17/07/2008


Mais coches aqui.

6 comentários:

Arq. Luís Marques da silva disse...

Conforme já referi, parece-me que neste caso vamos de mal a pior, senão vejamos:
-Pior localização em termos de vulnerabilidade sísmica, passando de uma zona de baixa para uma de muito alta.
-Volumetria excessiva para a local; não nos podemos esquecer que se trata da primeira linha de construção.
-Falta de integração na envolvente.
-Tratamento do interior e da sua relação com a colecção de coches, de uma forma ultra-racionalista, como se de arte moderna se tratasse.
-Disperção de recursos humanos e financeiros, criando-se mais um espaçaço museulógico, que poderiam ser gastos por exemplo, na conclusão do Palácio da Ajuda, vergonha nacional sintomática do estado da nossa politica cultural.
Claro que, a esta mudança de instalações, deverá corresponder a atribuição de novas funções para o actual museu dos coches, que não a de picadeiro (para mim essa ideia lançada, não passa de um fait-divers). A esta necessidade de mudança parece estar subjacente algo de mais profundo, não sei e claro que o facto de o mais visitado museu nacional, ter sido criado por uma raínha de Portugal, acho que não criaria empecilhos ás comemorações do centenário da República; transformar este espaço num museu da república? Será esse o objectivo?
Este novo museu dos coches, nasce "côxo" logo á partida; sem discussão pública e sem envolvimento da sociedade civil. É um despesismo inútil!

Anónimo disse...

Será que dislumbro em todo este empenhamento crítico uma frustração motivada pela falta de atenção atribuida ao seu tema fixo e obsessivo: A Reconstrução do Palácio da Ajuda ?!

Lesma Morta disse...

Pois ainda que "d"islumbrasse qualquer obsessão na requalificação e conclusão do Palácio da Ajuda, o que não me parece disparate nenhum, o facto é que a intervenção do Arq Marques da Silva trás à discussão uma preocupação útil: a localização do novo espaço numa zona que, como classifica, é de muito alta vulnerabilidade sísmica.
A sismicidade de Lisboa, sustentada no conhecimento da sua história e nos diferentes registos de ocorrências, pelo menos desde o século XVIII, quando em 1 de Novembro de 1755 a cidade e o País acordaram com a destruição produzida pela maior catástrofe natural alguma vez observada em Portugal bem como o terramoto de 1531 que foi quase tão arrasador para a capital como o veio a ser o de 1755, este apenas mais discutido porque dele há registos, leva-nos à obrigação de não descuidar este tema quando se aborda um assunto desta natureza.

Paulo Ferrero disse...

O remate do Palácio da Ajuda e a reconstrução da área ardida e recuperação do 'jardim das damas' e zona envolvente à Torre do Galo ... uuuf, tanta coisa que até tirá o fôlego, está prevista no documento da FRibeirinha. Mas não se sabe se é para seguir o PP do Arq. Byrne (que tinha uma série de problemas graves como a construção da Via da Meia-Encosta, a destruição da Alameda dos Pinheiros, por ex.) e o remate então proposto, ou se é para seguir outro qq projecto-desenho-plano que se desconhece e que só as mentes brilhantes que engendraram o plano global podem esclarecer o pobre povo inculto. Aguardemos, portanto, e continuemos a fazer de conta como Potemkine, quando ilustres de fora vierem jantar à Ajuda...

Anónimo disse...

O Museu Nacional dos Coches é um museu único ao nível mundial sendo o mais visitado de Portugal; alberga uma colecção importantíssima de coches e carruagens que em nada, nem por um momento, nem sob qualquer pretexto, se adequa ao novo edifício projectado, frio, moderno, como tantos outros por todo o mundo.
Queremos, realmente, trocar a sede desta exposição, um edifício de irrecusável beleza e qualidade, por outro que podia tanto estar aqui como em qualquer parte do mundo?
Um mensagem clara ao arquitecto/os deste projecto: o seu edifício não merece uma referência especial pela sua qualidade ou inovação estilística; é de qualidade inquestionavelmente inferior ao Picadeiro Real que alberga a colecção de coches e por tal sem dignidade de a receber.
Aos governantes: ter gosto e capacidade crítica não é para todos mas por tal aconselhem-se com quem sabe, e quem vos aconselha agora certamente não sabe.

Anónimo disse...

Quanto ao Palácio Nacional da Ajuda é realmente uma vergonha nacional o estado incompleto em que está, e o estado de fraca conservação da zona museológica. Como podemos receber chefes de estado em banquetes oficiais nesta casa quando ele está no estado em que está!
É e deveria ser um projecto nacional finalizar o projecto, mesmo que não o original que já havia sido abandonado no séc. XIX mas o mais modesto. Não concordo com o projecto de Arq. Byrne nem tão pouco que os interiores sejam modernizados; a Russia, país com muitos defeitos mas que protege criteriosamente o seu património, reconstruiu inúmeros palácios e os seus interiores: esse deveria ser o nosso objectivo para o Palácio da Ajuda, a nossa sala de visitas.