Mostrar mensagens com a etiqueta Patriarcado de Lisboa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Patriarcado de Lisboa. Mostrar todas as mensagens

17/07/2019

É preciso restaurar Arco Grande de Cima / São Vicente de Fora - pedido à CML


Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina


C.c. Patriarcado de Lisboa, DGPC, JF S.Vicente e media

Constatado o estado de abandono de há longos anos a esta parte do arco junto ao Mosteiro de São Vicente de Fora, conhecido como “Arco Grande de Cima”, sem que se vislumbre nenhum anúncio de obras de restauro por parte do seu proprietário, que tudo leva a crer ser o Patriarcado de Lisboa, nem sequer de substituição dos seus vidros partidos;

E sendo este Arco uma peça arquitectónica de suma-importância do conjunto histórico, cultural e assumidamente turístico que compõe aquela lindíssima e ainda preservada zona da cidade de Lisboa;

Solicitamos a melhor atenção de Vossa Excelência, Senhor Presidente, para a necessidade de a Câmara Municipal de Lisboa intervir directamente junto do Patriarcado de Lisboa para que este proceda às obras de restauro do Arco, ou, se necessário e em sintonia com a Direcção-Geral do Património Cultural, assuma a própria CML o projecto e as despesas de recuperação do mesmo, bem como do muro e respectivos acessos, e assegure a possibilidade de acesso do público ao interior do Arco.

Juntamos foto dos anos 40 (!), da autoria de Eduardo Portugal (in Arquivo Municipal), em que já é visível o estado de abandono e degradação do Arco e do muro referido.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Serpa, Júlio Amorim, Ana Alves de Sousa, Beatriz Empis, Vítor Vieira, José Maria Amador, Rui Pedro Martins, Pedro Machado, Virgílio Marques, Carlos Moura-Carvalho, Pedro de Souza, Miguel Atanásio Carvalho, Luís Mascarenhas Gaivão, Fátima Castanheira, Jozhe Fonseca, Miguel de Sepúlveda Velloso, António Araújo, Maria Maia, Jorge Pinto, Maria Ramalho, Maria do Rosário Reiche

11/02/2019

Furem-se as abóbodas do claustro e já!


Adivinha: abobadela, abobadela, quais delas (abóbodas do claustro da Sé de Lisboa), estarão a ser já furadas para passar cabos para iluminação do claustro, no digníssimo projecto do sr. arq. Adalberto? Saberá esta gente o que é integridade física de um MN?

(foto: Lisbonne idée)

06/12/2018

O silêncio do patriarca


Por Miguel Velloso, in Público Online (6.12.2010) «Já todos sabemos que, por cá, as pessoas detentoras de cargos políticos e outros de elevado estatuto, as ditas personalidades de relevo, não se gostam de misturar com a arraia miúda e com os seus problemas.

Vivem em estado de beatitude contínuo e por lá querem ficar, se possível, até ao fim de mandatos, comissões, funções, esperando mais tarde poder receber uma pensão vitalícia. Mas que não se ouse contestar tão grande maná num país mais habituado a ordenados de miséria do que a dinheiro caído do céu. Por que razão destacada lhes é dada tamanha benesse, ninguém descortina, nem imagina.

Altos serviços prestados ao país deve ser a habitual lengalenga com que calarão os invejosos e os tolos que gostariam de saber só um pouco mais. Aos deuses o que é dos deuses, aos mortais trabalho e desejo de uma vida melhor.

Isto já nós sabíamos. Mas que esta maleita, a distância imposta pela prática da indiferença, atingisse o topo da hierarquia diocesana de Lisboa, ninguém poderia imaginar. Em vez de ir ao encontro dos humildes, aplacando-lhes dúvidas, temores e outras minudências, as altas esferas da cúria optaram pelo remanso do silêncio, coisa pouco útil quando rebenta uma onda de espanto em relação às obras nos claustros da Sé Patriarcal de Lisboa. Será esta opção, nada dizer, nada explicar, o rosto visível do velho adágio: “Prega, prega Frei Tomás, faz o que ele diz e não o que ele faz!”?

Claro que as vicissitudes do património não são iguais aos dogmas e outras verdades axiomáticas. Seja como for, a transparência, o debate, o encontro entre opiniões diferentes são, não só de estimular, como de aplaudir.

E são-no na exacta medida em que cada vez mais os lisboetas se vão mobilizando a favor do riquíssimo património histórico da cidade. Para o provar, vejam-se as várias petições em curso contra o mono do Rato, contra os prédios que ameaçarão as vistas do miradouro da Senhora do Monte. Petições a favor de outra localização para o Museu Judaico que não signifique a destruição de um dos mais belos largos de Alfama, contra as operações que, disfarçadas no charme de uma falsa reabilitação, não são mais do que o passaporte para uma descaracterização irreversível de Lisboa. A habitual apatia com que a sociedade se arrastava, tem, felizmente, dado lugar a grupos atentos, activos, capazes de interpelar, discordar, mobilizar, lutar pelo património da cidade, fazendo-o não de uma forma ancorada num passado anquilosado e saudosista mas porque sabem que a facilidade com que o património é destruído em Lisboa é inqualificável. E por isso reagem.

O que está em curso na Sé de Lisboa inscreve-se nessa linha prejudicial à conservação e salvaguarda do património. É o fruto claro de uma escolha arbitrária e é grave por várias razões que já vieram a lume e que me coíbo de mencionar.

A famigerada musealização dos achados arqueológicos do claustro da catedral deve ser feita, decerto, mas não desta forma, profundamente intrusiva num dos mais destacados monumentos nacionais. Tal como tantos já disseram, em Lisboa há uma péssima integração entre o novo e o edificado histórico. Moda que já vem de trás, infelizmente, também aqui e, por maioria de razão, o hábito faz o monge. Se é para intervir que se desfigurem os lugares, que se encomende obra a um nome sonante que se faça aprovar sem grande ruído nos bastidores de uma DGPC que tudo permite e de uma CML que tudo aceita. Ousar impor limites a esse vale-tudo, é uma miragem, uma boa-prática que existe noutros lugares bem longe desta cidade que vai perdendo inexoravelmente o melhor que tinha.

Relembra-se só, que essa operação suscitou algumas e justificadas dúvidas, atempadamente manifestadas por cidadãos individuais e pelo Fórum Cidadania Lx. Por exemplo, o processo de escolha do projectista. Falta de uma verdadeira consulta pública. Tratou-se de ajuste directo entre o encomendante, o Cabido da Sé e o atelier, via Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC? Por que razão não existiram outros projectos? Sendo o autor próximo da directora da DGPC, não acharia conveniente. Sua Eminência, convidar outra equipa que garantisse não se estar perante um eventual conflito de interesses? Houve parecer do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)? Não houve? Houve concurso público para as diferentes empreitadas? Ou decidiu-se fundir os vários processos num só? Se sim, com que base e por que razão? Em relação ao financiamento, quais foram os critérios de elegibilidade que o cabido da Sé, promotor da obra, terá aventado para aceder a uns milhões dos fundos comunitários?

Da parte do senhor patriarca, nada, nem uma palavra, só uma velha e esmaecida fotografia em que Sua Eminência contempla, embevecido, juntamente com o Secretário de Estado de serviço, Jorge Barreto Xavier, uma maqueta da dita obra que pretende, humildade das humildades, refundar o claustro gótico da Sé. Como se este fosse uma coisa comezinha, recente, enxertável.

Na Internet nada. Divulgação de imagens do digníssimo projecto, nem sombra delas, nem da vontade dos senhores cónegos em lançar uma consulta pública que permitisse à população de Lisboa pronunciar-se sobre as malfeitorias que se preparam para o único e singular claustro gótico da capital.

Não é de espantar que a DGPC na sua agilidade esfíngica tenha dado luz verde à bunkerização do claustro. A paquidérmica entidade já fez outros malabarismos para autorizar o que não resistiria a um confronto isento entre as disposições da Lei de Bases do Património e o que é fruto da infinita criatividade de alguns dos nossos prolíficos arquitectos. A esses desvios para poder estar sempre de bem com Deus e com o diabo, também já estamos todos muito habituados.

Não estávamos, contudo, habituados a que de São Vicente de Fora a reacção ao espanto mais do que justo de inúmeros cidadãos de Lisboa, fosse igual ou pior do que aquela que é tradicional nos habitantes rotativos da Ajuda ou nos palcos políticos e municipais.

As referidas perguntas foram oportunamente enviadas ao Cardeal-Patriarca de Lisboa, o qual e, apesar de vários pedidos de reunião, decidiu manter-se num silêncio ensurdecedor, remetendo tacitamente o cabal esclarecimento destas, decerto deselegantes ousadias, para um encontro com o responsável pelo Cabido da Sé, com o arquitecto e com duas solicitas técnicas-superiores da DGPC.

Aí foi explicado o projecto de arquitectura, mas as dúvidas persistiram. O projecto contempla uma abertura de uma porta na muralha da Sé e uma torre-cubelo de linguagem contemporânea revestida a azulejos espelhados em pleno claustro, verdadeira marca autoral e peça altamente intrusiva e dissonante.

Pois este projecto e o processo que a ele conduziu, parecem não encomodar D. Manuel Clemente que foi Prémio Pessoa, logo homem de cultura e de visão. Uma visão, neste caso, enviesada.

Entretido entre sínodos e outros afazeres, D. Manuel Clemente achou que não tinha de dar satisfações de viva voz a nada e a ninguém. O povo que fale com o Cabido e que não se levantem ondas num mar que, apesar de alterado, o Senhor Patriarca considera de uma mansidão irrepreensível.

É evidente que não se critica D. Manuel Clemente pelo seu magistério à frente da diocese de Lisboa. Esta nota é para ser lida exclusivamente em relação àquilo que está em curso na Sé de Lisboa. Mas estranha-se a semelhança de atitude entre o chefe da Igreja lisboeta e as tantas vezes auto-proclamadas elites nacionais que para não explicarem o inexplicável decidem remeter-se ao silêncio dos indiferentes.

E brindam essa indiferença a todos os que consideram menores, falhos de qualquer interesse, gente comum que ao pretender esclarecimentos recebe em troca um muro de chumbo e de opacidade.

Senhor Patriarca, já diz o povo que quem não deve não teme. Estamos em maré de ditados. Perante um caso de tal gravidade patrimonial e impacto na mais emblemática igreja da cidade, o seu silêncio neste outono é de muito mau agoiro. Para além de não ser nenhuma obra-prima.


Membro do Fórum Cidadania Lx»

13/11/2018

Estropie-se a muralha da Sé a bem da bilheteira!


É a célebre porta, que fura a muralha, mas... who cares? Há eminências que disseram "sim, feche-se os olhos". Pago com dinheiros comunitários. É obra!
(foto de Lurdes Pinheiro)

10/09/2018

Eu é que fiz o claustro da Sé de Lisboa, e mais nada!


In Público (1.9.2018)

«Em Lisboa já não há lugares a salvo das investidas de arquitectos enroupados em linguagem dita contemporânea, logo por definição, progressista, amiga do futuro e de uma cidade que dizem não querer estática, etc. e tal. Qualquer comentário crítico em relação à bondade dessa tese é olhado de lado, menosprezado e tido como um lamentável provincianismo bacoco e ignorante. Quase ninguém ousa ripostar sobre a facciosa e dúbia argumentação que advoga, entre tantas outras singularidades, a ideia de que, se um monumento nacional já foi intervencionado no passado, porque carga de água não o poderá ser continuamente, neste e noutros presentes de outras roupagens?

Haja, por isso, quem reclame: as vicissitudes que determinado bem patrimonial tenha sofrido no decurso da sua história, não podem justificar intervenções que acentuem o divórcio entre a época em que foi edificado e aquela em que nos é dado poder usufruí-lo. E que na cidade devem permanecer zonas a salvo dessas investidas que condenarão irremediavelmente a integridade do sítio, por via da dissonância, que rebaixará desde logo a bitola da valia patrimonial que levou à classificação do bem, bitola sócio-cultural mas também arquitectónica.

Spiritu loci, o ICOMOS redigiria a declaração de Québec em 2008, frisando justamente a necessidade da preservação do espírito do lugar, através da protecção do património material e imaterial como formas inovadoras de se assegurar o desenvolvimento sustentável. Afinal, nada mais moderno e na ordem do dia das preocupações mundiais.

Nada disso preocupou os autores, os promotores ou os decisores das obras em curso no claustro da mais importante igreja de Lisboa, a Sé-Catedral, Monumento Nacional. Que disso não haja a mais pequena dúvida.

Mais uma vez ressalvamos (porque há quem ainda não tenha percebido a diferença) que não estão em causa as justas preocupações em valorizar os achados arqueológicos, acabando com a vergonhosa cobertura de “galinheiro” que ali esteve durante décadas. Rearranjar-se o claustro e dar-se uma nova dignidade aos achados arqueológicos são pontos incontestáveis, e de aplaudir junto a quem de direito.

Já não o são (foram) o projecto escolhido, a forma como o processo foi conduzido e o (agora parece que alegado) financiamento comunitário. Vamos por partes:

1 – O projecto escolhido (cujo autor, o arq. Adalberto Dias, é marido da actual Directora-Geral do Património Cultural) propõe a abertura de uma porta na muralha sul do monumento e a construção de uma torre à altura dos dois pisos do claustro, de risco contemporâneo e revestida a azulejo espelhado, de um tom pardo.

Portanto, iremos ter num claustro gótico, o único existente na cidade, uma torre em linguagem claramente dissonante com o espírito do lugar e com a integridade visual e monumental existente até agora.

Os argumentos expostos para a legitimidade de uma tal intrusão no centro de um dos Monumentos mais emblemáticos do país, é mais do mesmo, “a Sé já foi intervencionada”; “nada do que lá está representa a pureza original da sua construção”; “as intervenções de Augusto Fuschini e de Couto Abreu acrescentaram num pastiche deplorável elementos revivalistas”; "as várias campanhas de obras ao longo dos séculos, afastaram a Sé da sua aparência original."

Em parte é verdade, mas por essa linha de raciocínio seria bom remover-se grande parte da estatuária da Notre-Dame de Paris, colocada no século XIX na grande campanha de restauro e reposição da integridade gótica do edifício, bastante prejudicada pelos excessos revolucionários do século XVIII. Os arquitectos Viollet-le-Duc e Lassus souberam interpretar o que os parisienses quereriam e devolveram à cidade o monumento que é hoje um dos seus símbolos. O mesmo se poderá dizer, por exemplo, da catedral de Viena cujo telhado foi reedificado após os bombardeamentos da 2.ª Guerra Mundial; ou dos nossos Jerónimos… sendo ainda importante não esquecer que essas intervenções no passado, embora executadas segundo o gosto ou estilo da época raramente ou nunca o foram com materiais "dissonantes", bastardos ou alienados ao sítio a que destinavam.

Mas por cá é-se tido como provinciano se se defende a integridade de lugares e monumentos e que estes não podem ser violentados por projectos com “marca de autor” (os quais assim esperam ganhar a eternidade).

Continuamos a defender que ninguém deveria achar-se capaz de refundar o claustro da Sé de Lisboa, um monumento carregado de história. Enganámo-nos. Porque humildade e discrição não parecem ser moeda corrente em certos ateliers, corredores e mentes de alguns decisores. Apesar das convenções e das recomendações da Unesco ao ICOMOS, nada muda. Se é para intervir que se brutalize.

2 – A forma como o processo foi conduzido: da evidente falta de consulta pública - a existência de três artigos numa revista de reduzida divulgação, e uma sessão de apresentação na sede dos arqueólogos não chega para se dizer que houve consulta pública, ou chega? – à selecção da equipa projectista, pois teria sido mais justo e coerente se a equipa escolhida não estivesse tão próxima da DGPC, que o está e que disso também não restem dúvidas.

Aliás, não se chega a perceber se houve concurso público ou ajuste directo, se houve outros interessados em desenvolver o projecto e a obra, vá-se lá saber porquê.

3 – Por fim o financiamento: na obra ostenta-se um cartaz oficial que afiança ter havido financiamento comunitário através do programa Portugal 2020. Mas em resposta a uma nossa pergunta, a DGPC afirmou que não teria dado entrada nenhum pedido/candidatura da entidade promotora, o Cabido da Sé. Em que é que ficamos?

Em jeito de remate, acreditamos no seguinte: por mais importantes que sejam uns achados arqueológicos, estes não devem suplantar a importância da leitura do lugar onde se encontram. Em casos tão sensíveis como este, o argumento da necessidade de salvaguardar os vestígios arqueológicos não pode ser o óbice à implementação de determinado projecto – e projectos há muitos (como chapéus) - e neste caso deveria ser obrigatório escolher-se aquele que fosse capaz de articular esta salvaguarda como o respeito pela envolvente construída. Não se pode aceitar que a arquitectura do presente suplante, na sua arrogância, tudo o resto: as arquitecturas do passado, o espírito do lugar, diríamos mesmo a própria arqueologia, porque perfurar-se a muralha da Sé e enfiar-se num cantinho do claustro com uma escada revestida a azulejos, isso nada tem que ver com a exposição dos vestígios arqueológicos.

O que se projecta, e está em curso, no claustro da Sé de Lisboa, Monumento Nacional, é a nosso ver um atentado ao património, e configura mais dúvidas do que certezas, já para não falarmos no quão esquecidos estão os promotores em relação a “minudências” como, por exemplo, uma magnífica sacristia que ninguém pode visitar, o órgão do Evangelho que não toca há séculos, um dos torreões da fachada que até há poucos anos inspirava os maiores cuidados a nível da estrutura (já teve obras?).

Já Carlos V dizia, referindo-se à construção da catedral de Córdova no meio da maravilhosa mesquita omeíada: “arrasaram o singular, o raro, o que poucos viram, enxertando-lhe o que já todos conhecem e viram”. Estávamos no século XVI.

É pena que os arautos da nossa caseira modernidade, de trivial contemporaneidade, façam tábua rasa do pré-existente e insistam na triste ideia de que nada é imutável. Mas é justamente essa urgência em guardar para as gerações vindouras a integridade do que pode perecer, que nos leva a querer salvaguardar o nosso património no que ele tem de excepcional e singular, no caso, a Sé de Lisboa.

Pelo Fórum Cidadania Lx

Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Bernardo Ferreira de Carvalho, Pedro Cassiano Neves, Júlio Amorim, Eurico de Barros, Henrique Chaves, Miguel Jorge, Rui Martins, Jorge Santos Silva, Jorge Pinto, Luís Mascarenhas Gaivão, Helena Espvall, José Maria Amador, Pedro Janarra»

29/06/2017

Autocarros junto à Sé - vergonha - protesto - intervenção urgente, é preciso - proposta à CML


Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. Fernando Medina


C/c. Patriarcado de Lisboa, COMETLIS da Polícia de Segurança Pública, Comando da Polícia Municipal, AML, JF Santa Maria Maior, ATL e media

Como é do conhecimento de V. Exa., há já mais de duas décadas que se assiste a uma situação vergonhosa no bairro da Sé, situação que se tem vindo a agudizar nos últimos anos em virtude do “boom” turístico de que Lisboa tem sido alvo ao tornar-se um popular, e compreensível, destino “low cost”.

Falamos do congestionamento de trânsito junto à Sé de Lisboa, designadamente dos inúmeros autocarros de turismo de grande dimensão que ali transitam, param, entopem, estacionam de forma selvagem, poluem o ar e as vistas, e tornam num inferno o dia-a-dia da população, de forma aliás contraproducente para quem nos visita e é certamente avesso a situações terceiro-mundistas como a que relatamos e ilustramos (vide fotos actuais em anexo e nosso alerta em 2012; http://cidadanialx.blogspot.pt/2012/10/caos-inacreditavel-no-largo-da-se.html), até pelo simples facto de que estragam as “selfies”; situação impensável, para não irmos mais longe, nas imediações das catedrais de Madrid, Barcelona, Toledo, Salamanca ou Segóvia.

Neste âmbito, e porque se assiste à total passividade da Polícia em ordenar o trânsito e impedir a circulação e o estacionamento ad hoc destes autocarros nos bairros históricos da cidade, ou autuar conveniente e exemplarmente as empresas de transportes de turismo que assim procedem;

Vimos solicitar a V. Exa. que, (em sintonia com o Patriarcado de Lisboa e o Cabido da Sé de Lisboa, a Polícia Municipal, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e a Associação de Turismo de Lisboa), faça implementar e cumprir, tão breve quanto possível, a proibição de circulação de autocarros de turismo na zona histórica de Lisboa, mormente em Alfama, fazendo direccionar os autocarros para a Avenida Infante D. Henrique, onde poderão estacionar junto ao novo terminal de cruzeiros, e os turistas poderão percorrer a pé toda a zona de forte pendor turístico (Sé, Alfama, Castelo).

Igualmente, parece-nos efectivamente desejável o plano da CML em avançar com uma zona de estacionamento para autocarros de turismo no Martim Moniz, assim a mesma seja possível em tempo útil.

Aproveitamos, a propósito do ordenamento do trânsito e da actividade turística, para alertar que a proibição de circulação de tuk-tuks na zona de Alfama/S. Cristóvão não está as er fiscalizada, circulando aqueles veículos sem constrangimentos policiais.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Bruno Palma, António Araújo, Ricardo Mendes Ferreira, Fernando Jorge, Rui Martins, João Oliveira Leonardo, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Maria Albina Martinho, Inês Beleza Barreiros, Pedro Henrique Aparício, Jorge Pinto, Maria de Morais, João Mineiro, Maria do Rosário Reiche, José Maria Amador, Fátima Castanheira

Fotos da JF Santa Marior

21/07/2014

Constituído movimento para recuperar a igreja de São Cristóvão




Mais de duas centenas de pessoas aderiram ao movimento que pretende recuperar a igreja de São Cristóvão, em Lisboa. Trata-se de uma igreja construída em 1680, com 44 telas de Bento Coelho da Silveira emolduradas numa rica talha dourada.
  Segundo a página do Facebook deste projeto (www.facebook.com/aarteemsaocristovao), os objetivos do ‘Movimento de Recuperação da Igreja de São Cristóvão’ passam por “recuperar e travar o estado de degradação em que o edifício e o património que integra se encontram”, “divulgar a história e a arte do monumento e da cidade”, “dinamizar a vivência do espaço religioso e cultural”, “promover e estimular a criação artística na comunidade onde se insere”, “fomentar a criação de parcerias entre as várias associações, coletividades, movimentos, entre outros, da comunidade onde se insere” e “contribuir para o desenvolvimento económico da comunidade envolvente”.
Este novo projeto da paróquia de São Cristóvão, na Mouraria, em Lisboa, foi apresentado para o Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa e teve início com a celebração da Eucaristia, no passado dia 9 de julho.
  Informações: http://scristovao.weebly.com

Fonte: http://www.vozdaverdade.org/site/index.php?id=4130&cont_=ver2