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15/12/2021

Adulteração fachada prédio Cassiano Branco - Bairro Azul (CIM) - chamada de atenção à Vereadora do Urbanismo

Exma. Vereadora do Urbanismo
Eng. Joana Almeida


CC. PCML, AML, JFAN, Comissão Moradores Bairro Azul

Constatada a recente alteração grosseira do revestimento do piso térreo da fachada do prédio do nº 15 da Rua Fialho de Almeida, obra do Arq. Cassiano Branco datada de 1935 e parte integrante do Bairro Azul, Conjunto de Interesse Municipal desde 2016;

Alertamos os serviços que V. Exa. tutela para, uma vez que a alteração em causa incumpre a regulamentação da CML, actuarem junto do proprietário no sentido de este corrigir esta intervenção e devolver a dignidade ao edifício.

Alertamos ainda para a necessidade de, tão breve quanto possível, a CML proceder, finalmente, à elaboração de um Regulamento específico para o Bairro Azul, sem o qual o mesmo continuará a ser descaracterizado com obras de exteriores e interiores, o que, a médio prazo, se traduzirá na irrelevância da classificação camarária de 2016, que demorou 11 anos a ser finalizada!

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Inês Beleza Barreiros, Júlio Amorim, Gustavo da Cunha, Martim Galamba, Ana Alves de Sousa, Ana Celeste Glória, Eurico de Barros, Virgílio Marques, João Oliveira Leonardo, Miguel Jorge, Helena Espvall, Jorge Pinto, Marta Saraiva, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Fátima Castanheira, Carlos Boavida

29/04/2020

Bairro Azul - Conjunto de Interesse Municipal - Novo pedido de Regulamento


Exmo. Senhor Vereador
Eng. Ricardo Veludo

CC. PCML, DGPC, JF e media

Como será do conhecimento de V. Exa., o Bairro Azul está classificado como Conjunto de Interesse Municipal desde 2011 (Edital n.º 22/2011 de 1-03-2011 da CM de Lisboa publicado no Boletim Municipal n.º 890 de 10-03-2011), tendo o processo de classificação demorado 6 anos a ser terminado, uma vez que a abertura do mesmo ocorreu em Fevereiro de 2005.

Sendo essa uma vitória para a cidade, na verdade, de 2011 até hoje que se aguarda pelo desenvolvimento de um Regulamento específico para o Bairro, uma vez que enquanto o mesmo não for criado e implementado, não existirão nem regras para serem cumpridas quanto à salvaguarda e reabilitação dos edifícios classificados como CIM, nem mecanismos legais por parte da CML para as fazer cumprir.

Em 2014, depois de muitas solicitações da Comissão de Moradores do Bairro Azul e de nós próprios, Fórum Cidadania Lx, o anterior Vereador anunciou que os serviços de Urbanismo estavam a desenvolver um “manual de boas práticas” como substituto do Regulamento, uma vez que a criação deste implicaria a formulação de um novo Plano de Pormenor para o local. Foi, inclusive, disponibilizada para consulta uma versão tentativa e preliminar desse manual.
De então a esta parte, contudo, desconhece-se qual o destino desse manual e se houve qualquer aplicação prática do seu conteúdo.

Pelo exposto, cremos que só mesmo com a elaboração de um Regulamento próprio se poderá defender, de forma categórica, este conjunto de edifícios Art Déco-Modernistas classificado Conjunto de Interesse Municipal.Só dessa forma se evitarão mais descaracterizações irreversíveis como as que motivaram, por exemplo, os nossos protestos em 2019 (http://cidadanialx.blogspot.com/2019/03/reclamacao-por-obra-ilegal-na-av.html), 2018 (http://cidadanialx.blogspot.com/2018/11/edificio-195-av-aa-aguiar-bairro-azul.html) e em 2016 (http://cidadanialx.blogspot.com/2016/02/destruicao-e-ampliacoes-no-bairro-azul.html).

Estão em causa elementos essenciais do ponto de vista de integridade e genuinidade que caracterizam a época construtiva em presença, como sejam a manutenção do número de pisos dos edifícios e o tipo de coberturas tradicionais deste bairro, e o tratamento das fachadas principais (materiais das portas e janelas, cores).
Mas também a compartimentação dos interiores (com a demolição de paredes, essencialmente) e a alteração das características mais valiosas dos mesmos, seja nos apartamentos seja nas escadas (destruição de estuques, substituição de pisos em madeira, bem como a substituição dos mosaicos das w.c. e cozinhas, das pedras de cozinhas e das ombreiras das marquises, a substituição dos apliques de época das escadas).
Isso e as várias alterações nas fachadas a tardoz, com uma série de marquises a apresentaram soluções estéticas as mais variadas.Igualmente, a introdução de elevadores se tem revelado confrangedora, com o desfigurar dos vãos das escadas. Cremos que esta é uma área em que a acção pedagógica da CML será fundamental, tal como o deveria ser um pouco por toda a cidade histórica: há que incutir nos proprietários e moradores a necessidade de encontrarem soluções estéticas e técnicas que não impliquem a destruição dos hall de entrada e das escadas, aproveitando os vãos de respiradores das escadas ou promovendo soluções partilhadas a tardoz, prédio a prédio, como já se faz noutros países.

Solicitamos, pois, a melhor atenção de V. Exa. para a necessidade de a CML, finalmente, passados que estão 19 anos (!) sobre a classificação, definir e implementar um conjunto de regras específicas para a salvaguarda e recuperação dos edifícios que constituem o Bairro Azul, classificado Conjunto de Interesse Municipal, um conjunto de regras que abarquem o exterior e os interior dos edifícios, mas também os respectivos logradouros, cuja percentagem de permeabilização está muito aquém do exigido pelo PDM, quanto mais o aconselhável a um conjunto Classificado.

Aproveitamos a ocasião para a necessidade de uma abordagem idêntica ao Bairro das Colónias, conjunto idêntico ao Bairro Azul e que, pelo maior número de arruamentos e edifícios que envolve, e pela autenticidade e relativo bom estado de conservação que apresenta, assume uma tal valia patrimonial e histórica, que há muito justifica uma classificação a nível nacional.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Virgílio Marques, Inês Beleza Barreiros, Ana Celeste Glória, Rui Pedro Martins, João Oliveira Leonardo, Gustavo da Cunha, Helena Espvall, Pedro Jordão, Irene Santos, Paulo Lopes, António Araújo, Fernando Jorge, Miguel de Sepúlveda Velloso, José Morais Arnaud, Fátima Castanheira, Maria Ramalho

28/03/2019

Reclamação por obra ilegal na Av. Ressano Garcia - Bairro Azul Conjunto de Interesse Municipal


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


C.c. PCML, AML e JF Avenidas Novas

Como é do conhecimento de V. Exa., o Bairro Azul é conjunto classificado de Interesse Municipal (lote 50.02 do PDML) desde 2009, culminando um longo processo de anos de candidatura e análise pelos serviços da CML.

Ainda que desde 2009 a CML tenha vindo a adiar a elaboração e implementação de um manual de boas práticas, muito menos um Regulamento, como seria expectável, de modo a parametrizar com eficácia o cumprimento das regras mínimas para a salvaguarda de um bem classificado pela própria CML como de “Interesse Municipal”;

Serve o presente para, tal como uma outra ocorrência em tudo semelhante e prontamente resolvida pela CML (http://cidadanialx.blogspot.com/2018/01/reclamacao-por-obra-ilegal-na-rua.html), facto que agradecemos;

Denunciarmos a situação, a nosso ver completamente ilegal, que se verifica no nº 7 da Avenida Ressano Garcia (foto em anexo), solicitando a melhor intervenção da CML no sentido de corrigir esta clara violação dos artigos 27º, 28º, 42º e 43º do Regulamento do PDML.

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Fernando Jorge Rui Pedro Barbosa, Rui Pedro Martins, Helena Espvall, Eurico de Barros, Pedro Ribeiro, Ana Celeste Glória, Maria do Rosário Reiche, Virgílio Marques, Filipe Teixeira, Paulo Lopes, Miguel de Sepúlveda Velloso, Henrique Chaves, João Oliveira Leonardo, Fátima Castanheira

02/11/2018

Edifício 195 Av. AA Aguiar - Bairro Azul - Conjunto Classificado de Interesse Municipal - Protesto e pedido de esclarecimentos à CML; queixa à Provedoria e ao MP


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


CC. PCML, AML, JFAvenidas Novas e media

Vimos pelo presente apresentar o nosso protesto e pedido de esclarecimentos sobre a aprovação de V. Exa. a um pedido de alterações e ampliação ao edifício Déco do nº 195 da Avenida António de Aguiar, edifício inscrito no Bairro Azul, conjunto Classificado de Interesse Municipal, e um dos já poucos edifícios em estado original desde a criação do Bairro.

Consideramos extraordinário que a CML aprove um projecto (da autoria do atelier GCCM) que descaracterizará por completo um edifício que a própria CML classificou de Interesse Municipal, um edifício que se apresenta em relativo bom estado de conservação, e um edifício em estado genuíno, ainda com logradouro permeável, inclusive; um projecto que implicará a divisão de cada uma das fracções existentes em dois apartamentos, a introdução de um elevador, a ampliação em sótão, a alteração radical da fachada a tardoz e a abertura de piscina no logradouro.

Compreendemos que projectos desta natureza expliquem o facto de nunca ter sido produzido até hoje pela CML, depois da Classificação do Bairro, qualquer Regulamento nem sequer manual de boas-práticas para um bairro que demorou muitos anos até que a CML o classificasse a contra-gosto. Mas não podemos aceitar que tal projecto seja posto em prática sem o mínimo exigível de oposição, pelo que dele apresentaremos queixa a quem de direito.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Pedro Cassiano Neves, João Oliveira Leonardo, Eurico de Barros, Fernando Silva Grade, Inês Beleza Barreiros, Filipe Teixeira, Helena Espvall, Maria do Rosário Reiche, Miguel de Sepúlveda Velloso, Filipe e Bárbara Lopes, Fátima Castanheira

...

Exma. Senhora Provedora de Justiça
Profª Doutora Maria Lúcia Amaral


Considerando que o imóvel sito na Avenida António Augusto de Aguiar, nº 195, é parte integrante do Bairro Azul conjunto Classificado de Interesse Municipal (1.º Suplemento do Boletim Municipal n.º 814 de 24-09-2009. Deliberação n.º 71/AM/2009 de 15-09-2009);

Considerando que para o mesmo foi recentemente aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa (por despacho de vereador) um projecto de alterações e ampliação, proc. nº 1732/EDI/2018 , de que se anexa a respectiva memória descritiva) que implicará a descaracterização total e irreversível do edifício, pela divisão de cada uma das fracções existentes em dois apartamentos, entre outros aspectos;

Considerando que tal aprovação só foi possível porque não existe nenhum Regulamento e/ou “manual de boas práticas” que reflicta na prática urbanística relativa àquele bairro a classificação referida;

Considerando que essa inexistência de facto contraria as várias afirmações públicas em sentido contrário de responsáveis da Câmara Municipal de Lisboa, nas quais se assegurou à população que tal Regulamento e/ou “manual de boas práticas” viria a ser uma realidade a muito curto prazo (ex. declarações do senhor vereador Manuel Salgado em 2014: https://www.jornaldenegocios.pt/economia/autarquias/detalhe/camara_de_lisboa_cria_manual_de_boas_praticas_para_obras_em_bairros_historicos)

Vimos solicitar a melhor intervenção de Vossa Excelência, no sentido de recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que ponha rapidamente em prática um Regulamento para o conjunto classificado do Bairro Azul ou, em alternativa, proceda à desclassificação do conjunto enquanto de Interesse Municipal, em virtude do caricato da situação real do bairro em termos de licenciamento urbanístico.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Inês Beleza Barreiros, Rui Pedro Barbosa, Helena Espvall, António Araújo, Alexandre Marques da Cruz, Pedro Cassiano Neves, Maria do Rosário Reiche, Paulo Lopes, Fernando Silva Grade e Fátima Castanheira

...

Exma. Senhora Procuradora-Geral da República
Dra. Lucília Gago


Considerando que o imóvel sito na Avenida António Augusto de Aguiar, nº 195, é parte integrante do Bairro Azul conjunto Classificado de Interesse Municipal (1.º Suplemento do Boletim Municipal n.º 814 de 24-09-2009. Deliberação n.º 71/AM/2009 de 15-09-2009);

Considerando que para o mesmo foi recentemente aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa (por despacho de vereador) um projecto de alterações e ampliação, proc. nº 1732/EDI/2108, de que se anexa a respectiva memória descritiva) que implicará a descaracterização total e irreversível do edifício, pela divisão de cada uma das fracções existentes em dois apartamentos, entre outros aspectos;

Vimos solicitar a melhor intervenção dos serviços da Procuradoria Geral da República no sentido de apurar a legalidade dessa aprovação face à classificação referida, e desenvolver eventuais procedimentos penais se se verificar ilegalidade de facto.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Henrique Chavez, Inês Beleza Barreiros, Cristiana Rodrigues, Júlio Amorim, Pedro Cassiano Neves, António Araújo, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro de Sousa, José Amador, Helena Espvall, Pedro Malheiros Fonseca, Fernando Silva Grade, Jorge Pinto, Jozhe Fonseca, Virgílio Marques, Maria do Rosário Reiche, Martim Galamba, Paulo Lopes e Fátima Castanheira

31/10/2018

Bairro Azul, Conjunto Classificado de Interesse Municipal? LOL


Extraordinário: a CML aprovou a total descaracterização do prédio Déco do nº 195 da Av. António Augusto de Aguiar, por sinal um dos já raros edifícios em estado original do Bairro Azul, conjunto classificado pela CML de Interesse Municipal. Aprovou o estropiamento de cada fracção em 2 apartamentos, a colocação de elevador, a ampliação no sótão, a abertura de piscina no logradouro e a fachada a tardoz toda alterada. Espantoso! Espantosa também a ignorância dos arquitectos da GCCM. É uma cidade espantosa, esta.

29/01/2018

Reclamação por obra ilegal na Rua Fialho de Almeida - Bairro Azul Conjunto de Interesse Municipal


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


C.c. PCML, AML e JF Avenidas Novas

Como é do conhecimento de V. Exa., o Bairro Azul é conjunto classificado de Interesse Municipal (lote 50.02 do PDML) desde 2009, culminando um longo processo de anos de candidatura e análise pelos serviços da CML.

Ainda que desde 2009 a CML tenha vindo a adiar a elaboração e implementação de um caderno de boas práticas, muito menos um Regulamento, como seria sua expectável, de modo a parametrizar com eficácia o cumprimento das regras mínimas para a salvaguarda de um bem classificado pela própria CML como de “Interesse Municipal”;

Serve o presente para denunciar a situação que se verifica no nº 28 da Rua Fialho de Almeida, solicitando a melhor intervenção da CML no sentido de corrigir esta clara violação dos artigos 27º, 28º, 42º e 43º do Regulamento do PDML (ver imagem em anexo).

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Júlio Amorim, Luís Serpa, João Leonardo, Conceição Gomes da Silva, Cristina Franco, Teresa Sarmento, Rita Gomes Ferrão, Kátia Catulo

04/08/2017

Obras nos jardins do Palacete Mendonça (IIP) - Pedido de esclarecimentos à CML


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


Cc. PCML, DGPC e AML

Const​atada a presença de máquinas de sondagens (?) nos jardins do Palacete Mendonça, imóvel e jardins classificados como de Interesse Público, bem como a marcação de várias árvores de grande porte junto ao gradeamento virado à Rua Marquês de Fronteira; e uma vez que se desconhece qualquer aprovação de projecto de alterações para aquele lote, somos a solicitar a V. Exa. que nos informe se a CML tem conhecimento deste assunto e qual a razão da presença das máquinas e das marcações às árvores.

Junto enviamos foto tirada ontem, dia 3 de Agosto.

Com os melhores cumprimentos


​Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Ana Alves de Sousa, ​Fátima Castanheira, Maria do Rosário Reiche, Inês Beleza Barreiros, Rui Martins, Júlio Amorim, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Leonor Areal, António Araújo, Fernando Silva Grade, Pedro Ribeiro, João Oliveira Leonardo, Gonçalo Cornélio da Silva, Beatriz Empis, José Amador e Fernando Jorge

04/05/2017

Att. Sr. Vereador Manuel Salgado #1

Para quando o Regulamento/Caderno de Boas Práticas para o Bairro Azul, Classificado de Interesse Municipal desde 2009 e que esteve 10 anos à espera de o ser? Quantos mais anos à espera? É que sem esse regulamento a classificação vale apenas, e às vezes nem isso, para salvaguardar... fachadas.
(fotos de Fernando Jorge)

21/12/2016

Destruição e ampliações no Bairro Azul / Lamento à CML / Queixa à Provedoria


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


Conforme alertámos por mais do que uma vez, a não elaboração de um Manual de Boas-Práticas (à falta de um Regulamento) pelos Serviços que V. Exa. tutela, contrariando as promessas feitas publicamente pela CML, levaria, a muito breve trecho à situação que nos motiva a protestar pelo presente e que passamos a relatar:

O edifício da Avenida Ressano Garcia, nº 19, que está abrangido pela classificação de Conjunto de Interesse Municipal atribuída ao Bairro Azul em 2009, e que tanto tempo demorou a ser aprovada pela CML (mais de 10 anos!), encontra-se neste momento a ser "reabilitado", consistindo esta operação na demolição integral dos interiores deste prédio dos anos 30 (já efectuada), que estava genuíno apesar de necessitar de obras de consolidação, restando dele actualmente apenas a fachada principal, o hall de entrada e a escada. Não bastando isso, está em preparação a ampliação de 1-2 pisos, conforme foto em anexo, ampliação que não consideramos ter sido passível de aprovação pela CML, salvo prova em contrário.

Assim, a repetirem-se mais "reabilitações" à custa da destruição do miolo dos edifícios classificados, e a concretizar-se esta ampliação (que nos parece ilegal e de que enviaremos comunicação à Provedoria de Justiça), que é a 1º a verificar-se no Bairro após a sua classificação (a única existente até então foi a do nº 11 da Rua Ramalho Ortigão, ilegal, por sinal, mas que se manteve desde então como facto consumado), tal possibilitará a prazo o inevitável alinhamento de cérceas, como tal, o fim de qualquer justificação para que o Bairro Azul se mantenha classificado de Interesse Municipal, um rude golpe para quem levou anos a batalhar pela sua classificação e, não de somenos, o descrédito completo da CML.

Reiteramos, Senhor Vereador, a urgência da elaboração, publicação e divulgação junto dos proprietários, de um manual de boas-práticas e/ou regulamento, disponibilizando-nos a colaborar com a CML na sua feitura, na medida das nossas possibilidades.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Marques da Silva, Inês Beleza Barreiros, Rui Martins, Miguel de Sepúlveda Velloso, Júlio Amorim, Jorge Santos Silva, Maria do Rosário Reiche, António Branco Almeida, Virgílio Marques, Jorge Lima, Jorge Pinto, Alexandre Marques da Cruz, Fernando Jorge, Irina Gomes, Pedro Ribeiro, Beatriz Empis, Fátima Castanheira

...

A queixa à Provedoria seguiu tb: «Exmo. Senhor Provedor de Justiça
Prof. José Faria Costa


Serve o presente para apresentarmos queixa junto da Provedoria de Justiça pelo facto de, a nosso ver, a obra/projecto em curso no edifício do nº 19 da Avenida Ressano Garcia, não cumprir o Plano Director Municipal em vigor na cidade de Lisboa, designadamente os seus artigos 27º - ponto 2, 28º - ponto 1 d), e 29º - pontos 1 – c) e 4, uma vez que o Bairro Azul está classificado como Conjunto de Interesse Municipal.

A demolição completa já efectuada aos seus interiores, de que restam apenas o hall de entrada e a escada, e a ampliação em curso de 1-2 pisos, que recorre a um pastiche da fachada principal por forma a passar despercebida aos menos atentos e assim parecer que nunca ocorreu, é um grave e lamentável atropelo às boas práticas camarárias e à boa-fé de quem confiou na CML como garante de que a classificação do Bairro Azul seria para respeitar e regulamentar.

O edifício do nº 19 da Avenida Ressano Garcia estava em mau estado de conservação mas tal não implicava a demolição integral dos seus interiores e, muito menos a ampliação em curso.

Passados 7 anos sobre a classificação aprovada em 2009 – uma classificação que, recorde-se, demorou mais de 10 anos a ser oficializada pela CML – nunca chegou a ser produzido qualquer regulamento, como seria expectável, nem foi criado nenhum manual de boas-práticas, ao contrário do que foi amplamente prometido pela CML. [...] Anexos: Fotos da ampliação em curso e da imagem virtual no site da Christie’s (edifício do meio: http://blog.portadafrente.com/novo-lancamento-ressano-garcia-19)​»

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Informação do promotor, recebida por e-mail:

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«Telhado a duas águas» com cerca de 3metros de altura:

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Estado do "telhado a duas águas" em 21 de Outubro:

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E o embuste continua: agora é a própria fachada a tardoz, cuja configuração era semelhante à do 2º prédio da 2ª foto abaixo (marquises correndo toda a largura da fachada), e que fica como está na 1ª foto abaixo (foto de há uma semana), tipo periferia anos 70. É de rir todo este processo.

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Resposta da Provedoria de Justiça (21.12.2016):

22/08/2016

Olha o "corredor verde" do Vereador Sá Fernandes:


Foto de Ana Alves de Sousa

26/07/2016

Como Ventura Terra moldou Lisboa: dos palacetes a S. Bento


Sobrinhos-bisnetos comemoram os 150 anos do nascimento do arquiteto com visitas às suas obras. Este é o Palacete Mendonça.
In Diário de Notícias (26.7.2016)
Por Lina Santos

«"Estava fora de portas, mas com a cidade a seus pés". A descrição de Guilherme Pereira é factual. Estamos na loggia, a varanda do segundo piso do Palacete Mendonça, e daqui o Parque Eduardo VII é um tapete verde que se estende até ao rio Tejo. Quem passa na rua Marquês da Fronteira, mesmo ao lado de outro Palacete, o Leitão, nem vê. Oculto pela vegetação está um dos edifícios de maior relevo do arquiteto Miguel Ventura Terra (1866-1919), exemplo quase intocado das obras para privados que projetou ao longo da sua (não muito longa) carreira.

Quando foi inaugurada, a casa de Henrique Mendonça, roceiro em S. Tomé e Príncipe, era um prodígio tecnológico: foi instalado aqui um dos primeiros elevadores que se viram na capital. Passou da família para a seguradora Império e, mais tarde, para a Universidade Nova de Lisboa, que a deixará em setembro. O edifício e os três hectares do jardim foram vendidos à Fundação Aga Khan por 12 milhões de euros.

O lote do Palacete tem um jardim com cerca de três hectares de área | ORLANDO ALMEIDA/ GLOBAL IMAGENS

Guilherme Pereira é uma das cerca de 30 pessoas que no sábado, às 10.00 da manhã, esperava ao portão pela visita guiada da arquiteta Júlia Varela, cujos conhecimentos sobre Ventura Terra vêm do doutoramento sobre arquitetura doméstica que está a preparar e que inclui este prédio. Foi convidada pela associação Fórum Cidadania Lx em parceria com a Associação Ventura Terra, fundada em 2012 por descendentes do arquiteto.

Alda Terra e Luís Leiva, sobrinhos-bisnetos do arquiteto, e outros interessados na obra, dedicam-se a divulgar, preservar e resgatar o espólio documental de Ventura Terra, um dos 13 filhos de João e Vitória Guerra, nascido a 14 de julho em Seixas. É nesta localidade minhota que fica a casa que desenhou para as suas férias. Foi adquirida pela câmara municipal de Caminha em 2002 e entregue em regime de comodato, por 30 anos, à Associação Ventura Terra (AVT).

Ventura Terra com a planta das cortes, numa pintura de Veloso Salgado, artista com quem o arquiteto trabalhou em diversas obras

Luís Leiva é quem na associação mais se tem dedicado à empreitada de recuperação da casa. Já têm projeto de recuperação para o edifício, em franca "degradação", da autoria do arquiteto Carvalho Araújo, de Braga. Explica que se vão candidatar a fundos comunitários, que procuram "benfeitores" para a quantia que estes apoios não cobrem e que esperam ter a obra pronta em 2020.

A vista da loggia, a varanda do segundo piso que deixa ver toda a cidade até ao rio

Um ano de comemorações

Em 2016, ano em que se assinalam 150 anos sobre o nascimento do arquiteto, a associação tomou em mãos a missão de pôr o nome de Miguel Ventura Terra no mapa. Programou conferências, colabora na preparação de um documentário realizado por Fernando Carrilho (a estrear entre abril e junho de 2017) e promove visitas guiadas às suas obras com outras entidades, como aconteceu com o Palacete Mendonça. "Era agora ou nunca", afirma Paulo Faroleiro, responsável pela gestão do campus da Nova SBE (School of Business and Economics), sobre a possibilidade de conhecer por dentro o Palacete Mendonça.

Aqui vai ficar, depois de seis milhões de obras de reabilitação, a primeira sede mundial da comunidade ismaelita, de acordo com o DN. "É uma responsabilidade para este homem cosmopolita que é Aga Khan", afirma Paulo Ferrero, do Fórum Cidadania Lx.

Entremos, pois. Júlia Varela faz as honras do palacete: "Esta é uma obra excecional desta época e do arquiteto Ventura Terra". Projeto de 1900, inaugurado em 1909 e prémio Valmor, como se lê numa placa no exterior. "Elogiam-lhe a loggia, no último piso, como um dos elementos a que a arquitetura portuguesa devia estar atenta, por ser adequada ao clima", conta a cicerone. [...]»

05/12/2015

O azul está a desaparecer do Bairro Azul


In Público (5.12.2015) Por RITA NEVES COSTA

«É o único bairro de Lisboa classificado como conjunto urbano de interesse municipal, mas problemas não lhe faltam. O receio da descaracterização social e arquitectónica do Bairro Azul tem motivado moradores e comerciantes para acções de cidadania e protesto.

A Rua Fialho de Almeida, a Rua Ramalho Ortigão e a Avenida Ressano Garcia já não têm as “boutiques chiques” que Ana Alves de Sousa recorda tão vivamente da infância. O Bairro Azul mudou e a coordenadora da comissão de moradores tem noção de que as diferenças são muitas, face à época em que o bairro foi construído e se desenvolveu. “O Bairro Azul era uma marca de prestígio”, afirma.

Veio com 13 anos morar para o histórico bairro lisboeta, um conjunto habitacional que surgiu em pleno período salazarista nos anos 30 com a arte déco como pano de fundo e principal atractivo. A classe média-alta era o público-alvo idealizado para os edifícios do Bairro Azul, que primavam por serem obras de arquitectos portugueses ilustres como Norte Júnior e Cassiano Branco. Hoje com 60 anos, Ana Alves de Sousa sabe a história do sítio onde cresceu e continua a morar de trás para a frente, e usa essa mesma informação como um argumento forte para o que pode ser melhorado.

O percurso na comissão de moradores começou em 2001, numa altura em que se revelava necessário dar voz aos problemas do Bairro Azul: desde o estacionamento abusivo à preservação do património. Informar os restantes moradores e a autarquia não poderia ser uma tarefa adiada por muito mais tempo. “Foram criados pequenos grupos, cada um tratava de um ponto que queríamos mudar no bairro. Depois, procurámos que todos os prédios tivessem um elemento da comissão de moradores para divulgar a informação, sobretudo às pessoas mais velhas”, explica Ana Alves de Sousa.

Da cidadania activa foi um salto para a proposta de classificação do bairro enquanto conjunto urbano de interesse municipal. Os moradores empenharam-se, abriram as portas à Câmara Municipal de Lisboa para visitar as suas habitações e fundamentaram-se em bibliografia e especialistas para não deixar cair o reconhecimento. “Havia imensos livros que falavam do Bairro Azul como um bairro exemplar do ponto de vista arquitectónico, não só pela espectacularidade dos edifícios, mas também pela homogeneidade”, recorda a coordenadora da comissão de moradores. E acrescenta: “É o único bairro de Lisboa onde nunca houve uma demolição”.

João Reis e Carlos Cabaço, do Departamento do Património Cultural da Câmara Municipal de Lisboa, acompanharam de perto o processo de classificação. A recolha de informação foi feita pelos dois técnicos em cerca de 90 edifícios do Bairro Azul, pelo que os elementos decorativos e os tipos de materiais e ferragens foram alguns dos focos da sua atenção. “Não se pode classificar levianamente, tem de haver um critério”, justifica João Reis. Ouviram histórias de moradores, como a de um carregamento de madeiras que alegadamente terá vindo num barco de África nos anos 30, para depois ser aproveitado pelos empreiteiros na decoração e sustentabilidade das casas.

Medida de salvaguarda
A classificação serviria sobretudo como uma chamada de atenção para a autarquia relativamente aos problemas e às mudanças sociais. Ao mesmo tempo, revelava-se uma oportunidade para salvaguardar o património urbano de Lisboa. “O bairro estava envelhecido no edificado, portanto a classificação era uma forma de protecção”, reconhece Ana Alves de Sousa. Mais do que a arquitectura e o urbanismo, a pressão da comunidade fazia-se também por outras questões como os assaltos a idosos, a inexistência de espaços verdes ou o trânsito caótico nas proximidades de uma superfície comercial.

Em Junho de 2009 chegava a boa nova directamente da Assembleia Municipal de Lisboa: daí em diante, o Bairro Azul seria um bairro classificado e a esperança de que um regulamento pudesse impedir a construção desenfreada e as alterações do património pairava no ar. Actualmente ainda não são conhecidas medidas formalizadas e Ana Alves de Sousa acredita que muitos moradores e comerciantes desconhecem que vivem e trabalham num bairro classificado. “Por isso é que se vêem muitas casas a serem remodeladas, pensam que estão a acrescentar valor no que constroem, mas estão a desvalorizar. É como ter um quadro de um pintor famoso e dar uns retoques, acaba sempre por perder valor, por muito bonito que fique”, desabafa a coordenadora da comissão de moradores.

Manual de boas práticas
O consenso da classificação não existiu na regulamentação do bairro. “O ideal até nem era ser um manual de boas práticas, devia ser um regulamento”, afirma Paulo Ferrero, fundador do movimento Fórum Cidadania Lx. O também morador do Bairro Azul refere que a rejeição de um regulamento por parte da autarquia foi explicada aos moradores pelo carácter proibitivo e impositivo que o documento teria. A definição de um manual de boas práticas revelava-se mais exequível e adequado ao Bairro Azul, porém nenhum dos dois documentos foi colocado em prática. “Já foram adulteradas caixilharias e a cor azul desapareceu em algumas delas. A madeira em muitos edifícios passou a ser alumínio”, salienta Paulo Ferrero. “As pessoas olhavam de fora e viam uma ‘mancha azul’ das persianas, das portas e das caixilharias”, relembra Ana Alves de Sousa.

A cor azul já não é tão abundante no bairro que lhe dá nome e o receio de que algumas alterações no património escapem à supervisão camarária, inquieta muitos dos que lá vivem. As pequenas conquistas foram surgindo na pós-classificação, ainda que Paulo Ferrero admita que “as práticas corrigidas são fruto da denúncia dos moradores”. Desde da criação de uma “zona 30” (faixas de rodagem com velocidade máxima de 30 km/hora) até à plantação de novas árvores após as obras do Metro de Lisboa, as soluções surgiram a cada problema comunicado.

Os técnicos do Departamento do Património Cultural admitem que “foram estudados esboços de regulamentos” para aplicar no bairro classificado, mas não existiram avanços significativos. “Os preceitos podiam tornar-se redundantes num regulamento, porque são aplicados por quem licencia e por quem tem de apreciar os pedidos de alteração”, justifica João Reis. Ambos garantem que a Câmara Municipal de Lisboa já colocou uma série de condicionantes aos proprietários com consequências onerosas, porém relembram: “o interior das habitações não foi objecto de classificação”.

O gabinete do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, informa que um manual de boas práticas está a ser preparado para o Bairro Azul, contudo não foi possível apurar em que tipo de directrizes e pontos se vai focar ou quando está prevista a sua finalização.

Um bairro para o presente
É a música de Frank Sinatra que sonoriza o pequeno café da Rua Fialho de Almeida, chamado Mousse de Chocolate. Os vitrais no tecto e a cor vermelha do espaço remetem o cliente para os anos 30, exactamente o que Maria Antónia pretendia quando abriu o estabelecimento em 2007. “Disse ao arquitecto que queria a decoração na época do bairro, nada de termolaminados”, afirma.

Os 45 anos de residência no Bairro Azul são suficientes para comprovar que muita coisa mudou e não foi para melhor. Maria Antónia assistiu ao desaparecimento do comércio tradicional para a proliferação das lojas de conveniência abertas até de madrugada. O Mousse de Chocolate tem como vizinho um desses estabelecimentos e não são raros os dias em que de manhã a comerciante encontra lixo na rua. “Criam mau ambiente e acredito que muitas lojas sejam fachadas de imigração”, desabafa.

Tanto Ana Alves de Sousa como Maria Antónia viram várias pessoas abandonar o Bairro Azul, porque já não se identificavam com o sítio onde viveram durante anos. Hoje assiste-se ao aluguer frenético de casas a estudantes Erasmus, para quem as regras de conduta e civismo são praticamente inexistentes, na opinião das duas moradoras. “Não lhes é incutido um horário de recolha de lixo e a falta de informação institucional agrava a situação”, defende Maria Antónia.

A cronologia no Bairro Azul faz-se de um passado prestigiante, em que o “bairro excêntrico” da freguesia das Avenidas Novas era aconchegante para comerciantes e moradores. Hoje, trata-se de “aproveitar o presente e construir o futuro”, como salienta Ana Alves de Sousa, retirar lições do passado e devolver ao Bairro Azul o “charme” apregoado em folhetos turísticos e institucionais.

Texto editado por Ana Fernandes»

31/10/2015

Fialho de Almeida. Sem palavras...


Vamos por partes: posters colados na fachada, são ilegais; prego espetado na fachada para pendurar artigos da loja, igualmente ilegais. Já nem vou pela ASAE, mas a CML devia lá ir e mandar retirar toda aquela porcaria. Mas apenas diz que é uma espécie de "bairro classificado de interesse municipal", bah.


Foto: ‎Ninó Vaz‎, in Comissão Moradores Bairro Azul (facebook)

21/10/2015

Bairro Azul (Conjunto de Interesse Municipal)/É preciso um Regulamento Urgente/Pedido a Vereador do Urbanismo


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


C.C. PCML, AML, JFAN, Media

Na sequência das declarações de V. Exa. à imprensa, em Julho de 2014, e da resposta (doc. anexo) à nossa solicitação de Setembro de 2014 (http://cidadanialx.blogspot.pt/2014/09/bairro-azul-regulamento-e-urgente-apelo.html), voltamos a alertar a CML para a urgência de um Regulamento/Despacho/Manual de Boas-Práticas para o Bairro Azul.

O Bairro Azul está classificado de Interesse Municipal desde 2009 mas continua a ser alvo de várias descaracterizações, algumas delas irreversíveis: desfiguração de fachadas e de interiores dos edifícios, colocação de elementos espúrios, destruição de estuques, substituição de candeeiros e elementos decorativos dos “hall” e das escadas, substituição anárquica das caixilharias, alteração de vãos, demolição de paredes (nomeadamente dos quartos interiores), ocupação ilegal dos logradouros, instalação de esplanadas incompatíveis com um bairro classificado, etc.

Reafirmamos que é imperioso que esse Regulamento/Despacho/Manual de Boas-Práticas tenha por objectivo garantir:

1.A preservação da arquitectura do Bairro Azul, designadamente, cércea, tipologia de apartamento, materiais e desenho de fachadas e interiores (caixilharia, portas, portadas, etc.), logradouros e, nessa medida, se assegure:

a) A demolição dos acrescentos ilegais e espúrios;
b) As boas-práticas em termos de obras de alterações de interiores;
c) A informação, sensibilização e incentivo de proprietários e inquilinos para que mantenham/reintroduzam as características originais dos edifícios, dos apartamentos, das portas e das montras: cores, ferragens, átrios, escadas, madeiras, cantarias, corrimãos, grelhas de ventilação em metal cromado (replicadas nos casos de furto), candeeiros dos átrios e das escadas (nos casos já desaparecidos por furto ou alteração, promover a substituição por replicas ou modelos que melhor se integrem na estética Art Déco/Modernista do Bairro), clarabóias e marquises mantidas em ferro e vidro, reproduzindo o desenho original, caso se verifique que o seu estado é irrecuperável; e se mantenham e recuperem as escadas de incêndio originais, ou, caso as mesmas estejam irrecuperáveis, por réplicas o mais próximas possível.

2. A melhor forma de integrar elevadores nestes edifícios, para que se evitem impactos negativos no espaço das caixas de escadas como se tem vindo a assistir nos últimos anos – porque não um concurso de ideias para a concepção de elevadores nos logradouros em colaboração com a Trienal de Arquitectura?)

3. A desocupação dos logradouros - Sobre este particular, sugerimos à CML o arranque de experiências-piloto nos logradouros das traseiras dos edifícios da Rua Fialho de Almeida (nºs pares) e da Av. Ressano Garcia (nºs ímpares), incentivando a demolição dos abarracados de alguns deles, e permitindo que os mesmos voltem a ser verdes, pela não impermeabilização dos solos, promovendo a arborização, com árvores de médio porte, pequenas hortas e jardins.

d) A retirada dos cabos das fachadas, das diversas operadoras de telecomunicações que poluem visualmente todo o Bairro

e) A requalificação dos cafés e restaurantes, esplanadas e/ou "amarquisados", disciplinando a ocupação do espaço público, qualificando esteticamente através do uso de toldos neutros, sem publicidade, com mobiliário de qualidade (ex: cadeiras de modelo “Gonçalo”); deve ser estudada também uma forma de delimitar fisicamente as esplanadas (ex: recurso a vasos com flores/arbustos).

f) A requalificação dos toldos e réclames dos estabelecimentos comerciais do Bairro, com recurso a regras com critérios estéticos mais exigentes, evitando assim o caos criado por modernizações administrativas bem-intencionadas mas mal calculadas como o "Licenciamento Zero" - bairros classificados como este não podem continuar a ser sujeitos aos males provocados pela ausência de critérios de materiais e cores.

3. Finalmente, alertamos V. Exa. ,e os Serviços do Pelouro do Urbanismo, para a necessidade de obras URGENTES nos edifícios da Rua Fialho de Almeida, nº 6 (exterior e interior) e nº 18 (fachada a tardoz e logradouro), Av. Ressano Garcia, nº 33 (exterior e interior), e Avenida António Augusto de Aguiar, nº 173 (autor: Arq. Norte Júnior).

O Bairro Azul é um conjunto urbano de grande valor cultural, uma mais-valia para as futuras gerações que todos temos a obrigação de salvaguardar - e esse trabalho tem de ser feito por todos nós e agora.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos ​ Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, ​Alexandre Marques da Cruz, Virgílio Marques​, ​Miguel de Sepúlveda Velloso, Rui Martins, Júlio Amorim, Fernando Jorge, Maria do Rosário Reiche, Jorge Santos Silva, Luís Marques da Silva, Paulo Lopes

05/10/2015

Afinal de contas, CML, tanta promessa e ...


Afinal de contas, CML, tanta promessa e ... quando é que o Bairro Azul , que está classificado desde 2009, tem o tal Regulamento (ou manual de boas-práticas, ao menos isso)? Aguardamos... (foto: Fernando Jorge)