In Público (17/1/2007)
"Há longo tempo se vem procurando alertar a comunidade, com especial relevo para os munícipes de Lisboa, para os indícios decorrentes de práticas menos claras implicando a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e que, cada vez com maior frequência, vêm a público. Desta vez, foi conhecido o facto de o Ministério Público ter promovido acusação, consubstanciada no crime de "corrupção activa para a prática de actos ilícitos", praticada por um administrador da Bragaparques sobre o vereador José Sá Fernandes.
Instado, muito oportunamente, pelos jornalistas, a pronunciar-se, o eng. Carmona Rodrigues reagiu com se se tratasse de uma ocorrência normal e corrente, afirmando ainda desconhecer se a CML manteve ou mantém outros negócios com a empresa citada. Ora, o que me parece normal e previdente seria que, perante a gravidade da situação, o Eng. Carmona Rodrigues avocasse a si todos os procedimentos e diligências que relacionem ou venham a relacionar o município com a empresa Bragaparques.
Disse o presidente da câmara que até nem foi ele o "alvo" da alegada tentativa de corrupção. Deve o eng. Carmona Rodrigues compreender que não pode confundir a instituição que dirige com a sua pessoa. O presidente da CML, por motivos que se desconhecem, opta por desvalorizar e negligenciar a idoneidade de um vereador que se recusou a sobrepor benefícios próprios ao bom desempenho do cargo que ocupa. Dir-se-á: era o seu dever? Certamente que sim! Pergunta-se: será uma atitude muito vulgar? Duvido que alguém consiga ser tão peremptório na resposta...
O eng. Carmona Rodrigues prossegue o seu "consulado" autárquico sem obra visível - tentando ofuscar esta ausência com grandiosos "projectos de papel" - e celebrando acordos e alianças políticas circunstanciais. Importaria aferir ao que aproveitam estas coligações conjunturais, estas "negociatas" avulsas, sendo evidente que a cidade nada colhe, mas, ao contrário, degrada-se de modo confrangedor, aqui e ali enxertada para obedecer a requisitos mínimos de funcionalidade. Veremos o preço que, no futuro, iremos pagar pelo tempo perdido e por uma gestão de contornos pouco claros.
Alfredo Alves Pereira"
17/01/2007
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