In Público (7/5/2009)
Inês Boaventura
«Parte da fachada de um prédio que estava a ser demolido na esquina da Avenida Miguel Bombarda com a Avenida Marquês de Tomar, em Lisboa, desabou ao início da tarde de ontem. O incidente, que segundo uma responsável da Protecção Civil da Câmara de Lisboa se deveu a "um erro técnico, que pode acontecer em qualquer obra", não provocou vítimas.
O alerta para o desabamento da fachada do número 24 da Avenida Marquês de Tomar foi dado às 14h18, e obrigou ao corte de circulação em parte desta artéria, bem como ao condicionamento de uma das faixas de rodagem na Avenida Miguel Bombarda. Cerca de uma hora depois, a porta do edifício mantinha-se ainda de pé, por entre um monte de entulho e de andaimes tombados, perante a curiosidade de muitos transeuntes que se concentraram no local, apesar do sol abrasador.
O Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa procedeu nessa altura à amarração com um cabo de aço da parte do andaime que permanecia de pé numa situação periclitante, descrevendo uma curva sobre a Avenida Miguel Bombarda. O objectivo, segundo o chefe Vicente, era garantir a segurança da estrutura, para que esta pudesse ser desmontada.
Questionado sobre a origem do acidente, o responsável dos Sapadores Bombeiros disse apenas que "algo desabou" quando estava em curso a demolição do número 24 da Avenida Marquês de Tomar, e "apanhou a fachada principal", fazendo-a tombar. Os representantes da empresa Miguel Pimentel Demolições, responsável pela obra que estava em curso quando ocorreu o acidente, recusaram fazer declarações.
Já a chefe da divisão de planeamento e operações da Câmara de Lisboa, Emília Castelo, revelou que houve "um erro técnico, que pode acontecer em qualquer obra", acrescentando que se tratava de um prédio "em mau estado de conservação há anos", cujos proprietários tinham sido intimados para proceder à sua demolição.»
Triste sina a deste prédio, abandonado ano após ano, resistindo unicamente uma excelente mercearia no R/C. A sentença de morte foi dada o ano passado com o despacho de demolição.
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2 comentários:
Quando vi a noticia passei-me. Há cerca de uma semana passei no local onde hoje estão os escombros da derrocada, com a minha filha ao colo. Recordo-me bem de nesse momento pensar se seria seguro passar ali com a fachada naquele estado já meio demolida...
A actuação, ou falta dela, da CML começa a ser bastante preocupante. Ontem apenas não morreram pessoas por uma questão de sorte.
"...um erro técnico pode acontecer em qualquer obra..."???
Mas este técnico está a brincar com quem?
Não me digam que o termo de responsabilidade (obrigatório), do técnico responsável pela direcção técnica da obra, é só para fazer molho no processo camarário.
Ou será que a sra CDPOC, não acredita em acasos, nestes casos?
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