07/02/2006

Casa AG: Para quem acha que o projecto de construção é legal

Aqui fica cópia de e-mail recebido de Jorge Cruz Costa, proprietário do prédio imediatamente abaixo da casa de Almeida Garrett, que viu um projecto seu, semelhante ao agora aprovado, ser chumbado para o seu prédio. Dois pesos, duas medidas?

PF

"Exmos. Senhores

Sou proprietário do prédio nº 64/64A da Rua Saraiva de Carvalho e tenho seguido com atenção e preocupação o caso da obra no Prédio de Almeida Garrett, nº 66. Em 1991 fiz um pedido de viabilidade para obras de reabilitação/ampliação do prédio contíguo ao de Almeida Garrett, para o qual houve o despacho que junto em anexo. Por dificuldades de ordem vária, incluindo de aprovação do projecto, só ao fim de quase 10 anos consegui concretizá-las.

Foi com espanto que vi, entretanto, surgir no nº 68 uma ampliação muito maior do que a que me foi autorizada. Acontece que a altura prevista para o nº 66 (4 pisos mais piso recuado), é ainda maior.

No esquema apresentado no Jornal Expresso, do passado dia 7 de Janeiro, até parece que a cércea não é muito diferente dos prédios contíguos, mas tal não é o caso, pois o meu prédio e todos os prédios daquele quarteirão são mais baixos, à excepção do nº 68.

Eu não contestei a decisão que foi tomada no meu caso, por achar que havia um fundamento legal e técnico. A regra do plano de rampa a 45º que serviu de razão técnica para impedir que eu aumentasse a volumetria, continua em vigor pois não foi ainda publicada nenhuma alteração ao RGEU.

A possibilidade de permitir excepções a esta regra quando a volumetria dos prédios na rua for superior, não justifica que se considere como norma uma excepção: o prédio amarelo (nº 68) é muito mais alto que os restantes!

Se nem a Câmara nem o IPPAR parecem considerar importante o edifício, seria interessante pelo menos preservar a fachada.

Se o actual proprietário for condicionado a não aumentar a volumetria talvez possa ponderar a possibilidade de preservar a fachada.

O despacho exarado sobre a minha pretensão de 1991, aplica-se na íntegra a este caso, pois a rua continua a ter 6 metros de largura e a fachada do prédio de Almeida Garrett tem mais de 6 metros de altura e a correnteza de prédios a altura média é de 3 pisos, como se pode ver nas fotografias em anexo.

Estando ao dispor de V.Excia. para qualquer esclarecimento,
apresento os melhores cumprimentos

Jorge Cruz Costa
"

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