In Público (30/12/2008)
Ana Henriques
«Festa de final de ano justifica fim antecipado de polémica intervenção publicitária, justificada pela falta de verbas da autarquia para pagar iluminações das ruas
Foram-se embora logo a seguir ao Natal para não mais voltarem. Alvo de contestação praticamente unânime, as bolas gigantes da TMN que ocupavam o Terreiro do Paço há um mês foram dali retiradas para que a tradicional festa de final de ano se possa realizar, e não voltarão a ser montadas depois disso, embora as restantes iluminações da quadra se mantenham até aos Reis, no dia 6 de Janeiro.
A entrega da praça mais nobre da cidade à operadora de telecomunicações, em troca do patrocínio das iluminações de Natal, gerou uma onda de indignação que se estendeu à blogosfera, onde as críticas foram mais que muitas. E na Câmara de Lisboa, que autorizou a mega-instalação publicitária, houve quem lembrasse que as promessas eleitorais de António Costa condenavam esta espécie de privatizações temporárias do espaço público.
Perante as reclamações dos munícipes e a pressão da autarquia, a empresa de publicidade encarregue das decorações de Natal nas ruas da cidade, a Multimedia Outdoors Portugal, ainda reduziu o número de bolas, de 30 para 22, o que não foi suficiente para reduzir o desagrado. A Assembleia Municipal exigiu explicações da autarquia sobre os compromissos e as contrapartidas que permitiram a ocupação, "com tanto mau gosto e tão a despropósito", deste e de outras praças lisboetas com publicidade, em troca do financiamento das iluminações. Além da TMN, foram os Correios, a Zon e a Santa Casa da Misericórdia a pagar as luzes das ruas. A autarquia não gastou um tostão.
A Assembleia aprovou ainda uma recomendação exigindo a "imediata cessação" da campanha da TMN - o que não chegou a acontecer -, considerada pela maioria dos deputados municipais como um "atentado ao espaço público".
É bem diferente da instalação montada no Terreiro do Paço a imagem da intervenção em causa apresentada pela Multimedia Outdoors Portugal no seu site: não é visível qualquer publicidade. Manuel Simões de Almeida, responsável da Multimedia Outdoors Portugal, diz que não é o desagrado generalizado que faz com que a publicidade da TMN não volte a ser montada na praça após a festa do final de ano, até ao dia de Reis. "Já estava previsto que assim fosse", assegura, negando também que tenha havido unanimidade na apreciação do efeito das megabolas: "Houve quem gostasse e quem não gostasse." Os que gostaram têm bom remédio: subir ao Marquês de Pombal, onde estruturas iguaizinhas às do Terreiro do Paço se vão manter até ao dia 6. »
E JÁ NÃO ERA SEM TEMPO. E podiam ter feito o mesmo às «decorações de Natal» do Rossio, Praça da Figueira, Marquês e alto do Parque Eduardo VII, que são todas altamente deprimentes. Espero que quem de direito tenha aprendido com a experiência e que para o ano de 2009 a coisa não se repita ... por sinal, em 2009, o Carnaval irá ser uma constante;-)
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1 comentário:
É hilariante como o autor deste post fala em "privatização". Ora vejamos:
- TMN
- Correios
- Santa Casa
Digamos antes que o Sr. Estado tira da algibeira direita para colocar na algibeira esquerda. Faz um negócio consigo próprio...
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