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05/02/2020

Protesto/ pedido de atenção a projecto de alterações radicais no Palacete Anjos (Príncipe Real) *


Exmo. Senhor
Vereador Ricardo Veludo


C.C. PCML, AML, DGPC e media

Tomámos conhecimento que estará para apreciação afinal nos serviços de Urbanismo da CML, um projecto de alterações das fachadas neoclássicas principal e a tardoz, ampliação de 1 piso e demolição integral do interior do Palacete Anjos, com projecto do arq. Souto Moura, sendo promotor a firma Eastbanc.

Independentemente da comprovada valia que representou para a zona do Príncipe Real o incremento comercial e cultural da presença daquele promotor no local, e independentemente das malfeitorias feitas pelo Banco de Portugal ao edifício em causa enquanto foi seu proprietário (1967-2007), designadamente por via da betonização estrutural e de interiores que promoveu, e a re-compartimentação dos pisos, alterações em certa medida irreversíveis;

A verdade é que estamos perante um edifício marcante do conjunto edificado histórico do Príncipe Real, e por isso mesmo o Palacete Anjos está registado na Carta Municipal do Património, anexa ao Plano Director Municipal (lote 46.70 Palacete Anjos (fachada) / Praça do Príncipe Real, 20-22), e por isso importa preservar o mais possível a sua presença, ainda que por via das fachadas, na leitura e contexto arquitectónico daquela praça tão importante para a Lisboa romântica e respectivo logradouro.

É por isso com espanto que verificamos a proposta de alteração radical das fachadas do edifício:

A fachada principal (foto 1) sobe 1 piso (foto 2), replicando-se de forma caricatural no novo andar a platibanda e a balaustrada e os elementos decorativos da fachada original do arq. Cinatti (1874-1876), na tentativa de alinhar cérceas, preparando-se, quiçá, outra ampliação no edifício imediatamente ao lado; a fachada a tardoz hoje existente (foto 3), com a sua varanda e guarda em ferro forjado, será substituída integralmente por uma fachada “novel-fabril” (foto 4), como que a tentar usufruir visualmente de um “logradouro” chamado Jardim Botânico, desrespeitando o critério da autenticidade descrito no PDM e esquecendo a outra máxima do Plano: “reposição das características e coerência arquitetónica ou urbanística do imóvel” (alínea a) do ponto 1 do artigo 28º), sempre que sejam permitidas alterações substanciais em edifícios referenciados na Carta Municipal do Património.

Pelo exposto, e porque a aprovação do projecto em causa constituirá um sério precedente em projectos futuros potencialmente destruidores da leitura do importante conjunto urbano do Príncipe Real, apelamos a V. Exa. e aos serviços de Urbanismo da CML de não permitirem a ampliação da fachada principal do Palacete Anjos, nem a alteração proposta para a fachada a tardoz, nem qualquer esventramento do subsolo.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Virgílio Marques, Ana Celeste Glória, Maria do Rosário Reiche, Júlio Amorim, Miguel Atanásio Carvalho, Jorge Pinto, Helena Espvall, Ricardo Mendes Ferreira, Eurico de Barros, Jorge Santos Silva, Miguel de Sepúlveda Velloso, Henrique Chaves, José Amador, Pedro Jordão, Pedro Janarra, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Fátima Castanheira, Miguel Lopes Oliveira

*CORRIGIDO

14/11/2018

Possível ampliação do Jardim Botânico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para o Parque Mayer


Possível ampliação do Jardim Botânico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para o Parque Mayer
Parque Mayer em meados dos anos 40 do século passado, vendo-se ao fundo o Jardim Botânico

O PARQUE MAYER

O Parque Mayer, junto à Avenida da Liberdade, ocupa o espaço que fora o dos jardins do Palácio Mayer ( Prémio Valmor de 1902). Este espaço, que inicialmente pertenceu a Adolfo de Lima Mayer, foi vendido em 1921 a Luís Galhardo, personalidade ligada ao meio teatral, que aí criou um local de diversão, espectáculo e representação que veio a tornar-se muito popular e designado por Parque Mayer, inaugurado em de 15 de Junho de 1922 com a entrada em actividade do Teatro Maria Vitória, ainda hoje em funcionamento.

O Parque Mayer, recinto dos teatros de revista, com quatro teatros a actuar ininterruptamente, e dotado de restaurantes, carrosséis, esplanadas, pavilhões, casas de fado, barracas de tiro e outras, e onde também se exibiu cinema, luta livre e boxe, era um local de boémia por excelência, onde tanto ocorria o povo folião, como a elite politica ou os intelectuais de Lisboa.

Sofrendo um processo de degradação durante décadas, actualmente prepara-se para uma nova reabilitação.

O JARDIM BOTÂNICO DA ESCOLA POLITÉCNICA

O Jardim Botânico da Escola Politécnica, com uma área de cerca de 4 hectares, foi criado para o ensino e investigação da botânica na Escola Politécnica. Pertence Ao Museu Nacional de História Natural e da Ciência e tem a sua entrada principal pela Rua da Escola Politécnica.

O local escolhido pelo Conselho da Escola Politécnica, para a instalação do Jardim Botânico, foi o Monte Olivete, com mais de dois séculos de tradição no estudo da Botânica, iniciado com o colégio jesuíta da Cotovia, aqui sediado entre 1609 e 1759. Contudo, o primeiro jardim utilizado pelos alunos da Politécnica para o estudo da botânica foi o Jardim Botânico da Ajuda, cuja tutela passou para a Escola Politécnica em 1839.

Para a instalação do Jardim Botânico, foi elaborado um projecto de regulamento em 1843. No entanto, é só a partir de 1873 que se iniciaram as plantações, por iniciativa do Conde de Ficalho e de Andrade Corvo. Os diferentes microclimas existentes neste jardim devidos à sua localização topográfica, permitiram o desenvolvimento de plantas vindas de todos os continentes.

A 4 de Novembro de 2010 o Jardim Botânico foi classificado como Monumento Nacional, integrando todo o património artístico e edificado que nele se encontra.

O QUE SE PRETENDE

Os terrenos do Parque Mayer são desde Janeiro de 2014 pertença da Câmara Municipal de Lisboa, após a polémica que começou em 1999 quando a Bragaparques comprou à Câmara Municipal de Lisboa os terrenos do Parque Mayer por 13 milhões de Euros. Após várias vicissitudes, a Câmara Municipal de Lisboa, em Janeiro de 2014 comprou à Bragaparques os terrenos da antiga Feira Popular e do Parque Mayer por mais de 100 milhões de euros.

Pretende-se agora que, para usufruto dos lisboetas e melhoria da qualidade do ar e da biodiversidade da cidade de Lisboa, se proceda à expansão do Jardim Botânico para as traseiras do Parque Mayer, criando aí um jardim temático dedicado à flora autóctone de Portugal.

Tem por base esta pretensão a vocação daquela instituição científica e o interesse para a cidade de Lisboa em possuir no Jardim Botânico, um espaço dedicado à nossa flora específica, tendo em conta ainda o carácter de salvaguarda que a legislação vigente determina para aquele espaço por se encontrar abrangido pela Zona Especial de Protecção do Jardim Botânico, Classificado Monumento Nacional.

O Jardim Botânico da Escola Politécnica, nas traseiras do Parque Mayer

João Pinto Soares

08/11/2016

Obras a arrancar no Jardim Botânico de Lisboa - Pedido a DGPC para indicação de equipa de acompanhamento permanente


Exma. Senhora Directora-Geral
Arq. Paula Silva


C.c. PCML, AML, UL e media

Como é do conhecimento de V. Exa., estão prestes a iniciar-se as obras de alterações e recuperação do Jardim Botânico de Lisboa, cujo promotor é a Câmara Municipal de Lisboa (http://www.cm-lisboa.pt/noticias/detalhe/article/reabilitacao-do-jardim-botanico-de-lisboa), previstas na proposta vencedora do Orçamento Participativo de 2013.

A fim de se evitarem ocorrências como as verificadas aquando da "recuperação" do grande lago de baixo e do circuito da água em 2012, obras então da responsabilidade da UL mas não submetidas à tutela da Cultura e profusamente divulgadas pelos media, somos a solicitar a V. Exa. a nomeação de uma equipa técnica da DGPC especializada na matéria, para o acompanhamento diário desta nova obra, de modo a que sejam respeitadas todas as premissas relativas a um jardim Botânico classificado de Monumento Nacional (salvaguarda das espécies vegetais, salvaguarda do edificado, utilização dos materiais adequados, técnicas adequadas, etc.), e que no final das obras todos nos possamos orgulhar dos resultados da mesma, uma obra por que todos ansiamos há demasiados anos.

Com os melhores cumprimentos

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Júlio Amorim, Inês Beleza Barreiros, Jorge Pinto, Fátima Castanheira, Rosa Casimiro, Rui Martins, Irina Gomes, Maria de Morais, António Araújo e José Maria Amador

...

Resposta da DGPC (7.11.2016):

Exmos Senhores,

Na sequência da receção do mail de 12.10.16 sobre a intervenção em assunto, encarrega-me a Sr.ª Diretora-Geral, Arq.ª Paula Araújo da Silva, de informar que o projeto mencionado elaborado pela Câmara Municipal de Lisboa, e submetido pela primeira vez a parecer da ex-Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo em 2012, foi aprovado por esta Direção-Geral a 22.09.15.

Mais se informa que as propostas foram ao longo deste tempo acompanhadas pelos arquitectos paisagistas das diferentes instituições que tutelam o património cultural, tendo sido realizadas diversas reuniões e visitas ao local para melhor articulação das opções do projeto face aos valores patrimoniais presentes no jardim classificado, situação que se manterá com o acompanhamento, sempre que necessário, dos trabalhos por parte da equipa técnica da DGPC.

Melhores cumprimentos
Carlos Bessa
Arquiteto
Chefe da Divisão de Salvaguarda do Património Arquitetónico e Arqueológico / DSPAA
Departamento de Bens Culturais / DBC

...

Novo e-mail enviado à DGPC (8.11.2016)

Exmo. Senhor
Arq. Carlos Bessa

Agradecemos a resposta da Senhora Directora-Geral, mas como fomos informados pela equipa da CML responsável pela obra, que teria sido solicitada pela mesma à DGPC a nomeação de uma equipa da DGPC para acompanhamento permanente (e não "sempre que necessário") das obras em apreço, e que ainda não teria havido resposta desses Serviços, ou seja, não teria sido ainda designada qualquer equipa com essa tarefa, pelo que apenas constavam do processo os nomes dos paisagistas inicialmente indicados, supomos que em 2013, da arq. Teresa Terriaga e do arq. Mário Fortes, mantendo-se portanto o receio da equipa da CML no possível impacte das obras no material vegetal, poeiras, lancis antigos, calçadas, etc.;

Somos a reiterar o nosso pedido à Senhora Directora-Geral para que a DGPC indique, com carácter de urgência, 1-2 técnicos desses Serviços para o acompanhamento permanente das obras em curso no Jardim Botânico, Monumento Nacional. Lembramos ainda que um jardim botânico não é de facto o mesmo que um jardim comum, ainda que histórico, de lazer, usufruto ou de atravessamento.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho e Miguel de Sepúlveda Velloso

21/06/2016

Lagos do Jardim Botânico


Afinal, após todo o investimento de dinheiros públicos em obras no ano de 2012, que tiveram direito a inauguração oficial a 14 de Junho de 2012 ( https://www.youtube.com/watch?v=ynpk-tBamEI ) os lagos e regatos do Arboreto do Jardim Botânico encontram-se na mais completa ruína e abandono. Ninguém esclarece nada? Dinheiro do erário, obras designadas como "medidas de conservação e manutenção", um Monumento Nacional?

30/05/2016

Aniversário da Liga dos Amigos do Jardim Botânico - Trinta Anos a Criar Raízes - 1986 / 2016

Aniversário da LAJB - Trinta Anos a Criar Raízes - 1986 / 2016. 
Hoje é o dia de aniversário da Liga dos Amigos do Jardim Botânico de Lisboa, que faz 30 anos, tendo sido criada em 30 de Maio de 1986: http://amigosdobotanico.blogspot.pt/

20/08/2015

E vai esta mesma competentíssima Universidade de Lisboa gerir o Jardim Tropical e o novel McDonald's do Campo Grande. Céus!!!


Estas são fotos da entrada do JB durante as feiras do JB organizadas pelos museus/ UL

20/04/2013

Jardim Botânico: Visita guiada no Domingo às 10H


A Direcção da Liga dos Amigos do Jardim Botânico tem o prazer de informar que se realizará uma visita ao nosso Jardim no próximo dia 21 de Abril ( domingo ), às 10H, com concentração à entrada do mesmo (junto da bilheteira). 
Informamos ainda, que a visita será guiada por Ivo Meco um dos nossos guias galardoado com o prémio “BROTERO” do Curso de Guias do Jardim Botânico e terá como título: 
"Monumentos: As Árvores na Memória da Humanidade".
Esta visita insere-se no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios Históricos, que se comemora a 18 de Abril.

A  DIRECÇÃO DA LAJB
Liga dos Amigos do Jardim Botânico de Lisboa
Rua da Escola Politécnica, 56
http://amigosdobotanico.blogspot.pt/

14/04/2013

Observatório Astronómico no Jardim Botânico em risco por falta de verba


Em pleno Jardim Botânico, o único em Portugal classificado como monumento nacional, o Observatório Astronómico da Escola Politécnica, em Lisboa, está em risco de ruir por falta de dinheiro para a recuperação.

"É sempre difícil dizer, mas ele aguenta muito pouco tempo", disse à agência o Lusa o director do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, José Pedro Sousa Dias.
O projecto de restauro está feito, com recurso a verbas da Universidade de Lisboa, da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Secretaria de Estado da Cultura, mas falta um milhão e meio de euros para avançar com a obra. Mecenas procuram-se.

O edifício foi tapado para o proteger da chuva e selado pela Protecção Civil, para impedir que alguém possa aceder ao interior, tal o risco que já apresenta.

"Foi protegido desta forma, que nos tapa toda a visão do edifício, justamente para o proteger da chuva, mas o risco neste momento é muito grande", atestou o responsável.
Desactivado desde 2002, o Observatório era usado para apoio ao ensino na Escola Politécnica. Com a recuperação poderá retomar as actividades educativas para alunos dos ensinos básico e secundário.

Ao nível superior, a observação já não se faz "com o olho no telescópio", explicou.
Ficará também aberto a visitas turísticas, proporcionando actividades de observação dos astros. O equipamento que agora se encontra no museu será colocado à disposição do público.

"À escala nacional é um exemplar único", afirmou o director, acrescentando que, na Europa, existirão apenas três observatórios do género, com uma função simultaneamente científica e didáctica da Astronomia dos finais do século XIX.
O edifício é, além do mais, "um testemunho histórico e patrimonial", enquadrado numa zona nobre da cidade que recebe muitos turistas.

Faz parte do Jardim Botânico, o único jardim português que é património nacional.
"Todo o jardim é, neste momento, um ponto importante, até pela localização, aqui no Príncipe Real, pela circulação turística na zona, é uma peça muito importante para a dinamização do turismo de Lisboa", sublinhou.

O Observatório foi pensado quando da criação da Escola Politécnica, em 1837, para as aulas práticas de Astronomia. A construção começou em 1875 e ficaria concluída em 1898.

À época, urgia dispor de mapas que permitissem conhecer os limites exactos do território nacional e colónias, organizar a administração, ordenar os círculos eleitorais e fiscais e projectar o desenvolvimento do país, traçando as infra-estruturas viárias, telegráficas e ferroviárias que escasseavam em Portugal.
Para tudo isto, era necessária a Astronomia, na determinação da longitude e latitude dos pontos geodésicos principais. "Era em função do cálculo dos azimutes que se orientava a rede de triangulação", lê-se na documentação que enquadra o projecto.

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência tutela os dois últimos observatórios astronómicos históricos existentes em Portugal, o do Jardim Botânico (vocacionado para ensino) e o da Tapada da Ajuda, com tipologia de investigação e categoria de Observatório Nacional.

Na memória histórica do projecto, frisa-se que todo o complexo museológico da Politécnica é herdeiro de "uma linhagem de mais de 400 anos de ensino e estudo das ciências", tendo um "enorme contributo cultural" a dar à cidade de Lisboa.
Sobre o jardim, diz-se que constitui "um verdadeiro oásis científico e cultural", no eixo Baixa-Chiado. 


12/04/2013

Fixada ZEP do Jardim Botânico!


Portaria n.º 221/2013

O Jardim Botânico de Lisboa, na freguesia de São Mamede, encontra-se classificado como monumento nacional (MN), conforme Decreto n.º 18/2010, publicado no Diário da República, I Série, n.º 250, de 28 de dezembro.

O imóvel destaca-se pelo seu interesse patrimonial relevante a nível nacional e pela presença marcante numa zona nobre de Lisboa onde existem outros edifícios classificados, e da qual ocupa um largo quarteirão. A sua relação visual com a envolvente próxima é desigual, incluindo frentes muito fechadas e áreas mais comunicantes com o contexto urbanístico, estas últimas particularmente sensíveis a alterações microclimatéricas. Boa parte do referido contexto urbanístico reveste notória representatividade e importância cultural na vida da cidade.

Assim, o presente diploma define uma zona especial de proteção (ZEP) que tem em consideração o enquadramento urbanístico e o interesse arquitetónico, histórico e artístico dos imóveis que o constituem, bem como a especificidade e vulnerabilidade da sua dinâmica microclimática, a morfologia do terreno, os enquadramentos paisagísticos, os pontos de vista e as vias circundantes.

A sua fixação visa salvaguardar toda a envolvente que interfere com o microclima da área, de forma a preservar este elemento rigorosamente indispensável à conservação do Jardim Botânico de Lisboa, garantindo ao mesmo tempo as perspetivas visuais e o reconhecimento patrimonial do seu contexto.

Foram cumpridos os procedimentos de audição dos interessados, previstos no artigo 27.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e no artigo 45.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, de 28 de dezembro, de acordo com o disposto nos artigos 100.º e seguintes do Código do Procedimento Administrativo.

Assim:

Sob proposta dos serviços competentes, nos termos do disposto no artigo 43.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, conjugado com o disposto no n.º 1 do artigo 48.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, de 28 de dezembro, e no uso das competências conferidas pelo n.º 11 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 86 -A/2011,de 12 de julho, manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Cultura, o seguinte:

Artigo único

Zona especial de proteção

É fixada a zona especial de proteção (ZEP) do Jardim Botânico de Lisboa, na Rua da Escola Politécnica, Lisboa, freguesia de São Mamede, concelho e distrito de Lisboa, classificado como monumento nacional pelo Decreto n.º 18/2010, publicado no Diário da República, I Série, n.º 250, de 28 de dezembro, conforme planta de delimitação constante do anexo à presente portaria e que desta faz parte integrante.

26 de março de 2013.

— O Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.

ANEXO

12/01/2013

O que já cá estava....que se lixe !


O Observatório no Jardim Botânico, fotografado em Setembro de 2012..





O prazo de 180 dias para a execução de obras já estava nessa altura ultrapassado....







25/10/2012

13/10/2012

Nem tudo é dificuldades e falta de verbas....



(clique para ampliar)

..porque esta paisagem dentro do Jardim Botânico é puro DESLEIXO !

05/10/2012

Jardim Botânico de Lisboa: na lista do património em perigo

Faz hoje 1 ano que o Jardim Botânico de Lisboa entrou oficialmente para o "Observatório Mundial de Monumentos" da World Monuments Fund - WORLD MONUMENTS WATCH 2012: www.wmf.org

06/08/2012

Curso de Guias do Jardim Botânico

CURSO DE GUIAS DO JARDIM BOTÂNICO 2012

O curso de Guias do Jardim Botânico do MNHN, ministrado por Alexandra Escudeiro, Bióloga do Jardim Botânico do MNHNC terá lugar de 3 de Setembro a 1 de Outubro de 2012.

O seu objetivo é a formação de Guias habilitados a orientar visitas temáticas ao Jardim Botânico.

As aulas, teórico-práticas, serão leccionadas segundas e quintas, das 18h00 às 19h30 e das 18h00 às 20h00, respectivamente.

Este curso é direccionado aos licenciados em Biologia e áreas afins ou aprovados em cadeiras de Botânica do Ensino Superior. Ainda assim, outros candidatos serão, previamente, sujeitos a entrevistas para admissão no curso. O período de inscrições no curso decorrerá a partir de agora até 17 de Agosto; os candidatos devem enviar o Curriculum Vitae com uma foto para geral@museus.ul.pt e preencherem o formulário de inscrição em:


O investimento na inscrição é de 110€ por pessoa.

Os melhores alunos deste curso serão laureados com o prémio «Brotero 2012». Este foi instituído pela Liga dos Amigos do Jardim Botânico para comemorar o centenário da edição da primeira Flora de Portugal dos tempos modernos.

O Jardim Botânico situa-se no centro histórico de Lisboa e o seu ambiente constrói-se em torno de plantas repletas de significado e provenientes de todo o mundo.

Lisboa, 16 de Julho de 2012

Alexandra Escudeiro
Jardim Botânico da Universidade de Lisboa
Morada: Rua da Escola Politécnica, 58
1250-102 Lisboa
Tel.: 213921896
E-mail: maescudeiro@museus.ul.pt
FOTO: Liga dos Amigos do Jardim Botânico

05/08/2012

Jardim Botânico de Lisboa no WATCH 2012

Há exactamente 10 meses que o Jardim Botânico de Lisboa está no "Observatório Mundial de Monumentos" da World Monuments Fund - WORLD MONUMENTS WATCH 2012: www.wmf.org

15/06/2012

Esclarecimento sobre os trabalhos de limpeza do Jardim Botânico de Lisboa....


Esclarecimento sobre os trabalhos de limpeza do Jardim Botânico de Lisboa

Depois de inúmeros pedidos de apoio, a entidades públicas e privadas, para ajudarem na conservação do
Jardim Botânico, todos sem qualquer sucesso, a Universidade de Lisboa não podia deixar, no quadro da sua
responsabilidade, de proceder a obras de limpeza e a reparações inadiáveis.

Infelizmente são apenas obras mínimas, não estando a Universidade de Lisboa em condições de proceder a
uma recuperação e/ou requalificação do Jardim Botânico.

Esperamos que, com base na limpeza a que agora se procede, seja possível mobilizar, no futuro próximo,
apoios de entidades públicas e privadas para a requalificação de um Jardim com grande centralidade e
relevância patrimonial. Todos os apoios são bem-vindos. Nesse sentido a Universidade de Lisboa já está a
trabalhar, com várias equipas, no sentido de preparar candidaturas a programas nacionais e internacionais
que permitam uma requalificação mais profunda do Jardim Botânico de Lisboa.

No que diz respeito às actuais intervenções, tendo em conta alguma informação errada que foi veiculada
sobre esta matéria, é importante esclarecer o seguinte:

1.º Os trabalhos que estão a decorrer no Jardim Botânico destinam-se, única e exclusivamente, à limpeza e arranjos pontuais inadiáveis.

2.º Os canais dos regatos, cuja fendilhação localizada pontualmente em algumas zonas era a causa da
degradação das argamassas e da perda de água, viram reposta a capacidade de escoamento e em simultâneo
de impermeabilização das suas paredes, sendo certo que rapidamente voltarão a formar-se e a depositar-se
limos e outros revestimentos de plantas. A tecnologia adoptada utiliza materiais comummente aceites em
intervenções deste género e os regatos serão objecto de revestimento progressivo de “vida vegetal“,
garantindo todas as condições para assegurar a sua proliferação e desenvolvimento. Foram mantidas
integralmente as características de escoamento da água, nomeadamente no que respeita ao “fio de
água”, às pendentes, bem como às bacias comunicantes entre si e que permitem acumular e manter
quantidades significativas de água.

3.º O “Lago de Baixo”, sujo, estragado e sem água há vários anos, viu reposta a sua impermeabilização,
usando materiais inodoros e invisíveis. A imprescindível estabilização do fundo do Lago, há muito
programada, teve de ser garantida em virtude das fortes trepidações causadas pela passagem inferior dos
comboios no “túnel do Rossio”, colocando em causa todo o circuito da água do Jardim Botânico.

4.º Não foi afectada uma única árvore ou planta do Jardim Botânico, tendo sido dadas instruções
rigorosas nesse sentido. Os técnicos do Jardim Botânico e os responsáveis pela colecção
acompanharam, de perto e em permanência, todos os trabalhos de limpeza. Sobre um “muro em betão
em volta de uma das árvores mais sensíveis e emblemáticas do Jardim, o Taxodium distichum”, trata-se, na
verdade, de repor um pequeno murete já existente, também em betão, mas bastante degradado pelas raízes
da árvore, que tinha como função reter a água necessária para reproduzir o seu habitat natural e ideal. Com
efeito, segundo foi apurado junto dos técnicos do Jardim, esta espécie habita na natureza em ambiente
pantanoso, sendo necessário as suas raízes estarem permanentemente molhadas. Assim, era imperioso
proceder à sua reparação nos termos originais.

5.º As antigas "Casas de Função" estavam transformadas numa lixeira imunda no centro da cidade,
estando a Universidade obrigada, por lei, a resolver esta situação. Todas as demolições foram objecto de
projecto de execução no que respeita às questões de arquitectura, engenharia e organização e
entrega de um processo licenciado pela Câmara Municipal de Lisboa. A emissão da autorização
municipal mereceu parecer prévio dos serviços municipais competentes, bem como de parecer favorável
do IGESPAR, sem qualquer tipo de condicionante nem exigência específica, uma vez que se tratava de
imóveis sem valor histórico, arquitectónico ou cultural. Ainda assim foi realizado o levantamento
arquitectónico prévio e um levantamento fotográfico exaustivo antes, durante e após a conclusão. Acresce
que não foram realizadas quaisquer escavações, pelo que se mantêm intactos eventuais vestígios
arqueológicos existentes.

Em relação a estes aspectos – e em relação a todos os outros trabalhos de limpeza e arranjo (escolha dos
materiais para repavimentação dos caminhos mais destruídos, pintura dos bancos, limpeza das valetas, etc.)
tudo foi feito de acordo com a matriz original do Jardim, sem qualquer alteração (nem sequer de
pormenor) e com um acompanhamento permanente dos técnicos, em particular dos especialistas e
responsáveis pela colecção do Jardim Botânico.

Uma das intervenções mais importantes prende-se com a libertação da Alameda das Palmeiras (entrada do
Jardim Botânico) das dezenas de carros que há décadas ali permaneciam, criando graves situações de
insegurança, sobretudo na entrada e saída das crianças que visitam o Jardim e no eventual acesso de
veículos de emergência.

Simultaneamente, iniciar-se-ão os trabalhos de recuperação do Observatório Astronómico, edifício simbólico no interior do Jardim Botânico, com o apoio já garantido da Secretaria de Estado da Cultura.

Esperamos que, a partir de agora, seja possível reunir os apoios necessários a uma verdadeira requalificação
do Jardim Botânico, algo que constitui, de imediato, a nossa prioridade. Para isso, ficaremos muito gratos a
todas as entidades públicas e privadas que nos possam efectivamente apoiar.

Nunca nos resignaremos é com a estagnação e degradação do Jardim Botânico, com carros estacionados em
zonas nobres, com casas em ruínas e lixeiras a céu aberto junto ao Picadeiro, com lagos sem água e
destruídos, com cascatas sujas e degradadas, com caminhos esburacados, com gradeamentos sem segurança, com um Observatório Astronómico em ruínas.

Fizemos uma parte importante do trabalho que era preciso fazer, no plano da limpeza e de uma conservação
mínima, respeitando integral e escrupulosamente o Jardim em todas as suas vertentes.

Esperamos, agora, a mobilização da sociedade e dos poderes públicos para a definição e concretização de um Programa de Requalificação do Jardim Botânico, certamente mais ambicioso, em benefício da Cidade e dos Cidadãos.


25 de Maio de 2012
A Reitoria da Universidade de Lisboa

...............................................................

Aqui fica o outro lado da história.....

13/06/2012

Dia 14 Junho: Universidade de Lisboa e CML inauguram obras ilegais no Jardim Botânico (MN)







COMUNICADO DE IMPRENSA - 13 de Junho de 2012

CARTA ABERTA AO MAGNÍFICO REITOR DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

INAUGURAÇÃO DE OBRAS ILEGAIS NO JARDIM BOTÂNICO DE LISBOA

1 - Após décadas sem investir no restauro, requalificação e gestão do Jardim Botânico, a Universidade de Lisboa decidiu agora intervir de modo superficial neste Monumento Nacional, ignorando a legislação do Património Cultural (Lei nº 107/2001 de 8 de Setembro e Decreto Lei nº 140/2009 de 15 de Junho) e os padrões internacionais de conservação. Avançou com obras medíocres, inadequadas e ilegais no Jardim Botânico, nomeadamente nos lagos, gradeamentos, pontes, caminhos, pinturas dos bancos, sem o parecer obrigatório e vinculativo da tutela do Património. Agiu contra os procedimentos instituídos na Lei do Património Português e das Cartas Internacionais para o restauro, protecção e valorização do património de que Portugal é país signatário.

Acresce a instalação de estruturas metálicas perfurantes em toda a fachada do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, para colocação de telões, danificando-a irremediavelmente e contrariando o despacho de Não Aprovação da DRCLVT/IGESPAR.

2 - A Universidade de Lisboa planeou, implementou e executou trabalhos no Jardim Botânico como se isso fosse um assunto que apenas lhe dissesse respeito, parecendo esquecer-se que o sítio está classificado como de Interesse Nacional (Decreto nº 18/2010, DR nº 250, Série I de 2010-12-28).

3 - O Jardim Botânico não é um simples parque urbano ou espaço verde comum – é um lugar de conhecimento e cultura científica, reconhecido e protegido pela Lei do Património Cultural da República Portuguesa como sítio com valor histórico, artístico e científico do mais alto grau. A Lei do Património é clara quanto à natureza e metodologia a seguir em qualquer intervenção num Monumento Nacional.

4 - A Universidade de Lisboa, enquanto reconhecida e respeitada instituição de ensino superior – e especialmente tendo à sua guarda o Jardim Botânico – devia ser exemplar em todas as suas acções. Mas estas obras vão contra os princípios de boa conduta, boas práticas e interesse público. Vão contra uma sociedade que se deve organizar com base no conhecimento.

5 - Esta infeliz intervenção no Jardim Botânico, afigura-se irresponsável pelo mau exemplo que projecta para a sociedade – porque, por um lado, perpetua a ignorância que ainda persiste nas intervenções em imóveis do património e, por outro, porque vem forçosamente perturbar e comprometer a integridade e autenticidade de um bem cultural.
Será que houve um projecto formal e/ou relatório preliminar? Quem são os autores que assinam esta intervenção? Como foi selecionado o empreiteiro para executar obras num Monumento Nacional? Houve diálogo, partilha de informação e colaboração construtiva entre todas as partes interessadas, como mandam as boas práticas de conservação e gestão do património? Porque não foi submetido à entidade da tutela (DRCLVT/IGESPAR) projecto para parecer obrigatório e vinculativo conforme a Lei?

6 - A presença do Jardim Botânico no Observatório – WATCH 2012 – da organização internacional World Monuments Fund (WMF) é um reconhecimento da comunidade internacional dos perigos que ameaçam a sua conservação e sobrevivência. Esta última série de intervenções de “fachada”, totalmente ineficazes na resolução dos reais problemas que afectam o Jardim Botânico, com padrão de qualidade insuficiente, apenas vem reforçar a urgência em se planear um projecto sério e rigoroso, de restauro e gestão do Jardim Botânico de Lisboa com a elaboração de um Plano de Pormenor de Salvaguarda como obriga a Lei do Património.

7 - A Liga dos Amigos do Jardim Botânico de Lisboa está inteiramente disponível para todo e qualquer esclarecimento e colaboração cívica que contribua para a salvaguarda do Jardim Botânico de Lisboa. Enquanto representantes da sociedade civil, não nos demitimos dos nossos deveres consagrados na Lei: «Todos têm o dever de defender e conservar o património cultural, impedindo, em especial, a destruição, deterioração ou perda de bens culturais.»

LIGA DOS AMIGOS DO JARDIM BOTÂNICO DE LISBOA

Fotos: LAJB

13/03/2012

«Hotel ignora ordem para tirar reclamo ilegal junto ao Jardim Botânico»

Hotel ignora ordem para tirar reclamo ilegal junto ao Jardim Botânico - Por José António Cerejo in Público, 10 de Março de 2012.
Prazo para a remoção do reclamo terminou terça-feira. Câmara diz que vai tratar da remoção coerciva
Empresa teve como vice-presidente, até ao mês passado, uma ex-vereadora da Câmara de Lisboa. José Sá Fernandes anunciou a remoção do reclamo em Dezembro, mas a notificação só foi feita no fim de Janeiro.
Ao fim de dois anos de protestos dos Amigos do Jardim Botânico, e mais de dois meses depois de a Câmara de Lisboa ter anunciado a remoção do enorme reclamo giratório ilegalmente montado em cima de um hotel da Rua Rodrigo da Fonseca, o dispositivo continua no local.
O prazo de 30 dias dado pelos serviços tutelados pelo vereador Sá Fernandes para que o anúncio fosse retirado voluntariamente terminou na terça-feira, mas a empresa proprietária do hotel, a Sycamore, do grupo Carlos Saraiva, nada fez. O caso seria banal, não fossem os antecedentes e o contexto que o tornam exemplar. O dispositivo luminoso, de 3,5 metros de altura, foi montado no início de 2010 e só em Maio foi requerida a respectiva licença municipal. Remetido ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), cujo parecer é vinculativo por o hotel se encontrar a poucos metros do Jardim Botânico, o projecto foi chumbado uma primeira vez e, após algumas alterações, voltou a sê-lo em Agosto.
Já em Outubro de 2010, sem nunca ter retirado o reclamo, a Sycamore remeteu à câmara e ao Igespar uma nova proposta que previa um dispositivo estático (não rotativo) e de menores dimensões, declarando à autarquia que o Igespar já o havia aprovado informalmente. O Igespar indeferiu-o no fim de Novembro, mas, nessa altura, sem esperar pela resposta do instituto, a câmara já o tinha aprovado.


NOTA FCLX: Já passou uma semana; Senhor Vereador, para quando está agendada a «remoção coerciva»?

FOTO: Liga dos Amigos do Jardim Botânico

30/01/2012

A Presidente nacional do ICOMOS a propósito do Jardim Botânico, Évora, Douro... Património classificado!

Reveladora entrevista com a Dra. Ana Paula Amendoeira, Presidente do ICOMOS Portugal. Ainda bem que ainda temos vozes como esta que se comprometem pela defesa da cultura e não se vendem ao poder económico e/ou político-partidário nem se deixam tolher pela diplomacia. A verdade é para ser dita em voz alta. Houvera mais gente assim a liderar as nossas autarquias, Ministérios, institutos, etc.


Ainda na escola secundária deixou-se deslumbrar pela História e pelo património do seu concelho, “em particular Monsaraz e o seu fantástico território”, hoje é uma das mais importantes especialistas de património em Portugal, presidente nacional do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), entidade a quem cabe fazer avaliação do estado dos monumentos de Évora e do Alto Douro Vinhateiro, que este ano cumprem 25 anos desde a sua classificação como património mundial. (...)

Acha que os políticos se preocupam a sério com o património ou é apenas retórica? Acho que para uma grande maioria é retórica, mas não são só os políticos. Eles também têm muitas vezes as costas largas.
Estamos numa época de crise económica, normalmente, nestas alturas, o património sofre por dois motivos, por falta de verbas e por falta de capacidade argumentativa face a necessidades consideradas mais importantes. Teme pelo que vai acontecer ao património em Portugal nos próximos anos? Já está a acontecer, não começou agora. Apenas vai continuar e agravar-se. Eu não temo só pelo património mas pela nossa terra, que é muito mais do que património, e pela forma como a entendemos e como a queremos ou não cuidar.
Quais são neste momento as áreas mais problemáticas em termos de preservação do património? É difícil dizer porque há tantos problemas, talvez as nossas cidades históricas sejam as que neste momento estão mais ameaçadas, sobretudo se a nova Lei da Reabilitação não regular consistentemente os tipos de intervenção adequados aos centros históricos de maior valor.
Tem uma posição crítica em relação à classificação do património, porquê? A minha posição é crítica porque a classificação do património neste momento tem cada vez menos sentido, a lei não é cumprida em muitos e importantes casos, quer se trate de património mundial ou de monumentos nacionais. Dou-lhe o exemplo do Douro, como património mundial, e do jardim botânico de Lisboa, como monumento nacional, em que a lei do património não é pura e simplesmente aplicada. Hoje foge-se do acompanhamento e do controlo activo dos monumentos classificados, tal como a lei obriga, porque outros valores mais baixos se levantam.
Há coisas que não deviam ter sido classificadas? Duvido, a classificação informa-se numa teoria de valor, se a coisa tem valor classifica-se, o contrário não é verdadeiro. A nossa Lei quadro é uma das mais esclarecidas do mundo e a teoria do valor do património português está muito precisamente estruturada, a sua aplicação é que tem sido medíocre! (...) in Jornal i