19/10/2012
Agência Lusa só produziu ontem dez notícias. Trabalhadores do PÚBLICO também fazem hoje greve .
Agência Lusa só produziu ontem dez notícias. Trabalhadores do PÚBLICO também fazem hoje greve
Processo de candidaturas a rescisões amigáveis aberto há três dias na agência noticiosa
Apenas uma dezena de notícias foi ontem produzida e colocada em linha pela agência Lusa - um número irrisório comparado com uma produção habitual de cerca de 400 notícias diárias, a somar aos 2500 ficheiros de som, vídeo e fotografia. No primeiro dos quatro dias de greve, a adesão rondou os 100%: apenas compareceram oito trabalhadores, dos quais cinco administrativos e três jornalistas (dois deles chefias). Os trabalhadores da Lusa contestam o corte de 30% na indemnização compensatória para 2013 atribuída pelo Estado pela prestação de serviço público. Dos 19,1 milhões de euros deste ano, a indemnização baixa para 13,2 milhões.
A agência Lusa encerrou a linha de notícias às 8h02, e admitia restabelecê-la se houvesse "condições". Contactada, a administração recusou comentar a paralisação. A expectativa é que a linha só reabra à 1h de segunda-feira. A última vez que a linha da Lusa encerrou devido a uma greve foi em meados da década de 1990, devido a um protesto relacionado com os salários.
Confrontada com a redução em quase um terço das verbas destinadas ao contrato-programa com a agência na proposta do Orçamento do Estado, a administração abriu na terça-feira um processo de rescisões amigáveis para reduzir custos fixos. O PÚBLICO apurou que já há candidatos inscritos.
PÚBLICO em greve
Os trabalhadores do PÚBLICO cumprem também hoje um dia de greve em protesto contra a intenção da administração de fazer um despedimento colectivo que abrange 48 pessoas. Está marcada para esta manhã uma concentração entre as 11h e as 13h em frente à porta do jornal, tanto em Lisboa como no Porto. Além dos trabalhadores em greve, a concentração conta ainda com a participação de ex-trabalhadores do jornal e de outros órgãos de comunicação social. Antes, pelas 9h30, há uma concentração promovida pela Lusa junto à porta lateral do Parlamento, e depois de passarem pelo PÚBLICO seguem para a porta da Lusa.
No Porto, no Pólo das Indústrias Criativas da UPTEC, junto das instalações do PÚBLICO e da Lusa, realiza-se, pelas 11h, o debate Jornalismo e democracia: a situação da comunicação social em Portugal. O debate, moderado por David Pontes, ex-jornalista do PÚBLICO e ex-director adjunto da Lusa, conta com José Alberto Lemos (ex-director da RTPN), Helena Lima e Manuel Loff da Escola de Jornalismo, Pedro Cruz da SIC e Luís Miguel Loureiro da RTP.
Também esta tarde, pelas 15h, os promotores da petição Em defesa da manutenção da qualidade do jornal PÚBLICO e dos profissionais que fazem dele um jornal de referência nacional entregam o documento e as assinaturas já reunidas a Cláudia Azevedo, representante do accionista do jornal, na sede da Sonae, na Maia. Ontem à noite, Maria José Casa-Nova, uma das promotoras, previa conseguir chegar às 2500 assinaturas.
Amanhã, o Fórum de Jornalistas organiza a conferência Jornalismo em tempos de crise - A maior vaga de despedimentos no jornalismo: que consequências? Que alternativas? O debate realiza-se em Lisboa, na Casa da Imprensa, a partir das 15h e conta com a participação de jornalistas de imprensa, rádio e televisão assim como diversas figuras ligadas ao sector pela via académica. Entre as presenças confirmadas contam-se os jornalistas Adelino Gomes, Ana Sá Lopes (jornal i) e Ricardo Alexandre (Antena 1), a académica Carla Baptista, Joaquim Vieira (presidente do Observatório da Imprensa), Jorge Wemans (ex-director da RTP2), e José Manuel Barroso (ex-administrador da Lusa).
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