26/12/2009

Mercado lisboeta espera há quatro anos por fim de obras

Em Campo de Ourique, a paciência esgota-se com o prolongamento, já vai em quatro anos, das obras no mercado. Em Janeiro recomeçam os trabalhos.

O pavimento já esteve colocado e as bancas pareciam prontas a receber os vendedores agora refugiados em outros espaços, mas depressa se percebeu que o piso não era anti-derrapante e que existiam outros erros. No Mercado de Campo de Ourique, os três meses de obras previstos para a remodelação das bancas de peixe transformaram-se em quatro anos de impaciencia e "muito pó".

Desde 2006, os trabalhos de modernização daquele espaço têm visto avanços e recuos sucessivos que, segundo os vendedores, só podem ser consequência de uma má gestão financeira. "Os sacos azuis não existem só em Felgueiras, aqui também há", disse o vendedor António Tavares.

O fiscal coordenador do Mercado, António Bernardo, referiu ao DN que "falar sobre este assunto não faz sentido, numa altura em que apenas falta menos de um mês para o reinício das obras", já para os comerciantes tudo não passa de mais promessas.

"Agora voltaram a tirar os taipais para parecer que vão começar as obras, mas eu não acredito nisso", disse Patrícia Maurício, vendedora de peixe, adiantando que "em caso de inspecção, a ASAE não iria concordar com aquela vergonha".

Para além das críticas à forma como estão a ser feitas as obras naquele local, os comerciantes de peixe dizem estar a ser ignorados pelo executivo do município.

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) já reagiu, em comunicado, garantindo que este atraso se deve unicamente a uma situação de "litígio com o empreiteiro por incumprimento das devidas condições de higienização e segurança". A mesma fonte, refere ainda, que o responsável se recusou a proceder às alterções necessárias, o que obrigou a CML "a recorrer à rescisão do contrato e à contratação dos trabalhos em falta a outra empresa". Confirmando a informação avançada pelo fiscal coordenador do Mercado, o documento indica ainda que já foi providenciado "o processo de adjudicação dos trabalhos de conclusão , cujo início está previsto para o próximo mês de Janeiro".

Algumas comerciantes, que vão ver o espaço da sua banca reduzido com estas obras, dizem não concordar com o aumento da mensalidade. "Não fomos nós que pedimos as obras, mas somos nós que as pagamos. Nós tínhamos todas as condições para trabalhar", disse a peixeira Idília Moreno, adiantando que "se havia partes danificadas, bastava recuperá-las."

A CML salientou que "actualmente os comerciantes de pescado pagam 23,50 euros, por metro linear" e que passarão a "pagar a taxa que vier a ser aprovada para 2010", acrescentando que "a tabela ainda se encontra em revisão".

Mas os vendedores dizem já ter sido informados de que o valor das rendas será bastante superior àquele que é praticado nas bancas velhas, "passando a ser o dobro", dizem todos.

In DN

Como é que Portimão é capaz de transformar o seu mercado municipal num espaço atractivo, com horários de gente e serviços capazes de competir com as grandes superfícies e Lisboa se vê grega para fazer uma renovaçãozita num mercado de bairro?

1 comentário:

Anónimo disse...

O povo é sereno!