26/09/2017

O encerramento de Arroios e o não-fim da fome em África

No dia 19 de Julho de 2017 a Linha Verde do Metro de Lisboa recebeu comboios de 6 carruagens.
A estação de Arroios - que podia receber comboios de 4 carruagens mas que apenas recebia de 3 - entrava finalmente para as prometidas obras, pondo fim a anos de estrangulamentos que, de tão ridículos, já circulavam vídeos nas redes sociais.


Durante anos, discussões acerca de faltas de composições, atrasos, carruagens cheias, testemunhos de utentes quase "ao colo" uns dos outros - sem esquecer a polémica não utilização de uma quarta carruagem - eram redireccionadas, invariavelmente, para o mais que necessário encerramento de Arroios, a "tal estação" que impedia a prestação de um melhor serviço na Linha Verde.

O problema estava de tal maneira identificado e circunscrito que muitos apostavam até que a estação de Arroios poderia estar envolvida em problemas bem maiores, como a disseminação da malária ou, em caso extremo, do flagelo que é a fome sentida no continente Africano, Madagascar incluído.

Mas, no dia 19 de Julho, os utentes da Linha Verde viram chegar comboios de 6 carruagens às suas estações. Mais lugares sentados. O dobro do espaço.
O cenário prometia, algumas ONG agradeciam o histórico virar de página.

Mas o que se verificou?
Aumentaram as carruagens dos comboios, diminuiu a frequência dos mesmos.
Espera-se hoje, em hora de ponta, mais do que se esperava antes. A acumulação de utentes nas plataformas é maior e, embora haja mais espaço, também há mais utentes devido ao menor numero de circulações. É um problema transversal a todas as linhas que, aliás, faz todo o sentido... havendo falta de composições.

6 confortáveis carruagens após frequência de circulação superior a 7 minutos (8:43, 26 Setembro 2017)
Encerrada que está temporariamente a estação de Arroios, a Linha Verde não parece estar muito melhor. 
Do estrangulamento à fome em África, afinal devemos-lhe todos um pedido de desculpa.
Uma estação que é, ao mesmo tempo, um bode espiatório ou, ao contrário, um bode expiatório onde passam comboios - mas onde não param, porque está a ser renovada. Porque impedia o bom funcionamento da Linha Verde...

...estou a perder-me com isto, peço desculpa: 
- Mau funcionamento da Linha Verde, afinal era mesmo do quê?

2 comentários:

Anónimo disse...

É o normal. Tanto no metro como na Carris é a mesma conversa. Dá-se daqui depois de muito se insistir e tira-se ali, ou seja, fica tudo na mesma, ou pior. O passageiro é que se "lixa" sempre; paga muito e usufrui de um serviço de qualidade questionável.

Miguel

Anónimo disse...


Propaganda eleitoral para tolos.
NUNCA MAIS