In Diário de Notícias (23/1/2007)
Paula Lobo
«Tem traço do arquitecto Álvaro Siza, fica junto à casa do pintor, entre o Bairro Alto e São Bento, e deverá estar pronto daqui a seis meses. Quatro anos após ter adquirido o n.º7 da Rua do Vale, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) estabeleceu ontem com Júlio Pomar o protocolo para a criação do seu Atelier-Museu.
Orçadas em 650 mil euros e suportadas pela autarquia, as obras de reabilitação e adaptação do antigo armazém da livraria Sá da Costa foram já objecto, em Dezembro, de contrato de empreitada. O projecto de Álvaro Siza, feito a convite do pintor, é "extremamente simples, claro e bem pensado" e vai "mexer o menos possível" naquele edifício de princípio do século XX, afirmou ao DN Júlio Pomar (Lisboa, 1926).
Simbolicamente marcado pela doação à CML de Resistência - a pintura que a Pide apreendeu, em 1947, na II Exposição Geral de Artes Plásticas da SNBA, e que até à passada semana se encontrava em depósito no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian -, o acordo ontem firmado nos Paços do Concelho estipula que, enquanto for vivo, o artista terá o usufruto (e pagará as despesas de manutenção e funcionamento) do Atelier-Museu.
Júlio Pomar, que mantém o seu atelier de Paris, vai utilizar aquele espaço, exclusivamente, para trabalhar. "Sou um bicho do mato, realmente", disse ao DN, descartando quaisquer hipóteses de visitas ou programas destinados ao público.
Nos termos do protocolo, terminado o uso como atelier a CML tomará posse do edifício, transformando-o num museu destinado a preservar, divulgar e apresentar o espólio do artista plástico.
A gestão desse equipamento vai ser, nessa altura, partilhada pela CML e pela Fundação Júlio Pomar (FJP). A primeira terá de assegurar a manutenção do Atelier-Museu e a dotação orçamental. À segunda, que conta com o apoio financeiro da Caixa Geral de Depósitos, cabe instalar o acervo e aconselhar actividades.
Recorde-se que Júlio Pomar instituiu uma fundação em Dezembro de 2004 para preparar a criação do atelier, tendo já doado à FJP cerca de 400 obras (pintura, desenho e gravura). Um acervo que "vai ser acrescentado proximamente", adiantou.
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Uma boa notícia. Todos os lisboetas estão de parabéns ... só é trágico que o mesmo não tenha acontecido com Garrett...
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