In Diário de Notícias (9/12/2009)
por L. L.
«Entre 2006 e 2008, o Estado vendeu à Estamo, uma empresa de participações imobiliárias de capitais públicos, 97 imóveis que, no total, significaram um encaixe financeiro nos cofres públicos de 598 milhões de euros. Segundo os relatórios de contas daquela empresa, o melhor ano de compras, e de vendas para o Estado, foi o de 2008, com valores que atingiram os 304 milhões de euros.
"A Estamo tem como objectivos principais a aquisição de património imobiliário, nomeadamente ao Estado e a outras entidades públicas, e a sua alienação directa ou após o desenvolvimento de acções de promoção e valorização imobiliária, bem como proporcionar ao Estado soluções para a reinstalação de serviços em condições adequadas, mediante arrendamento", lê-se no sítio da Internet.
Tal como noticiou ontem o DN, entre os imóveis alienados pelo Ministério da Justiça, e adquiridos pela Estamo, encontra-se o Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) que foi avaliado em 60 milhões de euros. Mas como continuou a ocupá-lo, o ministério passou à condição de inquilino.
Questionada pelo DN, a Estamo explicou: "A Estamo já assinou o contrato-promessa de compra do EPL e aguarda que as formalidades registral e matricial sejam cumpridas." E acrescentou: "Desde Dezembro de 2007 e até à data de emissão do título de ajuste directo à Estamo, esta empresa receberá, nos termos do contrato, uma indemnização mensal correspondente a 5% sobre 12 meses, calculada sobre o preço efectivamente liquidado, actualizado anualmente pelo Índice de Preços do Consumidor (IPC).»
09/12/2009
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4 comentários:
Hummmm..... isto cheira-me a desorçamentação.
O Estado encaixa dinheiro com vendas a uma empresa do estado, que provavelmente se financia junto da banca.
São as tais receitas extraordinárias, que no tempo da outra senhora era um escândalo.
Já se vão os anéis e será que ficam os dedos?
Luís Alexandre
A ESTAMO também comprou recentemente os terrenos e edifícios dos Hospitais de S. José, do Hospital dos Capuchos, do Hospital de Sta Marta e do Hospital Miguel Bombarda, este último em fase de encerramento.
( ver Despacho nº 22453/2009, Diário da República 2ª série, nº197 de 12 de Outubro de 2009 pag. 41129 )
E irão ser vendidos pela ESTAMO para condomínios, nova construção, e demolições, com edifícios CLASSIFICADOS e outros de grande interesse histórico e arquitectónico nesses Hospitais do centro da cidade.
E sem planos de pormenor e regras,pura ESPECULAÇÃO E NEGOCIATA,
tudo isto com o conhecimento e aprovação desta Câmara de António Costa e Helena Roseta.
a oposição anda a dormir ?
e os defensores do património da coligação ?
Penso que em se tratando de património privado do estado, a Câmara será totalmente alheia a esses negócios.
A Câmara só deverá ter oportunidade de exercer o seu poder quando receber os projectos de licenciamento da nova utilização.
Se os hospitais vão ser deslocalizados para a zona oriental de Lisboa, também não será agradável para a cidade e os seus habitantes que esses equipamentos fiquem abandonados. Na zona onde se situam era potenciar a criação de um novo casal ventoso.
Luís Alexandre
Luís Alexandre pensa mal, muito mal.
Desde logo não existe "património privado do Estado", é todo PÚBLICO.
E claro que a utilização tem de ser aprovada pela Câmara: se o terreno é para indústria, habitação, escritórios, comércio (pequeno ou grande), cultura, lazer, jardins, ou hotéis, condomínios fechados, habitação, se existirão ruas (a urbanização) dessas DEZENAS DE HECTARES compactos.
Por outro lado concerteza que a Câmara e até o IPPAR deverão ter direito de preferência no caso de Monumentos Nacionais e outros edifícios classificados.
Se calhar até já existem aprovações nesta última vertente ...
E essa desses locais se transformarem em Casal Ventoso, cheira mesmo a conversa de Lóbi do Betão ...
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