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24/07/2018

Palacete Valmor - Pedido de obras coercivas ou expropriação


Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina


C.C. AML, JF Avenidas Novas, Vereador Urbanismo e media

Como é do conhecimento de V. Exa., o Palacete Valmor, antiga residência da Viscondessa de Valmor, viúva do benemérito responsável pelos Prémios Valmor, e obra emblemática da Lisboa de entre-séculos e uma das obras-primas de Miguel Ventura Terra, foi Prémio Valmor em 1906 e é Imóvel de Interesse Público desde 1977.

Não obstante essas menções honrosas, este palacete sito na Avenida da República, nº 38, encontra-se abandonado e à venda há um punhado de anos, apresentando neste momento sinais preocupantes de começo de degradação física, com várias janelas com vidros partidos.

Imaginando o que se passará a nível das coberturas e nos interiores do edifício, e porque esta não é uma situação virgem em Lisboa, infelizmente, e, não sendo combatida atempadamente por quem de direito, pode conduzir, como já conduziu em diversas outras ocasiões, a um estado de ruína tal dos imóveis que, potenciando a especulação imobiliária, conduz rapidamente a reabilitações perniciosas e ao desaparecimento de património da cidade;

Apelamos a V. Exa., Senhor Presidente, para instar o proprietário a obras de conservação imediatas, e, caso a intimação não seja acatada, para dar instruções aos serviços para procederem à posse administrativa do Palacete Valmor e à sua eventual expropriação, quiçá para instalação de um núcleo interpretativo da vida e obra do insigne arquitecto.

Mais do que exposições e palestras, será este o fecho ideal das comemorações do sesquicentenário de Ventura Terra, redimindo-se assim a CML das ocasiões em que não agindo em devido tempo permitiu, por exemplo, que acontecesse o que aconteceu em 2010 aos edifícios do mesmo autor, construídos para Joaquim Santos Lima, no gaveto da Avenida da República com a Avenida Elias Garcia.

Dê-nos essa boa notícia, Senhor Presidente.

Melhores cumprimentos

Paulo Ferrero (pelo Fórum Cidadania Lx) e Alda Sarria Terra (pela Associação Ventura Terra)

Foto de José Daniel Soares Ferreira

29/12/2017

Ainda e sempre a "colónia da sineta", obra de Ventura Terra em Caxias


Eis o mais recente artigo de Alexandra De Carvalho Antunes:

Com votos de um 2018 amigo da colónia ;-)

12/10/2017

Palacete Mendonça (Imóvel de Interesse Público) – Pedido de audiência URGENTE à 12ª comissão da AR


Exmos. Senhores Deputados
Membros da 12ª Comissão da Assembleia da República


Na sequência da presença de máquinas de sondagens nos jardins do Palacete Mendonça (na foto em anexo, da autoria de Marco Verch), sito na Rua Marquês de Fronteira, em Lisboa, que é Imóvel de Interesse Público [Decreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982, que classifica o edifício “incluindo os elementos decorativos que a integram e o respectivo parque” (sic)], solicitámos em Agosto à CML e à DGPC que nos esclarecessem sobre o que passava uma vez que não havia nenhuma informação afixada no local. Apenas recebemos da parte da CML a resposta de que apenas decorriam sondagens no local (ver ofício da CML em anexo). Poucos dias passados, fomos informados por locais que decorriam obras dentro do próprio palacete, que é hoje propriedade do Imamat Ismaili, via Fundação Aga Khan (https://dre.pt/home/-/dre/74385263/details/maximized?serie=I&day=2016-05-09&date=2016-05-01).

Sabemos agora que as mesmas significaram já a abertura de vários buracos no chão da cozinha e em pelo menos uma das salas do palacete, para sondagens com vista a apurar-se da resistência estrutural do edifício a obras futuras de alterações, para a colocação de elevadores, abertura de vãos, etc. Tal fará parte de um projecto de arquitectura da autoria do arq. Frederico Valsassina, cujo pedido de informação prévia deverá entrar nos serviços da CML e da DGPC muito em breve, mas que parece ter já aprovação garantida.
Desse projecto fará também parte a ampliação em 2 metros de todo o muro projectado em 1900-1902 por Miguel Ventura Terra (cujo sesquicentenário se acaba de comemorar, aliás...) em volta da propriedade, seguida de recolocação do gradeamento.
Desse projecto fará parte, ainda, a construção de um parque de estacionamento subterrâneo (!) na parte da frente do jardim, bem como a alteração da configuração actual do parque arbóreo a tardoz, implicando o abate de várias árvores.

Face a este cenário, serve o presente para solicitar a melhor atenção dessa Comissão para este assunto, tratando-se, como tudo leva a crer, de obras profundamente intrusivas a executar num conjunto classificado de Interesse Público e que, em conformidade, solicite esclarecimentos à DGPC (cujo parecer é vinculativo) e à CML.

Solicitamos ainda a Vossas Excelências a melhor reflexão sobre o facto do Imamat Ismaili paracer estar a protagonizar estas obras ao abrigo do estatuto de Embaixada, o que nos parece estranho, e ignorar assim os impedimentos legais decorrentes de uma classificação patrimonial de Interesse Público, como a presente.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Jorge Pinto, Ricardo Mendes Ferreira, Gonçalo Cornélio da Silva, Gustavo da Cunha, Inês Beleza Barreiros, Fernando Silva Grade, Ana Celeste Glória, Carlos Moura-Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Maria de Morais, Alexandra de Carvalho Antunes a Ana Alves de Sousa

C.c. PCML, AML, DGPC, JF Avenidas Novas e media

04/08/2017

Obras nos jardins do Palacete Mendonça (IIP) - Pedido de esclarecimentos à CML


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


Cc. PCML, DGPC e AML

Const​atada a presença de máquinas de sondagens (?) nos jardins do Palacete Mendonça, imóvel e jardins classificados como de Interesse Público, bem como a marcação de várias árvores de grande porte junto ao gradeamento virado à Rua Marquês de Fronteira; e uma vez que se desconhece qualquer aprovação de projecto de alterações para aquele lote, somos a solicitar a V. Exa. que nos informe se a CML tem conhecimento deste assunto e qual a razão da presença das máquinas e das marcações às árvores.

Junto enviamos foto tirada ontem, dia 3 de Agosto.

Com os melhores cumprimentos


​Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Ana Alves de Sousa, ​Fátima Castanheira, Maria do Rosário Reiche, Inês Beleza Barreiros, Rui Martins, Júlio Amorim, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Leonor Areal, António Araújo, Fernando Silva Grade, Pedro Ribeiro, João Oliveira Leonardo, Gonçalo Cornélio da Silva, Beatriz Empis, José Amador e Fernando Jorge

10/10/2016

Acabadinha de vender e já com projecto turístico. FORÇA, CML, chumbem toda e semelhante veleidade!


«Reunião de CML de dia 13 de Outubro

Proposta n.º 517/2016 (Subscrita pelo Sr. Vereador Manuel Salgado)
Aprovar a homologação de parecer desfavorável, referente ao Pedido de Informação Prévia para a obra de ampliação, para o projeto de instalação de um empreendimento turístico no imóvel e jardim, Prémio Valmor de Arquitetura e Classificado Imóvel de Interesse Público - “Casa de Ventura Terra, incluindo os elementos decorativos que a integram e o respetivo parque”, Freguesia das Avenidas Novas, que constitui o processo n.º 1206/EDI/2015, nos termos da proposta;»

26/07/2016

Como Ventura Terra moldou Lisboa: dos palacetes a S. Bento


Sobrinhos-bisnetos comemoram os 150 anos do nascimento do arquiteto com visitas às suas obras. Este é o Palacete Mendonça.
In Diário de Notícias (26.7.2016)
Por Lina Santos

«"Estava fora de portas, mas com a cidade a seus pés". A descrição de Guilherme Pereira é factual. Estamos na loggia, a varanda do segundo piso do Palacete Mendonça, e daqui o Parque Eduardo VII é um tapete verde que se estende até ao rio Tejo. Quem passa na rua Marquês da Fronteira, mesmo ao lado de outro Palacete, o Leitão, nem vê. Oculto pela vegetação está um dos edifícios de maior relevo do arquiteto Miguel Ventura Terra (1866-1919), exemplo quase intocado das obras para privados que projetou ao longo da sua (não muito longa) carreira.

Quando foi inaugurada, a casa de Henrique Mendonça, roceiro em S. Tomé e Príncipe, era um prodígio tecnológico: foi instalado aqui um dos primeiros elevadores que se viram na capital. Passou da família para a seguradora Império e, mais tarde, para a Universidade Nova de Lisboa, que a deixará em setembro. O edifício e os três hectares do jardim foram vendidos à Fundação Aga Khan por 12 milhões de euros.

O lote do Palacete tem um jardim com cerca de três hectares de área | ORLANDO ALMEIDA/ GLOBAL IMAGENS

Guilherme Pereira é uma das cerca de 30 pessoas que no sábado, às 10.00 da manhã, esperava ao portão pela visita guiada da arquiteta Júlia Varela, cujos conhecimentos sobre Ventura Terra vêm do doutoramento sobre arquitetura doméstica que está a preparar e que inclui este prédio. Foi convidada pela associação Fórum Cidadania Lx em parceria com a Associação Ventura Terra, fundada em 2012 por descendentes do arquiteto.

Alda Terra e Luís Leiva, sobrinhos-bisnetos do arquiteto, e outros interessados na obra, dedicam-se a divulgar, preservar e resgatar o espólio documental de Ventura Terra, um dos 13 filhos de João e Vitória Guerra, nascido a 14 de julho em Seixas. É nesta localidade minhota que fica a casa que desenhou para as suas férias. Foi adquirida pela câmara municipal de Caminha em 2002 e entregue em regime de comodato, por 30 anos, à Associação Ventura Terra (AVT).

Ventura Terra com a planta das cortes, numa pintura de Veloso Salgado, artista com quem o arquiteto trabalhou em diversas obras

Luís Leiva é quem na associação mais se tem dedicado à empreitada de recuperação da casa. Já têm projeto de recuperação para o edifício, em franca "degradação", da autoria do arquiteto Carvalho Araújo, de Braga. Explica que se vão candidatar a fundos comunitários, que procuram "benfeitores" para a quantia que estes apoios não cobrem e que esperam ter a obra pronta em 2020.

A vista da loggia, a varanda do segundo piso que deixa ver toda a cidade até ao rio

Um ano de comemorações

Em 2016, ano em que se assinalam 150 anos sobre o nascimento do arquiteto, a associação tomou em mãos a missão de pôr o nome de Miguel Ventura Terra no mapa. Programou conferências, colabora na preparação de um documentário realizado por Fernando Carrilho (a estrear entre abril e junho de 2017) e promove visitas guiadas às suas obras com outras entidades, como aconteceu com o Palacete Mendonça. "Era agora ou nunca", afirma Paulo Faroleiro, responsável pela gestão do campus da Nova SBE (School of Business and Economics), sobre a possibilidade de conhecer por dentro o Palacete Mendonça.

Aqui vai ficar, depois de seis milhões de obras de reabilitação, a primeira sede mundial da comunidade ismaelita, de acordo com o DN. "É uma responsabilidade para este homem cosmopolita que é Aga Khan", afirma Paulo Ferrero, do Fórum Cidadania Lx.

Entremos, pois. Júlia Varela faz as honras do palacete: "Esta é uma obra excecional desta época e do arquiteto Ventura Terra". Projeto de 1900, inaugurado em 1909 e prémio Valmor, como se lê numa placa no exterior. "Elogiam-lhe a loggia, no último piso, como um dos elementos a que a arquitetura portuguesa devia estar atenta, por ser adequada ao clima", conta a cicerone. [...]»