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01/04/2016

A intervenção integral de Artur Lourenço na AML de ontem, em nome da Plataforma por Monsanto:


Debate sobre Monsanto (31.3.2016):


A intervenção de Artur Lourenço (ao minuto 33) em representação da Plataforma por Monsanto no debate de ontem na AML, sobre o Parque Florestal de Monsanto:

27/02/2015

Câmara de Lisboa deixa sem resposta dezenas de perguntas da assembleia municipal


In Público (27.2.2015)
Por Inês Boaventura

«A presidente da assembleia quer que o município justifique as ausências de resposta e que passe a haver "uma monitorização efectiva" do seguimento dado às recomendações dos deputados. Pela primeira vez, um relatório dá a conhecer toda a actividade da Assembleia Municipal ao longo de um ano

Mais de metade dos 91 requerimentos que foram enviados pelos deputados municipais à Câmara de Lisboa entre Outubro de 2013 e Dezembro de 2014 não tiveram qualquer resposta. “Isso preocupa-me”, reconhece a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, que quer que a informação escrita que é apresentada periodicamente pelo presidente do município passe a incluir a informação sobre quais as perguntas que ficaram por responder e porquê.

Helena Roseta também pretende que haja alterações na forma como são tratadas as recomendações que são feitas à câmara pelos deputados municipais, para que passe a haver “uma monitorização efectiva” das mesmas. Hoje, admite a autarca, a assembleia não tem qualquer informação sobre o seguimento que lhes é dado, o que “é frustrante” para os seus autores.

A proposta da presidente da assembleia é que as oito comissões permanentes deste órgão autárquico passem a receber, nas reuniões ordinárias que realizam a cada dois meses, os vereadores dos pelouros respectivos, “devendo os mesmos enviar previamente uma informação escrita dando conta do acatamento ou não pela câmara das recomendações aprovadas nos últimos dois meses”. [...] Outra proposta de Helena Roseta é que as intervenções que são feitas pelas pessoas que se inscrevem para falar no período aberto ao público passem a estar transcritas na página da assembleia da Internet, juntamente com uma indicação de qual foi “o encaminhamento dado à matéria exposta”. Quanto às petições, a autarca quer que os seus proponentes passem a ser sempre ouvidos em comissão e que da apreciação dos documentos apresentados pelos cidadãos resulte sempre uma “efectiva tomada de posição da assembleia”. [...]»

...

Acho muito bem. E com efeitos retroactivos. Mas pelo texto do artigo parece que o essencial vai ficar: as recomendações à CML continuarão a poder ficar por implementar, pois são isso mesmo, recomendações. Ou seja, pode-se perguntar quantas foram acatadas e como e quantas não foram acatadas. Mais, não. E esse é que é o problema, parece-me.

23/09/2014

As inundações de Lisboa (ontem) e a proposta 488/CM/2014 (hoje na AML)


From: Pedro Henrique Tavares Pereira Aparício 
Sent: terça-feira, 23 de Setembro de 2014 11:51
To: presidente@am-lisboa.pt; aml@cm-lisboa.pt
Cc: aml.ps@cm-lisboa.pt; aml.ppd_psd@cm-lisboa.pt; aml.cds_pp@cm-lisboa.pt; aml.pcp@cm-lisboa.pt; aml.be@cm-lisboa.pt; aml.indepentes@am-lisboa.pt; aml.mpt@cm-lisboa.pt; aml.osverdes@cm-lisboa.pt; aml.pan@am-lisboa.pt; aml.pnpn@am-lisboa.pt
Subject: Considerandos de um cidadão sobre as inundações de Lisboa (ontem) e a proposta 488/CM/2014 (hoje na AML)
Exma. Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa;
Exmos. (as) Membros da Assembleia Municipal de Lisboa, representantes dos partidos políticos e grupos de cidadãos;
Sou um simples cidadão de Lisboa, ainda algo perplexo pela exposição da fragilidade que a nossa cidade de Lisboa e todo o sistema de prevenção e proteção de bens, pessoas e património atesta pelas imagens que vimos e pelas experiências perigosas e perturbantes que ontem experienciámos na primeira pessoa numa quantidade avultada de locais da cidade de Lisboa.
Hoje não posso deixar de registar o infeliz sucedido no dia de ontem, ocasião coincidente com o Dia Europeu sem Carros, onde de facto o trânsito automóvel de Lisboa quase foi substituído por meios de menor impacto como os barcos a remos.
Estimo que os prejuízos sejam elevados, entre reparações de via pública e intervenções de urgência será também uma fatura cara os danos de imagem, as perdas de receitas de comerciantes e a constatação prática que a operacionalidade do nosso sistema de proteção civil carece de melhorias urgentes.
Da sessão que hoje haverá lugar na nossa Assembleia Municipal de Lisboa noto, com especial atenção, a inclusão nesta ordem de trabalhos da proposta 488/CM/2014 - Compromisso plurianual relativo à aquisição de serviços de “Limpeza, desobstrução e inspecção de colectores do Município de Lisboa” e consequente repartição de encargos.
Bem sei que Lisboa tem sofrido diversas alterações no seu modelo organizacional e da própria rede de competências, fruto da implementação da reforma administrativa que veio trazer a partilha de competências com as novas Freguesias criadas neste quadro, uma nova realidade que aos poucos mostra as suas potencialidades e fragilidades.
Sobre esta reforma administrativa, não querendo desviar-me do tema das inundações, atrevo-me a pensar que estaremos demasiado otimistas e pouco vigilantes sobre o processo. Digo isto ao ler o 1º Relatório de Monitorização do Processo da Reforma Administrativa, aprovado por maioria no passado 15 de Julho de 2014, pese embora este fique aquém do que pessoalmente esperava ver refletido sobre as novas 24 realidades da nossa Capital Portuguesa.
Sobre as inundações do dia de ontem noto que um dos papéis fundamentais da nossa Assembleia Municipal é precisamente a fiscalização política da ação do nosso executivo camarário que, ao que julgo saber, continuará a assegurar em toda a Lisboa a necessária limpeza e manutenção dos sistemas de escoamento de águas residuais.
Poderá ser desconhecimento técnico ou falta de rigor meu, admito, mas a discussão desta proposta de compromisso plurianual peca por falta de temporalidade e julgo que a mesma deveria figurar como ponto de partida para um mandato. Afinal de contas o pontapé de partida para este procedimento é feito ainda em 2013, ou estará em falta na nossa memória coletiva as cheias de Lisboa em Outubro 2013?
Alerto-vos que a sobrecarga de chuvas de ontem é em tudo idêntica à do ano anterior, pois estas mesmas impediram a boa concretização de calendários de obras públicas como são exemplo: a cobertura dos buracos no asfalto lisboeta de muitas vias públicas, a repavimentação da Rua do Ouro, A realização das Zonas 30 em toda a Freguesia de Alvalade e estou certo que inúmeras outras serão do vosso conhecimento.
Agora interrogo-me e procuro um devido esclarecimento: Será o objeto desta proposta o suficiente para garantir que dias caóticos com o de ontem não voltam a acontecer?
Aproveito ainda para partilhar convosco que espero que esta proposta seja de facto aprovada, permitindo que durante as Jornadas Europeias do Património, já esta semana, as Galerias Romanas da Rua da Prata possam de facto ser visitadas.
Peço a todos e todas uma ação urgente, concertada e direcionada ao bem comum, procurando que a simples limpeza de sarjetas deixe de ser uma política de marés de simpatia ou sazonalidade – é hoje, mais do que nunca, urgente garantir que a segurança, a saúde e a salubridade das nossas ruas assentem verdadeiramente em políticas públicas de prevenção de riscos.
Com melhores cumprimentos
Pedro Henrique Aparício
NOTA: Este texto, de minha autoria, foi também publicado em http://overacidade.blogspot.pt

03/06/2014

PEV exige explicações sobre parque de estacionamento no Príncipe Real

Grupo d' Os Verdes na Assembleia Municipal de Lisboa quer saber se o projecto não afectará o jardim e as galerias do Aqueduto das Águas Livres.
Por Marisa Soares, Público de 3 Junho 2014

O grupo do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) na Assembleia Municipal de Lisboa pediu explicações à câmara sobre as perfurações iniciadas na semana passada na Praça do Príncipe Real e a eventual construção de um parque de estacionamento subterrâneo naquele local. Os deputados consideram que, a concretizar-se, o projecto pode pôr em causa “um dos jardins mais emblemáticos” da capital.
O PEV quer saber se o executivo camarário tem conhecimento das perfurações e se está a acompanhar os trabalhos, em conjunto com a Direcção Geral do Património Cultural (DGPC). “Pode a Câmara de Lisboa garantir que a construção deste parque de estacionamento subterrâneo e respectivos acessos não afectará o jardim do Príncipe Real e as galerias do Aqueduto das Águas Livres?”, questionam os deputados.
Na semana passada, o grupo Amigos do Príncipe Real alertou no seu blogue para a presença de máquinas de perfuração na praça. Os membros deste movimento acreditam que a câmara se prepara para autorizar o “malfadado projecto” de parque de estacionamento, que tem já 13 anos mas foi sendo bloqueado pelo protesto de moradores e ambientalistas.
Na sexta-feira, o director-geral da empresa responsável pelo projecto, a espanhola Empark, explicou ao PÚBLICO que as sondagens visam o estudo hidrogeológico do local, para incluir no projecto que ainda há-de ser sujeito à aprovação da câmara. Paulo Nabais garantiu que a empresa tem autorização municipal para realizar as perfurações, que estão a ser realizadas com “acompanhamento permanente” dos técnicos camarários.
As sondagens hidrogeológicas foram autorizadas pela DGPC, segundo disse ao PÚBLICO fonte do gabinete de comunicação deste organismo. A 14 de Janeiro, a DGPC emitiu um despacho desfavorável ao projecto apresentado pela Empark, referindo que faltava esclarecer “cabalmente” os impactos negativos da construção do parque no Reservatório da Patriarcal, uma cisterna do século XIX, cujos pilares estão situados no subsolo do jardim. Na sequência desse despacho, a empresa apresentou um pedido para realização do estudo hidrogeológico da zona.
O PEV quer também saber se se confirma a possibilidade de uma empresa americana vir a construir mais uma cave num edifício na Rua da Escola Politécnica, de forma a albergar um parque de estacionamento público. Esta hipótese foi avançada ao PÚBLICO pelo ex-vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva, em Julho de 2012.
“Pode a Câmara de Lisboa garantir que a construção destes parques de estacionamento e respectivos acessos não afectarão a estabilidade dos centenários edifícios da Praça, muitos dos quais são património classificado?”, lê-se no requerimento assinado pelos dois deputados do PEV na Assembleia Municipal, Cláudia Madeira e José Luís Sobreda Antunes.
O partido quer também saber se os moradores e comerciantes da zona foram informados sobre os projectos e conhecer a política de mobilidade defendida pela autarquia para o eixo entre o Cais do Sodré - Príncipe Real – Rato.


20/05/2014

Depois da Colina de Santana, a Assembleia Municipal de Lisboa debate os transportes

O líder da bancada do PS admite que as negociações com o Governo sobre a gestão da Carris e do metro podem não chegar "a bom porto" devido à existência de "divisões no PSD".
Por Inês Boaventura, Público de 20 Maio 2014


A primeira sessão do debate temático sobre transportes realiza-se esta terça-feira.

Depois da Colina de Santana, a Assembleia Municipal de Lisboa dá esta terça-feira início a um novo debate temático, desta vez sobre transportes. Numa altura em que a Câmara de Lisboa está a negociar com o Governo a assunção da gestão da Carris e do Metropolitano de Lisboa, a deputada Margarida Saavedra defende que só haverá “honestidade intelectual” neste debate se António Costa esclarecer quanto custará essa operação e como pretende financiá-la.
O presidente do conselho executivo da Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa, Germano Martins, o presidente da Associação de Defesa do Consumidor (Deco), Vasco Colaço, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, Sérgio Monte, o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, José Manuel Oliveira, e o especialista em transportes Carlos Carvalho são os oradores desta primeira sessão, que se realiza às 18h. Às apresentações do painel seguir-se-á um período reservado às intervenções do público.    
Margarida Saavedra acredita que estes debates temáticos “estão a marcar uma nova etapa em Lisboa”, na medida em que com eles “a Assembleia Municipal está a trazer para a discussão pública assuntos que passavam ao lado da maioria dos lisboetas”. No entender da segunda secretária deste órgão autárquico, isso ocorreu com a Colina de Santana e irá agora acontecer com a questão dos transportes.
A este respeito, a deputada municipal do PSD defende que, “independentemente das vantagens e desvantagens em termos teóricos” que pode ter a assunção pelo município da gestão da Carris e do metro, é preciso clarificar algo que “tem sido omitido”: “quais são os custos que essa operação terá para os lisboetas”.
Margarida Saavedra sublinha que as receitas da Empresa Pública Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa ou um aumento de impostos são as fontes de financiamento possíveis, e lança o repto a António Costa para que diga a qual delas vai recorrer. Até para que, diz, os munícipes não sejam confrontados no final do ano com uma notícia inesperada de aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis.  
“O presidente disse que o equilíbrio financeiro do município não vai ser posto em causa mas é importante que diga que o dos lisboetas também não vai”, acrescenta a segunda secretária da Assembleia Municipal, concluindo que sem esse elemento “é difícil para quem quer que seja ter uma posição” sobre a passagem para a autarquia daquelas empresas de transportes públicos.
Também o líder da bancada do PS na Assembleia Municipal acredita que este “é um tema muito relevante para a cidade de Lisboa” e lembra que o seu partido preconiza “uma verdadeira descentralização de competências”, em que as comunidades intermunicipais, as áreas metropolitanas e as autarquias assumam “competências acrescidas em matéria de transportes”. Rui Paulo Figueiredo considera ainda que este debate “será uma reflexão útil”, “seja para as negociações que têm estado em curso, seja para o futuro, para um Governo nacional liderado pelo PS”.
Questionado sobre o andamento dessas negociações, o deputado municipal (e também na Assembleia da República) diz esperar que cheguem “a bom porto”, mas admite que isso pode não acontecer. “Não tenho a certeza absoluta como se vai desenrolar. Há divisões no PSD sobre esta matéria e temo que possam influenciar a posição do Governo”, afirma Rui Paulo Figueiredo.
As sessões seguintes deste debate temático sobre transportes vão realizar-se nos dias 27 de Maio, 3 e 24 de Junho, sempre às 18h.


25/03/2014

Assembleia Municipal recusa fecho de hospitais na Colina de Santana sem alternativa


Depois de cinco sessões de debate sobre o futuro desta zona de Lisboa, a assembleia aprovou uma proposta com acções concretas a desenvolver.

Por Inês Boaventura, Público de 25 Março 2014

Foto de Ana Ramalho

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta terça-feira uma proposta sobre a Colina de Santana, na qual se defende que mais nenhum hospital desta área deve encerrar sem que esteja a funcionar o novo Hospital de Todos os Santos. Foi ainda decidido que os órgãos autárquicos irão exigir ao Ministério da Saúde a divulgação do plano para a reorganização da rede hospitalar da cidade.
A proposta foi aprovada, na generalidade, com os votos favoráveis do PS, PSD, CDS, MPT, PNPN (Parque das Nações Por Nós) e dos deputados independentes que representam o movimento Cidadãos por Lisboa, com a abstenção do BE e os votos contra do PCP, PEV e PAN. Seguiu-se uma votação na especialidade de alguns dos artigos da proposta, tendo todos eles sido aprovados por maioria.  
“O que conseguimos hoje aqui foi o consenso máximo possível”, sintetizou no final da reunião da assembleia municipal a sua presidente. Helena Roseta sublinhou que esta proposta, que representa o culminar do debate temático sobre a Colina de Santana iniciado em Dezembro de 2013, contém algumas “conquistas” significativas face àquilo que chegou a estar previsto.
Entre elas, a definição de que a Câmara de Lisboa terá de submeter à apreciação da assembleia municipal os objectivos do Programa de Acção Territorial (PAT), “instrumento estratégico e calendarizado” que se pretende que venha a ser desenvolvido, com a participação do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Cultura, universidades, Santa Casa da Misericórdia e Estamo (a imobiliária de capitais públicos proprietária dos terrenos em causa).
Além disso, ficou assente que “todos os pedidos de informação prévia”, como os que foram já apresentados para os hospitais de São José, Santa Marta, Capuchos e Miguel Bombarda e cuja apreciação se encontra suspensa, “ou de controle prévio de operações urbanísticas” terão “de se conformar com os objectivos do PAT que forem aprovados”.   
Helena Roseta congratulou-se com esses dois pontos, mas admitiu em declarações aos jornalistas que o caminho que agora é preciso percorrer “vai ser difícil”. “A experiência que há com Programas de Acção Territorial não é grande coisa. É difícil garantir que os parceiros alinham”, reconheceu a presidente da assembleia municipal.
A proposta aprovada esta terça-feira inclui ainda a criação de um Gabinete da Colina de Santana, “com um figurino participativo” e com a participação das juntas de freguesia de Arroios e de Santo António, e a preparação de “uma ou mais” Operações de Reabilitação Urbana Sistemática para este território.
A assembleia decidiu também recomendar à Câmara de Lisboa que incentive o surgimento de “uma percentagem adequada (25%) de habitação acessível e social nas áreas a construir e a reabilitar na Colina”.
Quanto ao património, ficou definida a criação e um grupo de trabalho que identifique, “com celeridade”, as medidas necessárias para o cumprimento de duas medidas: “a criação de um ou mais museus, núcleos museológicos ou centros de interpretação, a alojar nas antigas cercas dos hospitais” e a “manutenção e desenvolvimento adequado do museu de Arte Outsider no Hospital Miguel Bombarda”.
Não acolhida pela proposta aprovada foi a posição do PCP, que recusa o fecho anunciado das unidades hospitalares da Colina de Santana. O deputado Carlos Silva Santos sublinhou que isso mesmo foi defendido por grande parte dos participantes que intervieram nas cinco sessões do debate temático promovido pela assembleia municipal.
“Os deputados ficaram longe de acompanhar o sentimento demonstrado pelos munícipes”, constatou o deputado comunista, afirmando que estes não poderão deixar de estar desapontados. Também o MPT se pronunciou contra o encerramento dos hospitais, enquanto o PAN sustentou que um deles deveria manter-se aberto e com uma urgência em funcionamento.
“Os cidadãos foram fundamentais para termos conseguido negociar o que conseguimos. Não fomos provavelmente tão longe como alguns deles gostariam mas sem eles não teríamos chegado aqui”, disse por sua vez Helena Roseta, reagindo às críticas de alguns dos deputados municipais.  
Costa defende novo hospital
O presidente da Câmara de Lisboa defende, tal como se diz na proposta aprovada pela Assembleia Municipal, que nenhuma unidade hospitalar da Colina de Santana deve fechar até à inauguração do novo equipamento anunciado para a zona oriental da cidade. “Não podemos voltar a ter no centro situações em que o Estado abandona terrenos, sem destino, sem uso previsto, a aguardar sabe-se lá o quê. O que aconteceu em Arroios não pode acontecer na Colina de Santana”, frisou António Costa. O autarca socialista acrescentou que o Hospital de Todos os Santos representa “uma oportunidade de criar uma nova centralidade e, de uma vez por todas, unificarmos Marvila ao centro da cidade”.  


10/12/2013

Projectos para a Colina de Santana em debate na Assembleia Municipal de Lisboa

"É uma das sete colinas de Lisboa e prepara-se uma alteração profunda, que ninguém discutiu", afirma Helena Roseta, para justificar a pertinência desta iniciativa, que começa na terça-feira.


A Assembleia Municipal de Lisboa vai promover, por iniciativa da sua presidente, um conjunto de cinco debates sobre os projectos urbanísticos previstos para a Colina de Santana. O primeiro realiza-se nesta terça-feira e pretende dar a conhecer “o ponto em que nos encontramos”.
O vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, o presidente do conselho de administração da Estamo (a imobiliária de capitais exclusivamente públicos que é proprietária dos terrenos em causa), Francisco Cal, a arquitecta responsável pela elaboração do Estudo Urbano da Colina de Santana, Inês Lobo, e o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro, são os oradores convidados para esta primeira sessão. O debate está marcado para dia 10 de Dezembro, às 18h, no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma.
Como o PÚBLICO noticiou em Julho, a Estamo submeteu à apreciação da autarquia os pedidos de informação prévia sobre a viabilidade de um conjunto de operações de loteamento, para os locais onde estão hoje instalados os hospitais de São José, Santa Marta, Capuchos e Miguel Bombarda (este último já foi desactivado). Está prevista a reconversão desses equipamentos, dando lugar a um total de 640 fogos, dois hotéis, áreas comerciais e de serviços, equipamentos e um parque de estacionamento subterrâneo com mais de 300 lugares.
Os processos relativos a esses pedidos de informação prévia estiveram disponíveis para consulta na Câmara de Lisboa durante parte do Verão, tendo dado origem a muitas críticas, nomeadamente de especialistas ligados ao património. Na sua página na Internet, a autarquia refere que, “face ao interesse que estes projectos têm despoletado [sic] junto da população, a CML [Câmara Municipal de Lisboa] decidiu que será de realizar uma 2.ª Fase de Debate. Esta decisão permitirá promover uma discussão mais alargada sobre o tema”.
O órgão que agora promove esse debate é a Assembleia Municipal de Lisboa, por iniciativa da sua presidente. “É uma das sete colinas de Lisboa e prepara-se uma alteração profunda, que ninguém discutiu. Estamos a fazer aquilo que nos compete, que é promover um debate público das grandes questões da cidade”, justifica Helena Roseta em declarações ao PÚBLICO.
A autarca, que nos últimos quatro anos foi vereadora da Habitação, lembra que está em causa uma área de intervenção de “mais de 16 hectares”, que além dos equipamentos já mencionados incluirá também o Hospital do Desterro e o Convento de Santa Joana. “Mexemos numa parte importante da cidade e não ouvimos as pessoas?”, questiona Helena Roseta, sublinhando que “a prioridade” nestes debates será “ouvir o público”. 
Em cada uma das cinco sessões, a realizar entre 10 de Dezembro e 11 de Fevereiro, está previsto um período de uma hora para as apresentações dos membros da mesa, seguido de outra hora para as intervenções do público e de meia hora para respostas às mesmas. Os debates serão moderados por deputados municipais e terão dois relatores, também deputados municipais.
Helena Roseta sublinha que o Regimento da Assembleia Municipal de Lisboa que está em vigor já prevê a figura do debate temático. A principal novidade desta sua iniciativa, diz, é “o modelo” adoptado. A autarca acredita que o debate em causa permitirá, ao contrário do que em seu entender acontecia até aqui, “tirar resultados no fim”.
Dia 14 de Janeiro irá debater-se o “impacto das propostas no acesso da população a cuidados de saúde”, no dia 21 de Janeiro o “impacto urbanístico, social e habitacional” e no dia 4 de Fevereiro o “impacto na memória e identidade histórica da Colina de Santana”. A 11 de Fevereiro haverá um debate final, do qual se pretende que saia um relatório com propostas, que será depois apreciado numa reunião ordinária da Assembleia Municipal de Lisboa.
Segundo Helena Roseta, nesta terça-feira deverá ser lançada uma página na Internet (http://debaterlisboa.am-lisboa.pt/) na qual os interessados em participar nestes debates temáticos e noutros que venham a ocorrer se poderão inscrever. Aí será também possível submeter opiniões e perguntas sobre os temas em análise. Depois da Colina de Santana, antecipa, os transportes públicos poderão ser o próximo assunto em discussão.  
No anterior mandato, o vereador Manuel Salgado explicou que a intenção da Câmara de Lisboa era transformar esta zona da cidade numa “colina do conhecimento”, garantindo ao mesmo tempo a “salvaguarda do património, que é valiosíssimo”. Mas a garantia deixada pelo autarca, segundo quem “os edifícios de valor patrimonial” seriam transferidos para o município, não impediu que se levantassem inúmeras vozes de protesto contra as propostas da Estamo para a Colina de Santana.
Não só dentro da própria Câmara de Lisboa - através da Estrutura Consultiva da Carta Municipal do Património, que criticou algumas das demolições previstas e questionou o impacto que as novas construções terão na paisagem - mas também fora, por exemplo ao nível do Conselho Internacional dos Museus, do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios, da Associação Portuguesa de Arte Outsider e do Fórum Cidadania Lisboa. Durante a campanha para as eleições autárquicas, também o PCP e o BE deram conta da sua oposição aos projectos urbanísticos para a Colina de Santana.