05/06/2008

A AVENIDA DE ROMA É... CHIQUE?






Alguns exemplos de um dos maiores problemas da Avenida de Roma: fachadas desfiguradas com intervenções ilegais. Na maioria dos casos são varandas encerradas com envidraçados e estores, mais conhecidas por "marquises". Mas também há alterações de cérceas, construções nos logradouros, etc..

A Avenida de Roma, espinha dorsal do Bairro de Alvalade, é um verdadeiro "caso de estudo" deste problema lisboeta que na verdade afecta todos os bairros e arruamentos com arquitecturas das décadas de 1940 a 1970.

Em muitos locais, esta avenida de referência da capital mais parece um cenário saido de um bairro clandestino. Actualmente, vários imóveis fazem mais lembrar as construções de génese ilegal do que uma zona tão bem planeada de raíz como foi o Plano de Urbanização de Alvalade.

Como é possível que a CML tolere a destruição de uma das frentes urbanas mais importantes do século XX? Ao longo desta avenida há imóveis de grande qualidade arquitectónica, assinados por alguns dos melhores arquitectos da época. A Avenida de Roma é um livro aberto da história da arquitectura e do urbanismo do século XX. Mas como se vê, também é um livro que a CML abandonou.

Não é de admirar que os portugueses sejam dos cidadãos da Europa com mais baixa cultura arquitectónica e artística. Estas fachadas falam disso mesmo de uma maneira crua e dura.

15 comentários:

Anónimo disse...

Apesar de concordar com as conclusões deste post parece-me que sofre de falta de reflecção: claro que é 'feio' ter marquises há vontade do freguês mas por outro lado só quem nunca esteve numa casa desta avenida pode achar que é 'normal' viver com os níveis de ruído que existem ali. Entre a 'beleza' e o silêncio tenho de optar pelo 2º... Depois ainda há um argumento mais filosófico relacionado com a influência que uma sociedade, num determinado tempo, tem de fazer na arquitectura... é isso, com o tempo decorrido, que faz de alfama interessante. Mas enfim, parece-me secundário, importante é que para haver formalismo na arquitectura e para a sociedade o aceitar, ele tem de estar adequado às condições de vida e com isto mais não quero senão reforçar que o ruído das avenidas, e as suas 6 vias para veículos de combustão, são um absurdo insuportável.

Anónimo disse...

Pelo amor de Deus.

O tráfego automobilístico é um problema grave da cidade, mas não é desculpa para este comportamento.

Para combater o ruído pode utilizar vidros duplos (se não chegar, vá aos triplos, como os suecos). Com isso terá o isolamento acústico que pretende.

A maioria das marquises são construídas por pura ganância e apenas para se ganhar mais uns metros quadrados.

A maioria das marquises serve apenas arrumação.

Todas as marquises são apêndices grotescos e de um gosto ignóbil, e os estores, essa aberração estética engolida sem ponderação pelos portugueses, nada têm a ver com a questão do tráfego.

Todas as marquises são ilegais.

Todos nós devíamos denunciá-las e não desculpá-las.

Anónimo disse...

"...marquises há vontade do freguês..."

Senhor morador da Av de Roma olhe aqui o "A" é sem "H". Não se trata do verbo haver.
"Eu vou à Av. de Roma" e
" Na Av. de Roma há um Café que frequento"

É assim tão difícil?

daniel costa-lourenço disse...

A colocação de marquises nada tem a ver com o ruído automóvel.

Quem as coloca fá-lo, muitas das vezes, por falta de espaço das casas que possui.

No entanto, como acontece, nas cidades europeias, é proibido alterar a arquitectura exterior dos edifícios, pois esse aspecto exterior faz parte do espaço público da cidade, que é pertença de todos.

Por isso, quem compra ou arrenda determinada casa sabe á partida que tem de optar por detemrinado espaço com determinadas caracterísiticas que não podem ser alteradas.

Ao contrário, todos nós sabemos que em Portugal mesmo com regras, sejam PDMs, Planos de Pormenor e outros que tais, tudo se altera e se viola, porque ninguém respeita e ninguém fraz respeitar porque o problema vai da base até ao topo.

O cidão não tem consciência que tem de respeitar, não tem consicência cívica e os poderes públicos, também eles desrespeitam, favorecem os seus interesses e interesses privados.

O resultado está à vista.

Como se tranforma uma bela zona da cidade num belo subúrbio.

Anónimo disse...

Bem já está quase tudo dito...e é verdade: Com vidros duplos já se resolve o problema do ruído...e não entra tanto frio no inverno. Com vidros triplos, não se sente quase o ruído do tráfego...e ainda entra menos frio. De resto as imagens falam por si. O "circuito da marquise"...é uma história tão triste.


JA

Carlos Medina Ribeiro disse...

ATENÇÃO!

Ofereço uma refeição de lagosta (e um suminho no Frutalmeidas...) ao primeiro leitor que, em cada mês, me enviar uma foto de um carro (um único!) a ser rebocado de cima do passeio da esquina do N.º 43 (Santander-Totta).

O prémio, que não teve quem o reclamasse em Maio, é renovado todos os meses (a partir das 00h00m do dia 1) e será válido até ao dia das próximas eleições autárquicas.

Poderão concorrer funcionários da EMEL, da PSP e da Polícia Municipal.
António Costa, Carmona Rodrigues, Santana Lopes, Jorge Sampaio, João Soares (e ainda todos os que, por omissão, têm contribuído para a actual vergonha) também serão bem-vindos!

NOTA: A foto deverá ser enviada para sorumbatico@iol.pt, e o vencedor será anunciado no blogue «O Carmo e a Trindade».

Carlos Medina Ribeiro disse...

No blogue «O Carmo e a Trindade», acabei de indicar que a refeição de lagosta pode ser ganha com fotos de outros locais de Lisboa - e junto uma foto tirada, hoje mesmo, na Av. EUA.

Anónimo disse...

Parece que não me entenderam e também que não vivem nem perto da Avenida. (e não foi pelo há trocado com o à, embora seja um erro grosseiro, de facto) Ninguém é a favor de marquises. São muito feias sim sr. Acontece que tenho vidros duplos, milhares de euros para ter um vidro de 6mm e outro de 10mm. o problema é que as portadas 3 folhas o que quer dizer muitas más junções. Não preciso de argumentar reparem, tenho a vossa solução (paga por mim para sustentar automobilistas!!!) e tenho uma casa onde nunca há silêncio. O meu vizinho de baixo tem marquise e eu invejo como ele dorme tranquilo. Tão simples quanto isto e se não entendem este problema são mais analistas. Bonitinho à força não dá, tem de haver coerência nas soluções e nas regras.

Anónimo disse...

Caro anónimo !
Realmente ter direito a dormir, é uma prioridade...absoluta. E é verdade também, que as soluções de vidro duplo e triplo...funcionam muito bem. Óbvio, que não funcionam tão bem (podem funcionar mesmo mal), em portas e janelas antigas. Na Suécia, é muito comum quando os prédios são renovados, de substituir as janelas antigas, por outras modernas...MAS, com as mesmas dimensões, estilo e, se possível, material. Existem inúmeras firmas especializadas nestes trabalhos. E garanto-lhe, que uma janela moderna bem isolada, com vidros duplos ou triplos, mantém o ruído do lado de fora. As marquises, NÃO são a solução apropriada. Mas concordo consigo! O tráfego na Av. de Roma (e outras ruas) devia de ser estrangulado e, a velocidade ser reduzida.


JA

Anónimo disse...

Uma marquise nunca é um bom isolador. Nem térmico nem acústico. Perguntem a um especialista do assunto. Nem é preciso perguntar a um especialista. Quem tem uma marquise, ou já entrou numa, sabe perfeitamente que é um forno no verão e um frigorífico no inverno; e os ruídos são amplificados pois vidros e caixilharias de alumínio reflectem os sons de maneira infernal.

A solução tem de passar por um controlo do trânsito associado a boas janelas de vidros duplos ou triplos como já aqui se falou.

Anónimo disse...

eu também sou moradora na av. roma mas nunca considerei fechar as minhas bonitas varandas dos anos 50 com os envidraçados horrorossos que tantas pessoas parecem adorar nesta maltratada cidade! é verdade que o ruído é muito mas também é verdade que boas janelas com vidros duplos fazem milagres! e concordo completamente que uma marquise não dá protecção nenhuma. dá é uma carga de trabalhos pois ou faz muito frio, ou muito calor! e em dias de chuva, chove lá dentro também!

Antónia Lopes

Anónimo disse...

....e quanto mais bonita estaria Lisboa, se todos assim fizessem....


JA

Anónimo disse...

uma marquise nem é carne nem é peixe; é uma porcaria. como é possível estarmos a discutir se é bom ou mau. só mesmo neste fim da europa. o isolamento cultural é nisto que dá

Anónimo disse...

Deixem a marquise das pessoas em paz... nao teem mais nada para falar??
Cada pessoa faz o que quer com o seu espaço... senao vamos marcar uma visita a casa de cada um dos especialistas deste blogue e procurar "atentados" arquitectónicos... ou será que com o tmepo que passam aqui a criticar cnseguem ter a casa apresentável a visitas??!!

Anónimo disse...

és mesmo Zé Povinho!

cada pessoa faz o que quer com o seu espaço? Concordamos.

acontece que uma varanda é UMA PARTE PÚBLICA DE UM EDIFÍCIO. uma varanda não é um quarto ou o wc da sua casa. é um elemento arquitectónico exterior de um edifício que teve um projecto aprovado pela CML e respectiva licença de utilização. qualquer alteração desta fachada sem licença é perante a LEI uma obra ILEGAL.

portanto, não vamos deixar as pessoas fazer o que querem com o que é público; não vamos tolerar ilegalidades. já dentro da sua casa pode fazer o que entender como muito bem diz.