O antiquário "Teixeira Bastos", sito na Rua do Ouro, fechará para sempre dentro em breve, dando assim seguimento às intenções do novo proprietário do prédio em causa , pelo que aquela conhecida casa de mobiliário, paramentos e artigos religiosos talvez venha a ser mais um balcão bancário, ou, quem sabe, uma loja de telemóveis.
A loja em questão pode estar longe do fulgor de outros tempos, que dificilmente regressarão, mas porque ela representa aquele lote de lojas de tradição que vinha resistindo na Baixa-Chiado à invasão do "progresso", o seu fecho é um sinal claro do falhanço do Comissariado que V.Exa. coordena, no que toca à estratégia de preservação, recuperação e revitalização do comércio de tradição e qualidade; que tem sido, recorde-se, um dos pilares do plano de intenções que tão sabiamente tem sido dado a conhecer ao público, q.b.
Esta, tal como uma série de outras de lojas na Baixa-Chiado, já poucas, devia ter sido alvo de levantamento atento e de acompanhamento célere por parte do Comissariado, das associações sectoriais respectivas e, claro está, do IPPAR, incluindo negociações directas entre a CML e os proprietários, de modo a que o seu futuro estivesse assegurado, fosse qual fosse a evolução da lei do arrendamento, fossem quais fossem as intenções do proprietário, etc.
Assim, a "Teixeira Bastos" seguirá o rumo de um sem número de cafés, farmácias, gravadores, barbeiros, lojas e boutiques tradicionais que desapareceram para sempre do convivío de quem habita, visita e trabalha na Baixa-Chiado.
Que se seguirá agora? A "Casa Pereira da Conceição"? A Benamor? A Retrosaria Bijou? A Ourivesaria Araújos?
PF
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4 comentários:
Este é um tema que me interessa. Mas pelo que tenho lido nos jornais, o Comissariado só poderá passar à acção depois do seu projecto aprovado. Até lá as suas competências são da elaboração de uma proposta de Reabilitação, que a Câmara aprovará ou não.
O Subscritor deste post não estará um pouco desatento?
É inaceitável a indiferença e o alheamento com que estes acontecimentos se têm vindo a verificar em Lisboa. Não são certamente as grandes superfícies comerciais nem as grandes cadeias de franchizing que diferenciam uma cidade. Se queremos preservar a identidade de Lisboa, promover o progresso de uma forma sustentada e equilibrada e, acima de tudo, assegurar a qualiade de vida dos seus cidadãos, este não é certamente o melhor caminho.
Acima de tudo, defina-se um caminho. Consta nos manuais mais básicos de gestão que é preferível uma má decisão do que nenhuma, certamente nos pressupostos de honestidade e de aprendizagem com os erros. Neste momento, Lisboa parece estar entregue ao seu destino. Sem rumo e sem estratégia, afogada numa burocracia impensável e paralisante. Na minha opinião, o grande falhanço começa no facto deste plano de reabilitação não estar aprovado. A Teixeira Bastos é, sem dúvida, uma grande perca para esta cidade. Oxalá não seja definitiva...
A Teixeira Bastos fechou!? Como é que eu vou agora passar sem esta loja? Onde é que vou passar a comprar as imagens religiosas, os presépios e as lindíssimas companhias das índias? Onde é que vou encontrar este atendimento personalizado e um serviço de confiança?
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