16/12/2008

Peões no passeio, atenção

Retomo uma notícia do Público de dia 12, chamando a vossa atenção para o texto em bold:

Peões e motociclistas são dois terços das vítimas de acidentes em Lisboa-PUBLICO- 12.12.2008

Dois terços das vítimas mortais resultantes de acidentes em Lisboa, no ano passado, eram peões ou condutores de motociclos, dois dos principais grupos de risco identificados pela PSP em matéria de segurança rodoviária. Os dados revelados pelo subchefe da PSP António Lérias comprovam que os peões continuam a ser vulneráveis, mas os responsáveis da segurança rodoviária ontem presentes num seminário sobre este tema alertaram para a influência do ambiente urbano e do comportamento de peões e condutores, a nível da prevenção de acidentes.
A melhoria do ambiente rodoviário em meio urbano é precisamente um dos objectivos da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária para o período 2008-2015, adiantou o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Paulo Marques.
Este plano prevê também estudos sobre os regimes sancionatórios aplicáveis aos peões e condutores noutros países e a avaliação das condições necessárias para a fiscalização eficaz do comportamento dos peões.
"Os peões não precisam de ter carta para andar nos passeios e isso retira-lhes muita responsabilidade em termos de acidente", salientou o responsável da ANSR. "O peão não sente que está a cometer uma infracção e as forças de segurança não dão tanta atenção a estas matérias como dão a outros veículos", acrescentou.
Paulo Marques declarou que o Governo pretende lançar campanhas de sensibilização e actuar a nível de fiscalização, mas admitiu que "há um longo caminho a percorrer" em termos de mudança de mentalidades.
Em Lisboa, uma das cidades europeias que mais reduziu a sinistralidade nos últimos anos, 43 por cento das vítimas mortais registadas entre 2000 e 2006 eram pedestres. Os acidentes em Lisboa tiveram diminuição expressiva entre 2007 e 2008, passando de 11.520 para 7127, segundo António Lérias.
Mário Alves, assessor para a mobilidade da Câmara de Lisboa, destacou igualmente a redução do número de mortes de crianças, mas lembrou que parte desta estatística reflecte a diminuição da ocupação do espaço público, já que "as crianças estão cada vez mais fechadas em casa". Lusa
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7127 acidentes foram já registados em Lisboa no corrente ano, contra 11.520 contabilizados em todo o ano de 2007
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A ficção ultrapassou a realidade:

Resumo do Código do Passeio(*)

Art. 14: É proibido a um automóvel estacionar a menos de dois milímetros de uma porta ou portão
Art. 37: É proibido ao peão que se desloca no passeio subir para cima de um automóvel estacionado a 2 milímetros de uma porta ou portão.
Art. 76: O peão ligeiro deve recolher os ombros ao cruzar-se com um pesado.

(*) “Sinais do Trânsito” – Manuel João Ramos, Lisboa: Assírio & Alvim, 2000.
Imagens de Manuel João Ramos
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4 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

A Playstation salva muitas vidas.

Anónimo disse...

A Cidade vai recuando cada vez mais perante a "via-rapidização" das suas ruas e avenidas.
Uns preferem transformar avenidas, como a 24 de Julho, em vias rápidas atravessáveis pelos peões por passagens superiores.
Outros preferem enterrar o trânsito em túneis para que os peões possam andar à vontade na superfície.
Aqueles são os "Zés" da vida, estes são os "populistas"...

Anónimo disse...

Ontem, Terça Feira, 16 de Dezembro, assistimos a uma patética Operação STOP organizada pela PSP dentro do Jardim da Estrela, rotunda da Pedro Alvares Cabral.
Os carros entravam por um portão e saíam por outro.
Alguem tem imagens?
Para quando uma PSP que se faça respeitar?

Anónimo disse...

Realmente- raios partam os peões mais os seus corpos tão molezinhos, irra!