A Plataforma por Monsanto acusou hoje a Câmara de Lisboa de estar a derrubar "sem critério" dezenas de árvores do parque florestal, mas o vereador do Ambiente afirma tratar-se de uma operação necessária, que se realiza anualmente.
Segundo Artur Lourenço, da Plataforma, o abate começou no Verão e, já na altura, o grupo pediu esclarecimentos ao pelouro dos Espaços Verdes.
"Deram-nos alguma informação e ficámos por ali, achámos que podíamos estar a ser exagerados. Só que recentemente as coisas complicaram-se, recebemos várias chamadas de alerta, inclusive de pessoas de dentro da câmara, e quando fomos ver o que se passava ficámos aterrorizados", contou à Lusa.
A zona da Alameda Keil do Amaral está no centro das preocupações, depois do Alto do Duque e do antigo aquaparque, constituindo a maior mancha da Europa de pinheiro-das-Canárias. Junto ao parque de estacionamento foi derrubada uma árvore de borracha sem qualquer motivo, só por um capricho, além de pinheiros, carvalhos e eucaliptos".
Artur Lourenço referiu que os últimos pedidos de esclarecimento à autarquia, enviados no mês passado, não surtiram qualquer efeito, o que motivou a Plataforma a lançar hoje um comunicado onde pede a suspensão dos trabalhos e a divulgação dos critérios utilizados para o "corte indiscriminado de tantas árvores" e do conteúdo do contrato celebrado com a empresa responsável pela empreitada.
Para as associações, o município está a cometer um "arboricídio" injustificado que "ultrapassa em muito" uma normal acção de limpeza.
Reagindo a esta polémica, o vereador do Ambiente e Espaços Verdes, José Sá Fernandes, afirma que “houve critérios na intervenção e a plataforma foi informada" pelo que "não pode alegar desconhecimento”.
De acordo com Sá Fernandes, além da limpeza de infestantes, como acácias, aquela intervenção é a chamada “monda das árvores”, que “todos os anos se faz, porque é necessário”.
“Para se desenvolverem algumas árvores, têm que se cortar outras. Isso faz-se em qualquer parte do Mundo”, argumentou.
“Houve critérios, definidos por profissionais”, sublinhou.
in Jornal i
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Em julho deste ano a plataforma por Monsanto pediu , ao gabinete do Sr. Vereador Sá Fernandes,esclarecimentos sobre a limpeza de mata que estava a decorrer porque esta levantava muitas dúvidas. Foi dada uma resposta que nos pareceu aceitável e ficámos por aí. Mas continuamos atentos.No dia 20 de Novembro, e depois de muitas queixas dos utilizadores e de constatarmos regularmente no local que a limpeza ultrapassava em muito informação que nos tinha sido dada,foi enviado novo pedido de esclarecimento, desta vez para o Sr. Presidente António Costa e para o Sr. Vereador José Sá Fernandes.No dia 4 de Dezembro recebemos a resposta do Sr. Presidente dizendo que remetia a resposta para o Sr. Vereador Sá Fernandes, o que é normal, que nunca respondeu. Perante a gravidade da situação( que se agrava de dia para dia como facilmente se constata no local) e porque a resposta dada em julho nada tinha a ver com a situação actual a Plataforma faz sair o comunicado. Segundo o nosso entendimento, e de muitas pessoas responsáveis que não pertencem á plataforma, isto é muito mais que uma limpeza de mata, ou "monda das árvores" e por isso mesmo exigimos saber quais os critérios concretos para o abate das árvores e quais os termos do contrato celebrado com a empresa encarregue da empreitada.A plataforma por Monsanto sempre teve uma atitude responsável e de dialogo na defesa do Parque Florestal de Monsanto e assim continuará.
18 comentários:
Que paranóia por aqui cada vez que se corta uma árvore. Vão dizer que Monsante é uma área protegida especial? há umas décadas atrás não havia uma árvore sequer em monsanto...
Claro que é, pelo regime Florestal. Caso não tenha reparado até se chama Parque Florestal de Monsanto. Por muito que isso custe a muita gente.
E qual o especial interesse de uma área onde ninguém vai e que nunca foi área florestal historicamente?
Não seria caso de fazer ao Sá Fernandes o mesmo que ele fez a alguma obras em Lisboa?
Uma providencia cautelar?
Caro Filipe,
é-me difícil escrever esta mensagem sem cair na tentação de ultrapassar a fronteira do que é o meu comportamento normal. Ainda pensei deixar passar em branco o seu comentário de forma a deixá-lo deleitar-se como um exibicionista se deleita ao abrir a gabardine à espera de alguma reacção. Mas na realidade penso que deveria ler o que lhe vou escrever: é óbvio que não vem a este sítio para esclarecer ou ser esclarecido, não vem para encontrar soluções nem sugeri-las. Vem aqui fazer o papel do ignorante - não penso que o seja na realidade - que serve as suas intenções de alguma forma insondável. Não está, com certeza, à espera que lhe venham explicar a importância do parque de Monsanto para a cidade de Lisboa - a mesma importância que a natureza tem onde quer que esteja - nem porque se deve defender com unhas e dentes qualquer árvore. Quantas vezes foi à Amazónia? Sabe muito bem que a humanidade depende dela.
Faça-nos um favor, não abuse da paciência dos demais com este tipo de comportamento infantil e pueril que, de todo, somente nos convence que as suas opiniões não valem mais do que...nada!
Obrigado dona Tolinha, apenas reforçou o meu argumento e confirmou-me que não há argumento algum da sua parte, limitou-se a transparecer a sua grandessíssima indignação por alguém discordar de si.
Caros Amigos do Parque Florestal de Monsanto,
Citando o que vem escrito em http://www.tt08.blogspot.com/ a propósito do que se passa no Príncipe Real e com mais propriedade ainda "falta saber se foi ou não pedido, como deveria ter sido, a autorização prévia à Autoridade Florestal Nacional (nos termos do ainda em vigor artigo 1º do Decreto nº. 28.468 de 15 de Fevereiro de 1938).
Deixem-me vêr se percebi o problema:
Árvores vão abaixo: culpa é do Sá Fernandes
Plantam-se árvores: foram os Serviços da CML
Julgo que não me enganei, é assim que se pensa por aqui, não é?
Caro Filipe Melo e Sousa: até dá jeito haver alguém como você nestes blogues, que defende o carro em cima dos passeios e acha que Monsanto não é uma área protegida só porque antigamente não havia árvores. E antes também não havia carros! E nem no Buçaco, nem em Sintra havia árvores, sabia? A Natureza também se constrói, não é só o betão. E tem que ser mantida. Nem acredito que tenho que escrever estas coisas, parece que estou a dar uma aula do ensino básico!
esqueceu-se de referir o pinhal de leiria, embora eu reconheça que esse tem alguma relevância. eu também lhe explicava que as árvores têm um ciclo e tempo de vida, e que é necessário abater algumas para manter o parque, mas não tenho muito tempo, e tenho um exame de contabilidade amanhã. cumprimentos ;)
Não sou especialista em botânica e como tal não consigo me pronunciar, com fundamento, sobre a matéria, não me custando dar o benefício da dúvida à CML.
No entanto, aqui há um problema de princípio.
Sendo estas árvores parte integrante do património público, como seriam, por exemplo um veículo ou uma máquina, o seu abate deveria respeitar algum tipo de procedimento (razoável) que evitasse todo este ruído.
Se a CML quiser proceder ao abate de uma máquina obsoleta, não pode simplesmente deitá-la no lixo e comprar um nova, há regras. Porque não pensar em qualquer coisa dentro desse registo?
Luís ALexandre
Se continuarem a cortar assim árvores todos ao anos rapidamente se poderá construir um campo de golfe em todo monsanto.e ainda nãoo começaram a cortar para a ren, aí é que vai ser mondar carago.
garanto-vos que o parque se tornaria mais útil. e os fundamentalistas do costume não poderiam dizer que não mantiveram o verde
a plataforma por monsanto ganharia mais credibilidade se se deixasse de histerismos e insinuações de que a "empresa encarregue da empreitada" vai fazer um negócio da china.
obviamente a plataforma monsanto não parece conhecer o preço da madeira senão não vinha com estas asneiras. provavelmente até pensam que a madeira vai ser utilizada para mobílias...
A Câmara Municipal paga milhares de euros a empresas de manutenção para manterem Monsanto. O corte de certas árvores não era sequer vantajoso do ponto de vista financeiro, pelo que a empresa não poderá, a meu ver, estar a lucrar com isto por cortar mais árvores ou menos árvores. Até me parece que lucraria por cortar...menos (menos trabalho)!. O plano de manutenções da CML esteve necessariamente à consulta de cada vez que houve uma fase do concurso que agora vigora.
Alguém o consultou?
É preciso ter cuidado porque todas as semanas há um "escândalo" qualquer, como as famosas árvores classificadas do Príncipe Real que afinal eram uns choupos, e depois um dia destes ainda há mesmo um problema e ninguém já acredita...
Caro AJM,
Se se desse ao trabalho de se informar saberia que no caso do Pr. Real não foram só choupos. Foram também ulmeiros e rubíneas no interior do jardim.
AJM,
compreendo a sua posição mas acho que tem que se informar melhor sobre o que está a dizer, e aqui falo em relação a Monsanto. Temos sempre a preocupação de nos informar-mos e de dialogar e pode ter a certeza que só falamos em último caso, bem como nunca, mas nunca, falamos só por falar ou contra esta ou aquela pessoa em particular. Pode ter a certeza que temos coisas bem mais interessantes para fazer que andar a fiscalizar o Parque ou a perder tempo a defender o que deve ser defendido por quem elegemos.Eu por mim prefiro bem mais ir lá passear ou andar de bicicleta em vez de lá ir fazer de policia.Prefiro bem mais estar a fazer outra coisa do que estar aqui a responder-lhe ou a colocar posts, preferia bem mais estar a falar de coisas positivas e agradáveis. Preferia bem mais estar aqui a dar os Parabéns á CML por uma coisa bem feita .E ser houver um escândalo todas as semanas,todas as semanas estes devem ser divulgados. Cidadania é participar na vida da cidade, se necessário na sua defesa,é isso que a P.por M. faz há anos no PF de Monsanto. Com todas as forças políticas. Com seriedade.
Cumprimentos.
Caro A.Lourenço:
Respeito muito a cidadania e tento acompanhar este blogue que é muito útil. Mas vejo uma onda de contestação a tudo o que se faz que nem sempre tem correspondido à realidade quando as coisas chegam ao final. Parece-me que há muita coisa a ser feita nos espaços verdes (finalmente, houve anos de marasmo absoluto) e quando há muita coisa haverá alguns erros, mas durante anos passava para o trabalho de manhã e à tarde de carro por Monsanto e arrepiava-me todo pela densidade do matagal - árvores secas, arbustos, de densidades assustadoras, à mercê de qualquer fósforo ou beata mal apagada. Felizmente nunca aconteceu. Manter as matas é obrigatório e não me parece errado e não acredito, à partida, mesmo pelas fotos, que estejam a destruir Monsanto. É bom estar alerta, contudo. Cumprimentos
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