03/06/2010

Brincando com o nosso dinheiro.

A poente do Jardim da Praça do Príncipe Real existiam dois espaços verdes que foram calcetados a pretexto de permitirem que a feira de produtos biológicos, que se realiza aos Sábados, permanecesse no Príncipe Real no decurso das obras no jardim.
O primeiro espaço, o marcado a vermelho e designado por A no croquis abaixo, foi o primeiro a ser calcetado e é nesse espaço onde a feira se tem realizado. O espaço B, calcetado semanas depois, nunca chegou a ser ocupado.



Apesar de as obras no jardim terem sido anunciadas meses antes, o calcetamento do espaço marcado a vermelho na planta supra só se iniciou dias antes do Sábado, 7 de Novembro, que precedeu o início das obras, a 9 de Novembro de 2009.
Na noite de Sexta para Sábado esse calcetamento foi concluído à pressa e à chuva às 5h da manhã, sob a luz de holofotes.
É óbvio que ficou um trabalho muito mal feito, mas com certeza bastante caro.

Mais tarde os carros começaram a estacionar em cima desse espaço obrigando a CML à colocação de pilaretes metálicos.

Do espaço B, já depois de calcetado, foi arrancada uma pequena palmeira deixando o piso no estado documentado pela foto abaixo:


Entretanto a calçada do espaço A, apesar dos pilaretes, também não se apresentava em melhor estado:


De tal forma que estes calcetamentos foram mandados refazer, parcialmente, 3 vezes no espaço de alguns meses, a última das quais dias antes da inauguração da obra do jardim.

Pensariamos então que a CML iria, finalmente, tratar de outros assuntos e não se preocupar mais com o calcetamento desses espaços ex-verdes.

Puro engano. Eis senão que passado pouco mais de uma semana sobre o último recalcetamento parcial a CML decide refazer tudo de novo mas desta vez integralmente:


Recalcetamento em curso.

Cabe então perguntar à CML quanto é que esta brincadeira do calceta, recalceta, custou/custa aos nossos bolsos. Sim, convém não esquecer que quem paga estes desmandos somos nós.

E já agora, se esta obra estivesse a cargo de um particular quanto é este pagaria de coimas à CML por tão flagrante desleixo no estaleiro dos materiais e no manuseamento dos entulhos, ver fotos abaixo.



Entulho permanece há dias na berma.

Quando passa um autocarro ou mesmo um ligeiro levanta-se uma nuvem de pó.

12 comentários:

Anónimo disse...

O Zé fazia lá muita falta. Que dirá destas avarias o Arq. Ribeiro Telles?

Anónimo disse...

Toda esta zona necessita urgentemente de estacionamento. Trabalhei ali dois anos e foi um autêntico pesadelo, para a empresa, para os clientes, para toda a gente. Podia ser uma zona nobre da cidade e está transformada num depósito de automóveis em todos os cantos disponíveis, nos passeios, em segunda fila, de manhã à noite. Uma vergonha para Lisboa.

Mas o que é que custa fazerem ali um ou dois parques, nos lados da Praça, ou debaixo da D.Pedro V?

Julio Amorim disse...

Do principio ao fim:

I N C O M P E T Ê N C I A....

Anónimo disse...

SE NAO A TIVESSE REFEITO DIRIAM QUE NAO A TINHAM REFEITO, ASSIM CRITICAM QUE A TENHAM REFEITO..

Anónimo disse...

Ainda por cima, como se vê no desenho, altereram o projecto original, que mantinha os canteiros...

Unknown disse...

Incompetencia e mais incompetencia, seja aqui seja em Monsanto.E se estes responsáveis fossem responsabilizados de um vez por todas pelos estragos e prejuizos que causam.Uma coisa é o erro outra é a incúria e a irresponsabilidade.

Luís Serpa disse...

Incompetência de um lado, impotência do outro. Não há nada que se possa fazer. A CML continua tão impermeável ao bom senso como às reclamações dos cidadãos.

É vergonhoso.

Jorge Pinto disse...

Caro anónimo das 10:49 PM,

O problema está não em refazer uma coisa que foi mal feita mas precisamente em se fazerem coisas tão simples como um calcetamento mal feitas e refazê-las, embora parcialmente, TRÊS VEZES, repito, 3 VEZES, a última das quais dias antes da inauguração do jardim, para, dias depois mandar refazer integralmente tudo de novo.
Acho que chamar a isto incompetência é pouco.

Anónimo disse...

Então os cidadãos estragam a calçada, e a CML é criticada por... repor o pavimento? Esta é boa.

Rosa disse...

Por acaso não foram os cidadãos que, desta vez, estragaram a calçada, este anónimo é distaído.

Anónimo disse...

Cara Rosa não foram os cidadãos a estragar a calçada? Os carros que paravam por lá estacionados foram para lá sozinhos?

Jorge Pinto disse...

Caro anónimo desconfiado,

Num local como este pegado ao Bairro Alto era mais do que previsível que os carros estacionassem em cima da calçada da área ex-verde A. O primeiro recalcetamento da área A deveu-se essencialmente a isso.
A CML, depois da denúncia feita aqui

http://cidadanialx.blogspot.com/2009/12/quero-aplaudir.html

mandou colocar pilaretes metálicos para impedir o estacionamento de carros em cima da área A.

No entanto, mesmo após essa colocação as pedras continuaram a soltar-se. Os feirantes ao colocarem as suas tendas também contribuiram para isso.

Novo recalcetamento parcial e nova degradação até ao último recalcetamento que foi feito dias antes da inauguração.

Repare agora, sff, que o calcetamento dos antigos passeios, trabalho bem feito, ou o do topo norte da zona A, onde também existem feirantes e sobem carros não apresenta um única pedra solta.

Quanto à área B é a própria CML que degrada esse recém calcetamento ao utilizar uma máquina pesada para ir arrancar a palmeira morta. Depois disso esse calcetamento sofreu quase os mesmos estragos que os da área A.

Conclusão: se 'in first place' o trabalho tivesse sido realizado como deve ser, como o eram os antigos calcetamentos, de certeza que não teria sido necessário realizar estes 3 recalcetamentos parciais e agora este último recalcetamento integral.

E esperemos que, finalmente, este recalcetamento esteja a ser feito como deve ser, pois os feirantes continuam a utilizar esse espaço.