18/05/2009

A Nunes Correia faliu?


Se assim for, trata-se de mais uma machadada no comércio tradicional da Rua Augusta, que é o troço final do eixo fundamental de Lisboa, Avenida da Liberdade-Terreiro do Paço, que está a definhar a olhos vistos, sendo neste momento uma artéria que de nobre tem muio pouco, onde se trafica droga e óculos escuros à descarada; a pedincha é uma "indústria criativa"; e a CML assobia para o lado no que toca ao urbanismo comercial.

Mais a mais uma loja que já ia na 3ª geração, desde finais do séc. XIX.
Mais a mais uma loja com uns interiores lindíssimos, que importa preservar quanto antes.

Isto tudo numa semana em que a CML abre as portas do MUDE, na mesma rua. Triste.

22 comentários:

Anónimo disse...

Eu sou vou à Baixa quando não posso deixar de ir.

Aquilo dá-me uma depressão que nem contado.

É só lojas abandonadas, outras com passado que hoje vendem tretas, não se pode levantar o olhar (caso contrário só se vêem edifícios abandonados e caquéticos), depois não se consegue acabar (não sei porquê) com vendedores que chateiam as pessoas a cada passo...

Enfim, e Baixa é uma desgraça.

Anónimo disse...

Andar na Rua Augusta é uma tormenta há vários anos. Míudos mal educados e agressivos tentam nos impingir cartões não sei de quê. Era uma rua de que gostava e onde deixei de ir basicamente por causa destes incómodos.

rui disse...

o que aqueles tipos vendem não é droga, é louro prensado, e isso a modos que não dá prisão...
e se a loja foi à falência não se pode propriamente responsabilizar a CML por não lhe arranjar clientes...

jose santiago disse...

É estranho e tenho muita pena que tal tenha acontecido a uma loja que já levava a 3ª geração a dirigir o comércio.
Faz falta a Lisboa referências destas e quando digo estranho, para quem não saiba, a loja estava a vender como poucas na baixa e a preços quase imbatíveis dado a qualidade que oferecia. Comprar um bom fato e um par de sapatos, respectivamente por 120€ e 25€ já não se encontra.
Julgo que deve ser um negócio por trás de trespasse escondido que se deve estar a passar e não outra questão, mas tenho pena.
Agora Rui ninguém pretende responsabilizar a CML, mas eu constacto que as medidas que têm sido feitas para a baixa têm contribuído para a falência do comércio tradicional.
José Santiago

Anónimo disse...

As medidas que têm sido tomadas relativamente à Baixa têm dado um resultadão. É só ir lá e abrir os olhos, vê-se logo.

Anónimo disse...

Os lojistas tem uma grande dose de culpa nisso tudo, não é só a CML.
Mas não concordo que a Baixa seja uma desgraça.
Luís R.

jose santiago disse...

Notícia de última hora:

O Nunes e Correia afinal não fechou vão fazer uma remodelação e dizem que abrem lá para quinta ou sexta feira.
Espero é que os preços se mantenham.

Bem haja.

José Santiago

HOMOSAPIENS disse...

As pessoas em vez de pegar nos pópós e ir aos centros comerciais a volta de Lisboa, podiam pensar mais no comércio tradicional.
Porque o problema de Portugal é as ideias de grandeza, gostasse de gastar milhões em grandes "armazéns" do comércio, mesmo quando a ecónomia nacional esta francamente fraca, e que o poder de compra do pobre tuga não chega.

Lesma Morta disse...

Onde vou agora comprar sapatos? É na realidade uma triste noticia para a cidade. É mais um a fechar. Viva os Centros comerciais. Era isto que queriam? Pois aí têm. E já agora nao se esqueçam. Abram mais uns quantos.

Anónimo disse...

Pois claro, eu em vez de ir a uma loja decente comprar sapatos, vou-me sujeitar a ir a um sítio asqueroso como a Rua Augusta.

É já a seguir.

Filipa Lex disse...

Puxa! Não vale lançar boatos dessa dimensão. 70% dos meus presentes de Natal são patrocinados pelo Nunes Correa. Quanto há baixa, é como se diz, nem melhor nem pior, há 5 anos que permanece igual, com uma ou outra loja despontando e com uma ou outra loja encerrando. Uns ciganitos a vender sabonetes, os cãezinhos miniaturas alçados sob duas patas, um tipo que atira bonecos coloridos aos vidros do BCP, um grupeta de indianos com bonecos a pilhas no centro da rua, uns homens estátua deprimidos, umas turistas de minisaia e bandos de escuteiros a vender senhas a 2€ para ganhar um porta chaves de 1€.

Labaredas disse...

Há baixa? Há, mas é como se não houvesse: está sob maldição, ou parece.

Anónimo disse...

Todos fogem... vejamos, a camara (lenta), municipal (...íssima), vereadores ou neo hortelões (sem sachos), comerciantes (lentos),
a Baixa ou Rebaixa está uma seca...
José do Borratém

Anónimo disse...

a culpa também é de muitos lojistas que insistem em não mudar.,

a CML é culpada por não criar condições de mudança.

muitos quererão habitar e trabalhar na baixa.

mas experimentem comprar, recuperar uma loja ou uma casa na baixa.

é de tal forma kafkiano que apenas uma multinacional aguenta...e são poucas.

portranto, o poder político que não culpe os desertores dos subúrbios, porque eles não desertaram...forma expulsos.

e bem se sabe o sacrificio quye muitos fazem para continuar a viver em lisboa, a pagar mais por um usado mínimo em lisboa que um novo enorme fora.
voltando à baixa, é trsite e decandente, entregue ás esplanadas de suburbio, umas quantas lojas de centro comercial, outras tantas e prédios fechadas.

do pior.

vai servindo de passagem e de cenário a fotografias, equanto não cair ou se tornar demasiado perigosa.

depois, não há volta a dar.

Anónimo disse...

Eu estive lá no dia em que a loja fechou para fazer o tal "inventário". A mulher da banca dos jornais disse que apareceu lá a policia nessa manhã para fazer uma rusga... disse ainda que achava q eram dividas ao fisco e que desde essa manhã eram camioes atras de camioes a levar caixotes da loja para fora. de facto qdo olhei la para dentro, so se viam caixotes...
Mas agora o mais importante: ALGUEM ME PODE DIZER ONDE COMPRAR UMA BOA CAMISA DE ALGODAO E PUNHO DUPLO A UM BOM PREÇO SFF?

CSQ

Anónimo disse...

Saudações a todos.
Estava a fazer uma pesquisa pela loja Nunes Corrêa e dei com este blog. Estive hoje (27/03/2010) na Baixa e o que pude ver foi uma loja de boa saúde, como não via há anos. Acabei por entrar e comprei 3 pares de sapatos por 75 euros (25euros/unid.), 2 pullovers por 50 euros (25 euros/unid) e 3 camisas por 48 euros (16 euros/unid.). Resumindo, 148 euros por tudo aquilo nem me pareceu muito. O mais chato foi a quantidade de gente que estava na loja. Soube que eles agora também vendem pela internet e então decidi espreitar o site. Enfim, parece-me que a Nunes Corrêa ainda continua a movimentar e é pena outras lojas não fazerem o mesmo e procurar puxar pela nossa Linda Baixa.

luís Santiago disse...

Fico muito satisfeito que a Nunes Corrêa não tenha fechado. Além da qualidade e dos preços que pratica, é uma loja muito bonita e onde a simpatia e o cuidado como os clientes são recebidos e atendidos são, também elas, uma referência cada vez mais relevante e rara, num contexto em que a Baixa, rendida às ordas de turistas, se precipita uma descaracterização já tão evidente que se torna uma zona onde já quase não apetece ir. Da Baixa restam já poucar referências efectivas como a Nunes Corrêa que espero que reabra em breve para que nao se perca mais uma das lojas que, apesar do ambiente que se vem estabelecendo, ainda nos faz "ir å baixa".

Paulo Ferrero disse...

Lamento mas a Nunes Corrêa continua fechada, pelo menos estava-o há dias.

Anónimo disse...

Alguém sabe se a Nunes Corrêa volta a abrir e quando?
Se não abrir alguém sabe de uma loja parecida com bons preços?
Obrigado

Canalizador disse...

Agora é que foi mesmo...
Comprava aqui imensos sapatos e gravatas :(

Anónimo disse...

Fui lá ontem 14 de Agosto 2015 e encontra-se fechada. Já se encontrava há uns tempos com os cartazes de fechada para remodelação mas com uma observação mais atenta vi que na porta estava um edital de despejo.
Parece que esta fantástica loja, talvez a minha favorita na baixa acabou mesmo o que é uma pena. Mais uma parte do património de Lisboa a desaparecer. A baixa precisa de intervenção ou corre o risco de de Lisboa não ter nada com tanta Zara, Indianos a vender comida italiana e portuguesa, e turistas em massa dos cruzeiros.
Fico curioso se a CML tem algum plano de protecção para estes casos. Lisboa pode correr o risco de tornar-me igual a qualquer outra capital europeia. Lembro-me de nos anos 80/90 sentir ainda a Baixa como es+aço de vivência dos habitantes, agora é muito turista e muito comércio não tradicional. As lojas que conhecíamos da nossa memória pública de Lisboa vão desaparecendo: O Celeiro que agora é um Pingo Doce, a tabacaria e a loja de relógios e artigos electrónicos que agora é a Tezenis, O Bráz & Bráz. a Nunes Correia, a joalharia de esquina da praça da Figueira, a Casa das Meias que agora é a Benneton (e também a do Chiado), as casas de roupa e recordações de qualidade (nada a ver com os galos que mudam de cor conforme o clima vendidos nos paquistaneses ) que sao agora ocupadas por uma perfumaria de marca internacional e por uma intimissi no edificio do avenida palace. Enfim, podia continuar mas entristece. É natural que hajam mudanças mas a qualidade das mesmas deixa a desejar.

Anónimo disse...

É triste ver ícones da nossa cidade chegarem a este ponto...E o que eu gostava dessa loja. Enfim....
Creio que pouco posso acrescentar à conversa tirando que a Nunes Corrêa abriu uma loja online e estão no facebook.
Para os mais curiosos deixo aqui o link www.nunescorrea1856.com