foi mais um pedido de demolição integral (proc. 825/EDI/2007), aprovado já em 2008, com vista à execução de mais um projecto de construção nova (2040/EDI/2004) aprovado em 2007. É mais um testemunho da arquitectura do início do século XX que se perde. É mais um exemplo de vandalismo cultural aprovado pelo pelouro do Urbanismo. E como temos 90% de hipóteses de ver surgir no seu lugar um prédio sem mérito arquitectónico, podemos dizer que Lisboa ficou mais pobre.

6 comentários:

Tomás Belchior disse...

Uma pergunta: o que é o mérito arquitectónico? Já agora, outras perguntas: será que no início do século XX o mérito arquitectónico deste edifício era evidente? A "construção nova" que será edificada onde este prédio está agora não terá mérito arquitectónico daqui a cem anos, como exemplo da arquitectura início do século XXI?

Anónimo disse...

Deus te oiça! E que o prédio que aí vem tenha "mérito arquitectonico". E que não tenhamos de esperar 100 anos para perceber isso...

Arq. Luís Marques da silva disse...

Parece-me que a ideia subjacente á expressão "mérito arquitectónico" se traduz fácilmente e bem, por valor arquitectónico; nem todos são obrigados a empregar palavras eruditas ou técnicas, para exprimir ideias relativas ás questões do dia-a-dia.
Mas o importante aqui, não é saber se o edifício tem só por si valor ou não. Conforme já referi várias vezes, estamos a reduzir a questão á dimensão oportunista, dos interessados em especular com estes edifícios, nestas zonas e que para tal, usam esta "teoria" argumentativa. O facto é que estamos a destruir o único património de edifícios civis do sec XIX que temos, independentemente do seu maior ou menor valor.
O edifício em causa pode não ser equivalente, em valor, a um seu congénere dos Campos Elísios, mas até é muito equilibrado, possui uma série de pormenores de qualidade e faz parte de um conjunto situado numa zona que, pelo pioneirismo do seu desenho urbano, deveria estar protegida.
Torno a dizer que não tem mais valor, um qualquer prédio de alfama, que um exemplar deste género nas Avs Novas; vale o conjunto e também por isso, temos que pugnar pela sua conservação...

Anónimo disse...

Ainda bem que estes senhores e as ideias que defendem ainda não existiam nos tempos de neolítico, senão hoje as ruas de Lisboa eram feitas de entradas de cavernas preservadas.... As cidades são feitas de evolução, meus senhores. Não se pode preservar tudo...

Anónimo disse...

patética, pueril, a comparação que faz. porque então, os dois países europeus onde a preservação do património é mais forte seriam habitados por homens das cavernas. no reino unido e na frança viu muitos homens nús a viver em cavernas. para ver homens do neolítico, talvez não precise de sair da sua rua..

Arq. Luís Marques da silva disse...

Eu diria que é precisamente ao contrário daquilo que o anónimo 9:59 disse; não houvessem Homens com ideais de defesa do património,, desde o neolítico e hoje nem as gravuras de Fôz Côa se aproveitavam...