07/10/2016

Antigo Retiro do Quebra Bilhas para o Roteiro Municipal do Fado


Exma. Senhora
Vereadora Catarina Vaz Pinto
Exma. Senhora Directora do Museu do Fado
Dra. Sara Pereira


C.C. PCML, AML, JF Alvalade e media

Como será do conhecimento de V. Exas. o edifício do antigo Retiro Quebra Bilhas, no Campo de Grande nº 346-342, encerrado desde 2006 e pertença da adjacente instituição de cariz religioso Centro Cultural do Campo Grande, vai entrar em obras de conservação das fachadas, que não serão alteradas, ao que indica uma breve visita que fizemos ao local, mas também de alteração dos interiores e, previsivelmente, do seu vasto pátio rodeado por frondosa zona verde, parcialmente coberto, e onde se serviam as refeições e se cantava, com o seu antigo forno e salinhas recatadas num dos lados. Também restam mais de 40 cadeiras e 10 mesas em bom estado, talvez de cerca de 1930 ou anteriores.

Atendendo a que o amplo Retiro Quebra Bilhas é um dos últimos testemunhos materiais da História do Fado no século XIX que ainda subsiste, Fado que não se restringia aos bairros de Alfama ou Mouraria, mas se cantava nos arredores, de dia ou de noite, nas hortas e retiros dos arredores, neste caso bem próximo do Palácio do Conde de Vimioso, também ao Campo Grande, e onde está documentado ter cantado a famosa Severa - o Quebra Bilhas é mencionado na obra de referência (e fonte) "História do Fado" de Pinto de Carvalho, de 1903, p. 46.

E sendo hoje o Fado reconhecido, e bem, Património Imaterial da Humanidade, serve o presente para propormos a V. Exas. que, por via de protocolo a estabelecer com o proprietário, a CML assegure a preservação física deste espaço único, na medida do que for possível preservar de característico, restaurar respeitando a identidade, e ainda, tão importante, se divulgue o Retiro Quebra Bilhas como peça integrante do roteiro municipal do Fado, eventualmente associado ao Museu, incluindo espectáculos, contribuindo para a desconcentração dos locais turísticos da cidade.
Sugerimos, ainda, que se utilizem materiais tradicionais compatíveis com a alvenaria originária na obra em curso.

Melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, João Pinto Soares, Pedro Henrique Aparício, Rui Martins, Carlos Moura, Fernando Silva Grade​ e Júlio Amorim

6 comentários:

Anónimo disse...


Muito oportuno, o Património do Fado também é material, e o seu Museu deve urgentemente salvaguardar as tabernas e neste caso o único ou raro que resistiu às cegas demolições

Henrique Oliveira disse...

Obrigado pela iniciativa.

Miguel disse...

Muito interessante, fundamental a preservação destes espaços.

Anónimo disse...


Sim, é preciso defender o património MATERIAL do Fado.

ana disse...

Ainda bem!deviam era terem se lembrado disso quando ainda estava aberto!mas pronto mais vale tarde que nunca.espero é que deichem ficar tal qual está(é)á traça antiga tanto por fora como por dentro.porque locais tao bonitos e naturais como a quele ja nao á!obrigado!ana paula

ana disse...

Ola boa noite.ao fim de um ano de ler esta noticia.mandada pelo meu filho que mora em lisboa e conhecendo eu muito bem o Quebra Bilhas!e ja nao morando eu eu lisboa gostava de saber como ficaram estas obras este assunto?pois para mim esse retaurante(tasca)dis me muito!assim como todos os que la trabalhavam e o Dr Reinaldo que na altura era a quem estava entregue(e bem!)o Antigo Retiro Quebra Bilhas.