A UNESCO e a barragem de Foz Tua
Não foi possível, ontem, ter acesso aos termos exactos do relatório, mas a acreditar na fonte do Ministério da Agricultura citada pela agência Lusa, a UNESCO defenderá que afinal a barragem de Foz Tua tem um “impacto visual reduzido” no Alto Douro Vinhateiro, cuja “integridade e autenticidade” não comprometerá “quer ao nível da paisagem, quer ao nível do processo vitivinícola”. Será possível — como acusa o Geota — que a UNESCO tenha tomado uma “posição política” para não “desagradar ao Governo português”? E será possível que essa “posição política” tenha decidido “ignorar as críticas fortíssimas que o nível técnico [da UNESCO] tinha feito à barragem”? Para que se entenda o que, na verdade, se passou, é fundamental que o Ministério da Agricultura divulgue de imediato o relatório. As críticas dos ambientalistas e toda a polémica que envolve a barragem assim o exigem. Em nome da defesa do património e da transparência.
2 comentários:
Tudo bem.
Mas será possível que (como sucedeu em Foz Côa) as pessoas só se mexam quando as obras já estão adiantadas?
Trabalhei (na EFACEC) em centrais eléctricas desde 1973 até 2001, e sei que estes processos demoram MUITOS anos.
Nomeadamente, desde que se começam a estudar os locais possíveis até que se abrem os estaleiros, decorre MUITO, muito tempo.
No caso de Foz Côa, os sábios só descobriram (e anunciaram ao mundo) que havia lá gravuras depois da barragem feita e gastos 40 milhões...
Eu compreendo que certas barragens não se façam (se houver interesses superiores a preservar), mas isso tem de ser um processo sério - é para ser discutido ANTES e não quando os trabalhos já estão em curso!
Alguém já lembrou que o relatório de 2011, que afinal era o "bom" porque criava problemas à construção da barragem, já então dizia que a barragem tinha um "impacto visual reduzido"?
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