07/12/2013

A degradação a que chegou o Campo Pequeno em apenas 8 anos

Menos de oito anos depois de ter sido reinaugurado o complexo da Praça de Touros, no Campo Pequeno, o espaço exterior circundante ao edifício, apresenta um estado de degradação inqualificável.

Dezenas e dezenas de buracos na calçada portuguesa, sinal de uma total inexistência de manutenção, que vai permitindo uma degradação maior a cada dia que passa.

As pedras que cobrem a caleira central de escoamento de águas pluviais está maioritariamente danificada, sendo vários os locais em que várias pedras vão sendo substituídas por barrotes de madeira e outra parte, que não me recordo se desde o inicio era em ferro forjado, ou se terá já sido entretanto colocado em substituição da pedra que se foi danificando. No minimo parece estranho que uma parte da caleira continue tapada por pedra e outra parte por grelhas de ferro (que diga-se em abono da verdade, apresenta melhor conservação e aspecto).

Nos diversos "muros" que delimitam as entradas no centro comercial ou as diversas escadas que existem na zona e que vão dar a lado nenhum, são inúmeras as pedras de revestimento que já caíram. Para não falarmos no cheiro nauseabundo que algumas dessas escadas exalam, fruto do uso menos próprio como WC público.

Tudo isto contribui para um aspecto de degradação, próprio do que muitos chamariam terceiro mundo, mas que se localiza bem no centro de Lisboa, em plenas Avenidas Novas, numa zona turística por excelência, com vários hotéis na proximidade e que em dias de espetáculos atrai milhares de visitantes, portugueses e estrangeiros. Para já não falarmos no enorme perigo que muitas destas situações oferecem a quem por lá circula.

De quem é a responsabilidade por este caos? Da Soc. de Reabilitação do Campo Pequeno? Da Câmara Municipal de Lisboa? Estava este enorme passeio incluído no protocolo de delegação de competências da CML na Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima?

A pergunta à qual se exige resposta é saber se alguém vai assumir as suas responsabilidades nesta situação, ou se caso a responsabilidade tenha sido até hoje da Câmara Municipal de Lisboa, se esta não vai airosamente passar este problema para a nova Junta de Freguesia das Avenidas Novas, descartando-se deste enorme problema, com a passagem de competências para as Juntas de Freguesias previstas na Lei nº 56/2012.

À Junta de Freguesia das Avenidas Novas, peço para que leve esta situação à Câmara Municipal de Lisboa, antes que lhe ofereçam este presente envenenado e pressione os responsáveis camarários para que urgentemente intervenham, seja na fiscalização e respectiva averiguação dos responsáveis, seja na recuperação do espaço, caso seja sua essa responsabilidade.

Também a limpeza da zona é algo que deixa muito a desejar. Nalguns locais o lixo acumula-se vários dias, como é visível nas fotos. Curiosamente, segundos depois de ter tirado estas fotos, uma brigada da CML, iniciou uma limpeza do espaço, mas que tal apenas aconteceu porque terá havido uma denúncia ou um pedido da Policia nessa manhã, segundo informação dos próprios funcionários municipais.

Urgente é que haja uma intervenção de fundo, que reponha a dignidade que este espaço nobre da cidade merece.

Uma palavra final para o parque infantil, que está claramente sub aproveitado e de onde desapareceu o bebedouro, ficando perigosamente à mostra a ponta do cano, num espaço frequentado por crianças e para o estado da relva junto ao campo de jogos. Não eram estes espaços cuja manutenção era da responsabilidade da anterior Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima? O que aconteceu então? Onde foi gasto o dinheiro que recebeu da CML? Também aqui a nova Junta de Freguesia das Avenidas Novas, deve tomar as devidas precauções antes de receber a responsabilidade de os manter.

6 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

O problema já tem vários anos, e até já foi referido pela Conceição Lino no saudoso programa «Nós por cá», em reportagem acompanhada de fotos que lhe enviei.
Podem ver-se imagens do pavimento, que remontam a Junho de 2008 (e outras mais recentes) [AQUI], [AQUI] e [AQUI].

Carlos Medina Ribeiro disse...

As tampas de ferro forjado foram sendo metidas à medida que as de calcário se iam partindo.
Note-se que muitas destas já tinham, de início, fendas, pelas quais rachavam COM O SIMPLES PESO DOS PEÕES!!
E continuam a quebrar-se, como se sabe.
(Logo afixo aqui mais um link, com fotos tiradas no passado dia 29).

Anónimo disse...

Mas, qualquer dia, a competentíssima vereação a que temos direito anunciará, toda ufana, que vai ajustar uma caríssima empreitada de reabilitação da coisa, o que se gabará de ser um grande melhoramnto do estilo hora a hora Lisboa etc.

Depois ficam todos contentes, manutenção nem vê-la, e passados uns anos volta tudo ao mesmo.

E assim sucessivamente.

Filipe Melo Sousa disse...

continuam a insistir na calçada portuguesa antiquada. depois queixem-se que não há dinheiro para manter essas estruturas ineficientes

Carlos Medina Ribeiro disse...

Mais fotos desta vergonha (tiradas, como atrás digo, no passado dia 29) podem ver-se [AQUI].

Carlos Medina Ribeiro disse...

Filipe Sousa,

Como pode ver (pelo que mostro nos 'links'), o perigo maior nada tem a ver com a calçada portuguesa, mas sim com as centenas de placas de calcário que cobrem a gigantesca caleira circular (com mais de 200 metros de extensão).

Está aí, bem plasmada, toda a incompetência e insensibilidade de quem trata destas coisas - desde a concepção até à reparação, passando pela manutenção.
Como eu digo, há situações com mais de 5 anos, e que pioram dia a dia.

Quando a SIC faz uma reportagem acerca desse verdadeiro crime urbanístico (no seguimento de fotos que para lá enviei), não conseguiu descobrir quem eram os responsáveis por esse trabalho vergonhoso!