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06/07/2022

Quartel (Convento) da Graça continua em degradação e abandono - pedido de esclarecimentos ao grupo SANA

À Aziriver, Lda., Património Crescente, SA, Azilis, SA e Sesimbrotel, SA (Grupo SANA)

CC. DGTF, Revive, CML, AML e DGPC, e media

Exmos. Senhores


Decorridos que estão 31 meses sobre a data de assinatura do contrato de concessão do Quartel da Graça (Convento da Graça), concessão feita ao abrigo do Programa Revive, e uma vez que a data prevista para o início da exploração daquele conjunto monumental (Monumento Nacional, Decreto n.º 29 604, DG, 1.ª série, n.º 112 de 16 maio 1939) como unidade hoteleira termina no final do presente ano, não se vislumbrando quaisquer obras em curso, apesar da publicidade em contrário;

E considerando que esta Associação tem como objecto a defesa do património edificado do distrito de Lisboa (artigo 2º dos nossos estatutos), desenvolvendo para tal as actividades que se considerem necessárias e convenientes para assegurar a sua prossecução (artigo 3º);

Solicitamos a V. Exas. que nos informem sobre quais as razões para que os pressupostos da concessão referida não tenham sido ainda materializados em obra.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Pedro Formozinho Sanchez, Jorge Pinto, Eurico de Barros, Rui Martins, Beatriz Empis, Carlos Boavida, Filipe de Portugal, Helena Espvall, Maria Teresa Goulão, Maria do Rosário Reiche, Miguel Atanásio Carvalho, Irene Santos

Foto: Programa Revive

29/04/2013

Jardim cerca da graça e destruição da horta do monte


Chegado por e-mail:


«Boa tarde,

há já um tempo que começaram as obras do "jardim da cerca da Graça" e só agora e que encontrei informaçao do projeto (estou a tentar ter uma reunião com a arquitecta)

http://visao.sapo.pt/que-graca-de-jardim=f725927

além de tirar o direito á privacidade dos moradores pela construcção duma esplanada, quiosque e parque infantil mesmo ao pé das vivendas da calçada do monte (o jardim tem 1,7ha!!) e do abate de mais árvores, o modelo de requalificação de hortas urbanas da CML prevê na horta popular do monte "a entrada de máquinas industriais que irão criar grande impacto no terreno, destruir toda a biodiversidade existente, a estrutura do solo, as árvores e os arbustos plantados pela comunidade nos últimos 6 anos"

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2013N39744

não há forma nehuma de tentar para isto? vão destruir uma oportunidade de fazer um lindo jardim e de ter uma maravillosa horta popular... temos que ficar os moradores e cidadãos só com impotência e resignação? isto é simplesmente absurdo ... que vergonha...

Abraço

Bruno Peña»

05/02/2013

Obras jardim quartel da Graça estão a começar. Abatimento de muitos árvores

Fotos actualizadas do "antes" da obra:

E do "agora":


...

Chegado por e-mail:

«Muito bom dia

Eu estou a morar na Calçada do Monte, na Graça, e a minha janela olha em direção ao terreno do Quartel da Graça. O pasado Sábado já começou o abatimento de árvores e hoje de manhã vi que muitos mais árvores dos terrenos (horta) pertencentes ao Quartel da Graça (cedidos à Cámara Municipal) estão a ser abatidas.

Foi perguntar lá acima e um policia diz-me que a razão é que a CM começou as obras para o jardim nos terrenos do Quartel da Graça (já planeado há umos anos). Eu acho bem que o jardim vá ser criado mas o policia também diz que todos os árvores vão ser abatidos e depois novos árvores serão plantados (também palmeiras! ele diz... mas agora estão todas a morrer por causa do picudo vermelho!) . Eu acho que isso é um bocadinho absurdo porque já ha lá muitos e muito lindas árvores (limoeiros, amendoeiras, nogueiras...) e de certeza poderiam deixar-os lá e integrar no futuro jardim.

E também acho que é extranho que a CM não tém dito que as obras estão começar. Eu gostaria de perguntar aos senhores do Forum Cidadania LX se sabem qualquer coisa com respeito ào começo desta obra, ao abatimento massivo de árvores, duração.... porque não posso encontrar informação nenhuma.

Muito obrigado pela ajuda.

Com os melhores cumprimentos

Bruno C.»
...

Resposta:

«Caro Bruno C.

Antes de mais, bom dia e obrigado pelo seu alerta! A unica coisa que foi noticiada foi em 2010 - http://www.publico.pt/local/noticia/defesa-vende-convento-da-graca-para-hotel-e-camara-vai-construir-um-parque-urbano-1434596. E nessa ocasiao so se disse que ia ser aberto o espaço como parque. Nunca nos foi dado a ver qualquer projecto, alias.

Parece-me estranho que se faça um parque começando a abater arvores indiscriminadamente. Consegue-nos arranjar fotos do que se esta a passar?

Ja fizemos circular o seu alerta, esperemos que haja quem esclareça e, sobretudo, que se evite começar um parque por um deserto...»

25/05/2010

Bloco de Esquerda contesta uso privado de monumento nacional por 75 anos

In Público (25/5/2010)
Por Carlos Filipe


«Deputadas da bancada do BE consideram que transformação do Convento da Graça em unidade hoteleira impede o seu usufruto público


Jardim para Lisboa

Catarina Martins e Rita Calvário, deputadas parlamentares do Bloco de Esquerda, consideram questionáveis as opções de concessão ou venda pelo Ministério da Defesa Nacional do Convento da Graça, situado na freguesia de Lisboa com o mesmo nome e classificado desde 1910 como monumento nacional. Aquelas deputadas consideram que a sua utilização futura para uso privado com fins lucrativos veda assim a possibilidade de usufruto por parte da população.

Num conjunto de questões dirigidas aos ministérios da Cultura e da Defesa e em forma de requerimento dirigido à Câmara Municipal de Lisboa, as representantes do BE recordam que um despacho conjunto (19.778/2007, de 18 de Julho) dos ministérios, então tutelados, respectivamente por Isabel Pires de Lima e Severiano Teixeira, a que também se juntou a assinatura do actual ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, aludia ao estado de degradação do imóvel, pelo que necessitaria, com urgência, de importantes obras de recuperação e manutenção.

O despacho sublinhava a necessidade de se encontrar uma "solução tecnicamente eficiente", e que sem afectar a sua natureza jurídica (do domínio público militar e cultural), permitisse recuperar as áreas degradadas, com vista à sua posterior devolução ao Estado, determinando a concessão ao uso privativo, por um prazo não superior a 75 anos.

Ora, aquelas deputadas consideram que se desperdiça uma oportunidade para a fruição pública, uma vez que cessam as atribuições militares do imóvel com valor patrimonial classificado, e questionam o Ministério da Cultura da forma "como são garantidas as suas condições de usufruto público ou a sua valorização cultural em benefício da sociedade", da mesma forma que questionam se se aceitaria o mesmo procedimento no caso do Mosteiro dos Jerónimos.

Outra crítica é feita à Defesa, por agora se transformar em "senhorio" de uma propriedade pública classificada como monumento nacional, pelo que é questionado o ministério agora tutelado por Augusto Santos Silva quanto ao facto de ter deixado o quartel da Graça atingir tal estado de degradação.

O BE diz também ter dúvidas sobre o procedimento a adoptar na selecção do particular que celebre o contrato, e pela forma como ficou estabelecido no despacho a adjudicação - dada a urgência, seria por concurso limitado sem apresentação de candidatura, por convite a quem tenha capacidade técnica, ou por ajuste directo.»

...

Compreendendo a questão, não sou contra a opção hotel. Recordo, todavia, que há anos, não tantos assim, era intenção de quem de direito manter o convento/quartel na posse do Estado, abrindo ali uma escola/oficina de organaria. Perderam os órgãos, ganharam os hoteleiros. É pena, mas é melhor que nada.

29/04/2010

Defesa vende Convento da Graça para hotel e câmara vai construir um parque urbano


In Público (29/4/2010)
Por Carlos Filipe


«Presidente da autarquia de Lisboa sublinha que a zona verde da cerca com 1,7 hectares é um dos melhores espaços e com melhores vistas da zona histórica para a fruição pública

É um acto exemplar, no cumprimento de uma obrigação constitucional, segundo a qual as Forças Armadas devem colaborar para a melhoria da qualidade de vida das populações, disse, em síntese, o ministro da Defesa, Augusto Santos Silva. Na resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, serviu-se do mesmo adjectivo para qualificar o acto, acrescentando-lhe que "é muito bom". E, assim, passaram ontem para a posse camarária 1,7 hectares de terrenos (equivalente a quase dois campos e meio de futebol) da cerca do Convento/quartel da Graça, instalações que o Ministério da Defesa colocará à venda, ainda este ano, para ali nascer um hotel.

Há tempo que se falava na possível utilização daquele espaço para a edificação de um hotel, mas só em 2009 ficou decidido, entre a Defesa e a autarquia, o novo uso a dar ao edifício, através do protocolo que só ontem foi posto em prática. Em Setembro do ano passado, o Conselho de Ministros aprovou a suspensão do Plano Director Municipal de Lisboa para a viabilização da mudança de uso das instalações, resolução que carecia do parecer prévio camarário, que tardou a ser emitida, e que contou com os votos contra do PSD e a abstenção do PCP.

Dos 7200 metros quadrados de área coberta do antigo convento, apenas cerca de 1200 estavam ocupados em 2001. Actualmente, alguns serviços do Exército e da GNR repartiam o espaço do convento, cuja origem remonta a 1291, tendo sido reedificado em meados do sec. XVI. Está classificado como monumento nacional por decretos de 1910 e 1918.

Segundo o ministro da Defesa, o destino do imóvel será hoteleiro, social e cultural - e objecto de concurso público -, ao abrigo do "processo de modernização e qualificação da Defesa nacional". "Temos hoje um sistema de forças mais preparado para a capacidade de projecção em tempo útil, em qualquer teatro de operações (...), e em consequência disso, muito do riquíssimo património da Defesa deixou de ter servidão militar, e estas instalações inscrevem-se nesse caminho, não necessitamos mais delas", disse Augusto Santos Silva

No imediato, a cidade vai ganhar um parque urbano. Segundo António Costa, estará pronto dentro de um ano. "Trata-se de património de valor histórico e cultural que será reafectado a um uso de interesse turístico, o que significa também valorizar a base económica da cidade. Estamos a falar da maior área verde de toda a zona histórica, transformada num parque urbano, especialmente para as zonas da Graça e Mouraria. E faremos a sua ligação ao miradouro da Graça, hoje Sophia de Mello Breyner."

António Quadrado Afonso, presidente da Junta de Freguesia da Graça, acha que o destino a dar ao convento não é o melhor, mas admite que "pior seria um condomínio fechado". O autarca espera agora que a câmara viabilize um espaço na Calçada do Monte para a construção de um parque automóvel, que ajudaria a resolver alguns dos muitos problemas de trânsito da freguesia».

...

Trata-se de uma boa notícia, mas essa história do velho projecto do parque na Cç. do Monte é que não. Antes libertar a antiga parada do quartel (foto: Público) para o efeito ou demolir o obsoleto e inqualificável mercado de Sapadores, fazer um parque subterrâneo e depois um mercado por cima. Mas a notícia da encosta verde do quartel/convento ser um parque para todos é uma EXCELENTE notícia e velha aspiração de muitos. O edifício ser um hotel, não vejo mal, desde que não haja destruição de património, construção de anexos "contemporâneos" (como contrapartida da cedência da encosta verde) e afins. A ver vamos.

04/09/2009

Governo aprovou ontem suspensão do PDM que a Câmara de Lisboa discutiu anteontem

In Público (4/9/2009)
Por José António Cerejo

«Lei exige que a suspensão parcial do plano seja objecto de parecer prévio da autarquia. A câmara limitou-se a aprovar, anteontem, um protocolo através do qual aceitará emitir parecer

Poucas vezes a pressa terá sido tanta, ou a eficácia da máquina governamental tão grande: o Conselho de Ministros aprovou ontem a suspensão parcial do Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa, pouco mais de 12 horas depois de a câmara ter aprovado uma proposta em que se compromete a emitir um parecer sem o qual o Governo não poderia tomar a decisão que tomou.

A resolução governamental determina a suspensão do PDM na área do Quartel da Graça, por um período de três anos, por forma a viabilizar a sua mudança de uso para fins não militares, nomeadamente hoteleiros, e a cedência ao município dos seus logradouros para criação de um espaço verde. Nos termos da lei, a decisão do Governo tinha de ser precedida de parecer camarário.

Sucede que, anteontem de manhã, a autarquia ainda não tinha emitido tal documento e que ontem à tarde a sua existência continuava a suscitar dúvidas. Isto porque o executivo camarário, por proposta do seu presidente, António Costa, limitou-se a aprovar, anteontem, o texto de um protocolo a celebrar com o Ministério da Defesa no qual "a câmara aceita emitir parecer favorável" àquela suspensão do PDM.

A assinatura do protocolo em que esse compromisso será assumido ainda não tem sequer data marcada, prevendo o vereador Sá Fernandes, que ela ocorra "durante este mês". Questionado sobre a existência de tal parecer e sobre a data da sua emissão e aprovação pelo executivo municipal, o autarca, que tem o pelouro dos espaços verdes, afirmou: "Mandei ontem [anteontem] um fax ao Ministério da Defesa a dizer que o protocolo foi aprovado pela câmara, bem como a suspensão do PDM."

Segundo o autarca, apesar de o protocolo dizer que a câmara "aceita emitir parecer favorável", a realidade é outra: "Ninguém tem que fazer um parecer. A câmara foi ouvida e tem várias informações técnicas que fixam as condicionantes [dos usos futuros do quartel] vertidas no protocolo." Sá Fernandes acrescentou que "o Governo pediu o parecer da câmara numa carta do Ministério da Defesa [datada de 17 de Julho deste ano] e a câmara respondeu através do fax" por ele enviado anteontem.

O PÚBLICO procurou saber a data e o conteúdo do parecer municipal que fundamentou a resolução governamental, mas a Presidência do Conselho de Ministros não respondeu até ao fecho desta edição.

De acordo com o protocolo a celebrar, e graças à suspensão do PDM ontem aprovada, os edifícios do antigo quartel da Graça serão concessionados pelo Ministério da Defesa, mediante concurso público, para ali ser instalado um hotel ou outros equipamentos de natureza "turístico/cultural/social". As obras a efectuar e as novas construções a erguer serão objecto de várias condicionantes negociadas entre as duas partes.

Logo após a assinatura do protocolo, a câmara poderá limpar e desmatar os dois hectares não cobertos do quartel, abrindo-os ao público ainda antes das eleições autárquicas.»

...

Pergunta que se impõe: será que já existe um previsível promotor hoteleiro para ali, por acaso o mesmo que iria "tomar conta" da Boa Hora?

28/08/2009

Câmara analisa suspensão parcial do PDM para viabilizar hotel no quartel da Graça

In Público (28/8/2009)
Por Luís Filipe Sebastião

«Estado lançará concurso para a concessão hoteleira do antigo convento e quartel, com possibilidade de construção na parada, e a cidade ganha uma das maiores áreas verdes

O antigo quartel da Graça está mais perto de poder vir a ser transformado numa unidade hoteleira. A autarquia lisboeta discute na próxima semana uma proposta de protocolo, com o Ministério da Defesa, com vista à mudança de uso do espaço no Plano Director Municipal (PDM) e à cedência ao município da cerca e horta do antigo convento para criação de uma área verde de utilização pública.

O antigo Convento de Nossa Senhora da Graça e terrenos circundantes fazem parte de um perímetro militar, propriedade do Estado e afecto ao Ministério da Defesa Nacional. O conjunto arquitectónico, apesar de parcialmente classificado como monumento nacional, encontra-se em evidente estado de degradação, acentuada pelo abandono de grande parte das instalações. Em 2001, dos 7200 metros quadrados de área coberta do antigo convento, apenas cerca de 1200 m2 estavam ocupados. Actualmente ainda ali estão instalados alguns serviços do Exército e a intendência da GNR.

O presidente da autarquia, António Costa, vai levar à próxima reunião do executivo uma proposta de suspensão parcial do PDM na zona do quartel da Graça. Segundo o documento, o antigo aquartelamento está incluído em "área de usos especiais", o que inviabiliza a sua utilização para fins não militares, e não se revela "adequado" para a reabilitação do monumento. O Ministério da Defesa e a câmara reconhecem que, "complementando a rentabilização do quartel da Graça", os 26.000 m2 da cerca e horta do antigo convento "têm potencial para se tornar num espaço privilegiado de lazer, na sua vertente lúdica e cultural". O espaço será assim cedido ao município, com vista à fruição dos lisboetas e visitantes.

Abertura em Setembro?

A suspensão do PDM prevista no protocolo a firmar com o Ministério da Defesa, pelo prazo de três anos, visa alterar a área para "uso hoteleiro/turístico/cultural/social". O respeito pela antiga estrutura conventual, a demolição de construções dissonantes acrescentadas ao convento e das oficinas da parada, bem como a interdição de construção no logradouro da encosta a poente fazem parte das condicionantes impostas pela autarquia. Outras condições apontadas são a ocupação em cave para estacionamento com uso público da parada, mediante prévia avaliação arqueológica, e a recuperação da área verde com ligação entre o miradouro da Graça e a Rua de Damasceno Monteiro. O documento estabelece ainda que o reordenamento da parada, "com possibilidade de construção, fica condicionado a justificação técnica e à eventual deslocalização de actividades que ocupam espaços conventuais não integrados actualmente no prédio militar", desde que enquadrado nas regras do PDM.

O protocolo admite, desde logo, que, após a assinatura, a câmara pode avançar "com trabalhos de limpeza e desmatação da zona e posterior abertura ao público". O vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, adianta que a recuperação da cerca será "por administração directa", não acarretando grandes custos ao orçamento municipal. O autarca, que em 2000 moveu uma acção popular com vista à devolução do convento a Lisboa, salienta "o benefício para a cidade, que ficará com a maior zona verde no seu casco urbano".»

...

"Houston, we have a problem."

Hotel ali não parece, à partida, problema. Mas é preciso MUITO cuidado com estas coisas. Os Inglesinhos estão aí, bem à vista de todos. Construção na parada?!!

Mais outra suspensão do PDM? Acabe-se com o PDM, então, de vez. Não foi o Sr. Vereador Sá Fernandes quem interpôs uma acção popular exactamente sobre o Convento e Quartel da Graça? Por um lado suspende-se o PDM e por outro acena-se com a horta e a cerca?

Num país decente, numa cidade decente, já aquele conjunto estaria ocupado por serviços públicos ligados à Cultura, que é do que estamos a falar, por exemplo. Escolas de artes e ofícios, sedes de organizações como a Orquestra Metropolitana de Lisboa, que possibilitassem a organização de espectáculos na parada, nas alas nobres.

11/02/2008

Queremos mais espaços verdes na Graça e não o contrário


Exmo. Sr. Presidente, Dr. António Costa,
c.c. Vereador, Dr. José Sá Fernandes, Presidente da EMEL, Presidente da Junta da Graça


Como é do conhecimento de V.Exas. a zona da Graça é particularmente exígua em espaços verdes, sendo a fabulosa encosta do Convento da Graça e o terreno baldio junto ao final da Rua Damasceno Monteiro e à direita do início da Calçada do Monte (fotos abaixo), as únicas áreas verdadeiramente verdes de que dispõem os moradores da Graça, dado que todos os outros espaços públicos, apesar de alguns se designarem por jardins, contam apenas com algumas árvores e muito cimento ou calçada portuguesa.

Sobre o primeiro espaço, muito se aguarda sobre a utilização futura da encosta, no seguimento do que vier a ser criado no convento e no quartel da Graça, sendo que é com natural ansiedade e expectativa que os moradores da zona e os lisboetas, de um modo geral, aguardam que os planos de quem de direito passem do plano teórico à prática.





Sobre o segundo espaço, essa "espécie de jardim" onde os moradores da freguesia cultivavam até há bem pouco tempo algumas "hortas urbanas", entretanto destruídas com a recente "limpeza" deste espaço verde (desapareceram as hortas mas ficaram as seringas e outros perigos), e onde actualmente foi reiniciado por um grupo de pessoas empenhadas a plantação de uma horta urbana biológica (apesar de condicionamentos como a falta de água), é nossa convicção que o mesmo poderia constituir um importantíssimo instrumento pedagógico e lúdico em prol de todos, se se valorizasse o facto de ali existir aquele descampado livre de cimento e automóveis estacionados em cima do passeio; bem como as oliveiras e os pinheiros mansos que ainda subsistem.

Contudo, a CML continua indiferente à situação.

Mais, acrescido a este problema de desleixo e falta de visão de quem de direito pelo que deve ser uma cidade feita de pessoas e de vivências, existe um problema adicional mais grave, criado pela própria CML que, recentemente, doou o referido terreno à EMEL como forma de pagar dívidas da primeira entidade à segunda (ver proposta Nº. 241/03 em www.cm-lisboa.pt/docs/ficheiros/241.doc ), justificando-se com a escassez de estacionamento na zona, que seria remediada com a construção de um silo automóvel

Não satisfeita com a altamente questionável "doação" de um espaço de utilização pública a uma empresa privada sem a prévia consulta dos munícipes, constata-se ainda que o projecto do silo em questão (http://arquitectos.pt/documentos/1163775515M1yHF3bu9Ug27BL5.pdf ; pág. 86 em diante) significará um fortíssimo golpe na estética e no património do bairro da Graça, onde há cada vez menos edifícios dignos de nota, naquilo que será também mais um elemento dissonante nas vistas que se tem desde os vários miradouros da zona.

Notícias várias dão o silo como facto consumado: 28 de Janeiro de 2005 - in: http://www.cm-lisboa.pt/index.php?id_item=8124&id_categoria=11, pode-se ler "O silo da Damasceno Monteiro , com capacidade para 240 lugares, encontra-se já adjudicado (...)"; 14 de Setembro de 2005: Doc. Álvaro_Castro_Politica_Transportes_CML_14-09-2005 (página 18), pode-se visualizar a localização dos futuros silos de Lisboa; 6 de Janeiro de 2007 - in: http://jf-graca.homelinux.com, pode-se ler "A Vereadora Marina Ferreira realizou uma visita à freguesia da Graça, no passado dia 1 de Fevereiro, tomando conhecimento directo de alguns dos problemas da freguesia. Uma das questões reporta ao estado das passadeiras e da sinalização viária, para a qual a Câmara procurará dar resposta. A Vereadora assumiu como prioridade a construção do silo de Estacionamento na Rua Damasceno Monteiro, bem como o apoio à proposta da Junta para a celebração de um protocolo que permita o estacionamento público automóvel na Parada do Quartel da Graça .", enquanto que a empresa Real Town Planning apresenta no seu Portfólio o Silo da Graça como um dos seus projectos: http://www.realtownplanning.pt/8864/index.html?*session*id*key*=*session*id*val*.

Vimos, portanto, pelo presente;

· Reclamar junto de V.Exa. que anule a doação do terreno à EMEL e o devolva aos lisboetas, permitindo aos cidadãos cuidar eles próprios de um jardim da cidade, desenvolvendo-o como espaço verde, seja pela plantação de hortas, seja enquanto espaço de lazer para crianças e adultos;

· E sugerir que, em vez da construção de um silo para automóveis naquele espaço (lembramos que os outros silos abertos pela CML têm sido más experiências e inúteis nos seus propósitos, pois os moradores desses locais continuam a estacionar como dantes, devido aos elevados preços do estacionamento subterrâneo, mantendo-se os parques vazios e o estacionamento à superfície, selvagem (Portas do Sol) ou pior (como seria a construção no terreno da EPUL na mesma Rua Damasceno Monteiro, já mais abaixo, com fortíssimo impacte visual desde a colina do miradouro de S.Gens), V.Exa. opte por uma de duas hipóteses:




a) No âmbito do plano em curso para reconversão do Quartel da Graça, seja aproveitada a respectiva Parada para estacionamento à superfície e subterrâneo, com entrada no fim da Rua Damasceno Monteiro (fotos em anexo) , já que é confrangedor assistir-se aos funcionários dos serviços ainda em funcionamento no quartel continuarem a ser os únicos beneficiados com a possibilidade de ali estacionarem a seu bel-prazer;



b) Uma opção "radical" que passa por demolir o mercado de Sapadores (foto em anexo), que é um mono horrível e que está em péssimo estado apesar de ter sido construído há apenas 15 anos (!) , e por construir no seu lugar estacionamento subterrâneo, libertando o espaço à superfície para relvado e parque infantil, com entrada aberta a poente; e reabrindo o mercado noutra zona do bairro ou no mesmo local mas em moldes completamente diferentes, estéticos e concepcionais.


Na expectativa de uma resposta da parte de V.Exa. subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos

Cátia Maciel, António Branco Almeida, Carlos Reis Sousa, Luís-Pedro Correia, Nuno Franco, Nuno Valença e Paulo Ferrero

06/09/2007

Câmara de Lisboa contesta hotel na Graça sem ser ouvida

In Diário de Notícias (6/9/2007)
FILIPE MORAIS

«A Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovou ontem, por unanimidade, uma moção que contesta o despacho governamental que autoriza a instalação de um hotel no Quartel da Graça. O despacho foi publicado em Diário da República a 31 de Agosto e prevê a cedência do quartel, classificado parcialmente como monumento público, para usos privados, referindo que uma unidade hoteleira seria um bom exemplo para ocupar o edifício que precisa de ser recuperado.

A vereadora independente Helena Roseta apresentou ontem uma moção, que viria a ser também subscrita pelo PCP, PSD, BE e o movimento Lisboa com Carmona. O documento visa "contestar o despacho 19778/2007, proferido sem audição prévia da CML e em violação do regulamento do Plano Director Municipal".

O presidente da câmara, António Costa, referiu ainda que enviou uma carta, a 3 de Setembro, aos ministros das Finanças, Defesa e Cultura, onde pede "um contacto com a Câmara Municipal, tendo em vista clarificar as pretensões do Estado e a sua adequação com o PDM e os interesses da cidade". António Costa adiantou ainda que já falou com o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos: "Garantiu-me que o Governo não vai avançar com nenhuma alteração de uso sem falar com a câmara", sublinhou. (...)

Na reunião de ontem, o vice-presidente, Marcos Perestrello (PS), anunciou ainda que as obras no jardim de S. Pedro de Alcântara, ao Bairro Alto, deverão ser retomadas a 24 de Setembro, depois de ser resolvida a questão do pagamento aos empreiteiros, que se encontrava atrasado. Marcos Perestrello adiantou que o jardim deve estar pronto dentro de quatro meses.»

Comentários:

1. Estão de parabéns Helena Roseta, e os Cidadãos por Lisboa, no que se refere ao Quartel da Graça. Mas há que estar atento, muito atento.

2. Estão convocados os autores daquele fantástico «graffiti», escrito em contentor encarnado junto ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no qual se insulta JSF pelo acordo com o PS; para pedirem desculpas aos mesmos: o jardim-miradouro vai voltar a estar em obras.

Duas boas notícias.

05/09/2007

Concurso para Quartel da Graça abre este ano

In Diário Notícias (7/9/2007)
FILIPE MORAIS

«O concurso público para o novo uso a dar ao edifício do Quartel da Graça, em Lisboa, irá avançar até Dezembro, adiantou ao DN fonte do Ministério da Defesa. Ali poderá nascer uma unidade hoteleira, mas o imóvel manter-se-á na posse do Estado.

Os ministérios das Finanças, da Defesa Nacional e da Cultura emitiram um despacho (publicado a 31 de Agosto) que abre a possibilidade de o quartel, parcialmente classificado como monumento nacional, ser cedido para hotel. Em causa está o estado de degradação do imóvel e os elevados custos necessários para o recuperar. O Estado pretende assim ceder o prédio, sem o desafectar do domínio público, para ser recuperado pela iniciativa privada.

O despacho já sublinha que o prazo de concessão "não deve ser superior a 75 anos". O documento defende a necessidade de "encontrar uma solução tecnicamente eficiente, juridicamente enquadrada, que, sem afectar a sua natureza jurídica de bem pertencente ao domínio público militar e cultural, mormente a sua classificação como monumento nacional (...) permita recuperar as áreas degradadas" com vista à sua posterior devolução ao Estado. No despacho sublinha-se ainda que "a utilização do bem em causa como instalação hoteleira é adequada ao fim em vista" e que será necessário garantir "que as obras mais urgentes se iniciam de imediato".

No entanto, a Defesa Nacional diz que a transformação em unidade hoteleira é feita "de modo exemplificativo. Se existir uma outra opção que permita manter o edifício com a traça actual, pode ser equacionada". Mas caberá "à iniciativa privada propor soluções".

Carmona Rodrigues, ex-presidente da Câmara de Lisboa e actualmente vereador independente, disse ao DN que não tem "nada contra um hotel ali, porque pode ser uma boa forma de preservar o património". O vereador defende mesmo que "podia-se aproveitar o pátio da GNR para fazer estacionamento para residentes, por exemplo". Quanto ao papel da câmara de Lisboa considera que a autarquia "pode e vai ter um papel a dizer, até porque o Plano Director Municipal não permite a alteração de uso". O autarca lembra que "o estado já fez muitas coisas destas e depois as câmaras têm que se ajustar" e adianta ainda que "já tinha defendido um entendimento com o Governo para saber o que o Estado quer fazer com o seu património".

A maioria dos vereadores da oposição na CML mostrou já a sua preocupação com o destino a dar ao quartel, sublinhando que a câmara tem que ser ouvida nesta questão, mas o ministério só deverá abrir conversações depois de ter propostas concretas para o complexo. Não foi possível ouvir a presidência da autarquia.»

31/08/2007

Governo quer hotel no Quartel da Graça!

Despacho n.º 19778/2007, D.R. n.º 168, Série II de 2007-08-31
Ministérios das Finanças e da Administração Pública, da Defesa Nacional e da Cultura
Concessão do Quartel da Graça

Perguntas:

1. E a zona da Parada, que dava um excelente parque de estacionamento para os moradores da Graça?
2. E a colina por debaixo do quartel, que dava um excelente parque para os moradores da Graça?
3. E o convento?