07/03/2007

Não confio na Câmara de Lisboa

In Públcio (7/3/2007)
Maria Filomena Mónica

«A 9 de Janeiro, enviei para o PÚBLICO uma carta, a que antepus o título O plano municipal de não leitura - sim, o título é meu! -, na qual denunciava uma situação aberrante.
Como quase todas as bibliotecas de Lisboa, a de S. Lázaro, que fica ao lado da casa das minhas netas, ostentava o seguinte horário: de segunda a sexta-feira, das 11 às 17 horas, o que, como toda a gente percebe, é incompatível com a frequência de quem anda na escola. Concluía: "Pelos vistos, o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML) conseguiu realizar o sonho de todos os serviços públicos: abrir apenas quando os utentes os não podem utilizar".
Dois dias depois, um pressuroso director municipal de Cultura, Rui Mateus Pereira, respondia à minha carta, reconhecendo que o horário da Biblioteca de S. Lázaro, "como de outras 13 da rede de bibliotecas municipais de Lisboa, não serve completamente os interesses de um plano de leitura pública e as necessidades dos leitores e dos munícipes". Em vez de admitir ser sua obrigação satisfazer as aspirações dos eleitores, optava pelo argumento tecnocrático de que urgia afectar, palavras suas, recursos humanos devidamente qualificados (...), prometendo que, "no imediato", a questão seria resolvida "através do encerramento às segundas e abertura aos sábados", de forma a que a minha neta e, presume-se, outras crianças pudessem requisitar livros aos fins-
-de-semana.
No Diário de Notícias de 23 de Janeiro (em notícia de página inteira), José Amaral Lopes, o vereador da Cultura da CML, declarava ter optado por "um projecto concreto de alteração" do horário. Nesse mesmo dia, no PÚBLICO, Rui Pereira declarava que o tal alargamento teria lugar a partir de Fevereiro. Céptica como sou, hoje, 6 de Março, decidi telefonar para a Biblioteca de S. Lázaro. A resposta foi a de que apenas estavam abertos aos dias de semana, entre as 11 e as 17 horas. A conclusão é simples: a CML mentiu aos munícipes, às minhas netas e a mim.
Maria Filomena Mónica
Lisboa
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1 comentário:

Anónimo disse...

Talvez seja um Fevereiro de outro ano...