26/06/2010

Antigo teatro da alta-roda em Sete Rios transforma-se em auditório


In Público (25/6/2010)
Por Ana Henriques

«Projecto de Gonçalo Byrne aprovado pelo Instituto do Património prevê que edifício arruinado do séc. XIX seja recoberto de betão

Uma vida passada entre o forrobodó e os negócios

O Ministério da Ciência e Ensino Superior está a transformar um antigo teatro da Estrada das Laranjeiras, junto ao Jardim Zoológico, num auditório destinado a conferências, seminários e espectáculos.

A obra, que começou em Maio e deverá prolongar-se até ao final do ano que vem, vai custar 2,66 milhões de euros mais IVA. Obedece a um projecto de Gonçalo Byrne, em parceria com o atelier de arquitectura de Patrícia Barbas e Diogo Lopes, estando previsto que o edifício arruinado do séc. XIX seja recoberto por uma "pele de betão" pintada de amarelo e envolvido por um pavilhão transparente mais baixo do que o velho teatro.

As velhas paredes de pedra e tijolo ficarão à vista apenas no interior do edifício, naquilo que constitui, segundo a memória descritiva do projecto, a preservação do valor patrimonial da ruína. "A qualidade do projecto e do seu autor mereceram o parecer favorável do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico e da Câmara de Lisboa", esclarece uma nota informativa do Ministério da Ciência.

"Será um monólito de betão", descreve Patrícia Barbas, explicando que o telhado, há muito derrubado, será também feito neste material. A memória descritiva justifica esta opção por razões de segurança: "O risco de colapso da estrutura existente, a necessidade de voltar a construir as coberturas e principalmente a vontade de manter intacta a ruína pelo seu interior (...) reduziram as possibilidades de consolidação da construção". Também por isso, a obra está a ser acompanhada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

O Ministério da Ciência salienta que a "nova imagem urbana" do Teatro Thalia é marcada "pela conservação e restauro dos volumes correspondentes aos espaços cénicos primitivos - foyer, plateia e cena", que serão rodeados pelo novo edifício em vidro, no qual funcionarão serviços de apoio ao auditório, além de uma cafetaria com ligação directa ao jardim adjacente. Em curso estão neste momento demolições de construções anexas ao teatro, "de carácter provisório e traça modesta".

A reabilitação desta sala de espectáculos frequentada pela corte e pela nobreza lisboeta do século XIX era há muito reivindicada pelo movimento cívico Fórum Cidadania, que recentemente sugeriu que ali fosse instalado o Museu da Música. "Poderia albergar um sem-número de actividades culturais, a começar por teatro infantil ou de marionetas, à semelhança de Salzburgo", defendeu antes disso o movimento, que pediu anteontem esclarecimentos a várias entidades sobre as demolições que estão a ser feitas.»

...

Uff, pensei que fosse pior. Fica a fachada principal, suponho. Não entendo é uma coisa: por que não fez o MCES não fez uma apresentação pública do projecto?!

Especificidades técnicas. E aqui

3 comentários:

Julio Amorim disse...

"segundo a memória descritiva do projecto, a preservação do valor patrimonial da ruína..."

Ruína ? Passei lá há menos de um ano e não vi ruína nenhuma !?

O Convento do Carmo É....ruína!!!!

É só comparar e evitar as espertezas descritivas....

Anónimo disse...

Outra esperteza descritiva, "Será um monólito de betão",...ridículo!

Triste assistir a esta vergonha, o IGESPAR inclina-se frente aos grandes arquitectos do regime.

O IGESPAR não defende o nosso património.
Imaginem que um dos progenitores da senhora arquitecta tinha um acidente e estava com uma grave doença, e o médico responde, "que preservou o valor patrimonial da ruína...".
Isto é uma brincadeira!

Anónimo disse...

LOBO VILLA

Ao anterior direi que a brincadeira Byrniana já acabou, acabou há muito , desde que este "mestre" destruiu a Baixa de Coimbra e a Paisagem de Cascais com aquele "frúncolo" que é o Estoril-Sol .
Não há argumentos contra estas evidências horrendas.
Querem(algum pato-bravo quer),destruír algum sítio ou monumento ? é remédio seguro : chamem o "arqutitecto" Gonçalo Byrne, é remédio seguro contra a odiada conservação( pelo IPAR também) Património !