07/05/2009
Congratulamo-nos c/ indeferimento de proj.demolição e ampliação Av.5 Out. 279-281
Exmo. Senhor Presidente de Câmara,
Dr. António Costa
Exmo. Senhor Vereador do Urbanismo,
Arq. Manuel Salgado
Vimos por este meio expressar junto de V.Exas. o nosso contentamento pelo indeferimento do mais recente pedido de demolição total de interiores e ampliação (Proc. nº 86/EDI/2009) submetido à CML para o edifício sito na Avenida Cinco de Outubro, Nº 279 a 281 (fotos em anexo); edifício de 1920, rematado por cúpula espantosa (exemplar único em Lisboa) e incluído na Carta Municipal do Património anexa ao PDM.
Congratulamo-nos com esse indeferimento do projecto da Construções I.A.M.T., Lda., que, a ser aprovado, levaria à destruição do único edifício de carácter ainda existente no troço Norte da Avenida Cinco de Outubro, um curiosíssimo exemplar com vários saguões e pisos recuados, uma cúpula belíssima, uma fachada elegante e um amplo logradour.
Mas chamamos a atenção de V.Exas. para o seguinte:
A CML procedeu correctamente, e em defesa deste edifício, mas ao justificar o seu indeferimento em incumprimentos do RGEU (composição dos fogos) e PDM (estacionamento) corre o risco de ver surgir novo pedido, desta vez de acordo com a legislação.
Achamos, por isso, que é tempo da Câmara Municipal de Lisboa:
1. Invocar razões de ordem estética, histórica e de valor arquitectónico para o indeferimento de projectos semelhantes que comprometam edifícios similares. Bastará para isso que a CML faça valer, e actualize convenientemente, o Inventário Municipal, e as classificações de Imóvel de Interesse Concelhio e Imóvel de Interesse Público, ou em "Vias de".
2. Demonstre claramente ao promotor que, para edifícios abrangidos por esse estatuto, há apenas uma possíbilidade: reabilitá-los. Por via "amigável" (co-financiamento, protocolos, isenção de taxas, etc.) ou pela "força" (posse administrativa, obras coercivas).
Lisboa agradece.
Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Fernando Jorge, João Chambers, Júlio Amorim e Virgílio Marques
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9 comentários:
só falta o mesmo para o edificio do campo grande
Parabéns, conseguiram manter a cidade parada, estagnada, feia, não aproveitada por mais uma dezena de anos. Muitos Parabéns.
idiota
Anónimo das 5:19,
se o que gosta é de cidades "modernas", cheias de arquitectura contemporânea onde os olhos não recaem em nenhum edifício com o charme deste - porque foram destruídos - e doutros que Lisboa dificilmente conserva, pois então desejo-lhe uma viagem agradável a qualquer parte do mundo onde a cidade que idealiza se encontre. Se por outro lado quer uma cidade onde se respeita a sua arquitectura histórica e se possa apreciar, como em tantas outras da Europa que concerteza visita e fotografa para depois mostrar, inchadíssimo, aos seus amigos e familiares, congratule-se com esta decisão da CML. Caso tenha perdido algum ganho financeiro com este ou qualquer outro indiferimento semelhante só lhe posso dizer que tente outro negócio que não seja lucrativo à custa do património da cidade que é para todos apreciarem e, concerteza, trazer dividendos pelo turismo, por exemplo.
Boa resposta.
Apreciei sobretudo a sugestão para "Invocar razões de ordem estética, histórica e de valor arquitectónico".
As aprovações por somente por razões técnicas, descurando as razões que invocam na carta, são uma forma fácil de desresponsabilização do agente que aprova, ou reprova, determinado projecto, efectivamente desvalorizando aquele que deverá ser o trabalho dos arquitectos e urbanista que é conjugar as razões de ordem técnica e legislativa, com as razões estéticas, históricas e arquitectõnicas.
E agora? Fica um mono, até cair de podre?
tenho ideia não a certeza que na Holanda há uma comissão de estética para aprovar os projectos.
Na bélgica também.
Evitou-se (ou adiou-se) mais um crime contra o patrimonio. Acho que realmente e preciso nao perceber nada de arquitectura para querer demolir um edificio destes. Sera algum empreiteiro com a quarta classe? Eu sem duvida que preferia morar num edificio destes bem recuperado (com preservacao de interiores)do que num qualquer edificio moderno.Nao havera em Lisboa apreciadores deste tipo de edificio que justifiquem a sua recuperacao?
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