26/01/2007

Mais de metade das estações do metro de Lisboa sem elevadores

Mais de metade das estações do metro de Lisboa sem elevadores 26.01.2007 - 15h20 Lusa

Mais de metade das estações do metro de Lisboa não têm elevadores que assegurem o acesso entre a superfície, as bilheteiras e a plataforma, o que dificulta a deslocação dos deficientes, indica o Plano Nacional de Promoção da Acessibilidade.
O plano confirma as conclusões de um estudo da revista "Proteste", da Deco, divulgado hoje, que denuncia as dificuldades sentidas por três quartos dos deficientes portugueses no acesso aos transportes públicos.No Metropolitano de Lisboa, 25 das 41 estações actualmente em funcionamento inviabilizam o acesso a pessoas em cadeira de rodas, pois não dispõem de elevadores.O Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (SNRIPD) assinala ainda que as pessoas com deficiência visual têm dificuldades de orientação, por falta de um sistema de orientação de cegos nas instalações do metro.Já o Metropolitano do Porto, segundo os dados do SNRIPD, tem boas acessibilidades, com cais nivelados em todas as estações, elevadores e carruagens equipadas com sistemas sonoros e visuais de indicação do destino.Percentagem reduzida de veículos adaptados a deficientes Em relação aos autocarros, a situação é ainda muito complicada. Dos 9310 veículos de transporte de passageiros que operam no país, só 2,25 por cento estão preparados para receber pessoas em cadeiras de rodas.Nos transportes urbanos, que totalizam 2408 veículos, só 8,68 por cento estão adaptados, um valor que sobe para 11,7 por cento no caso das frotas de Lisboa, Porto e Coimbra.Estes três municípios dispõem de serviços porta-a-porta (Rede de Acesso Fácil no Porto) que funcionam sob reserva.Os eléctricos, em geral, não têm boa acessibilidade, com excepção da Linha de Belém, em Lisboa, que tem passeios próprios nas paragens.Acessibilidade aos comboios não é assegurada de forma regularNas estações de comboios, embora estejam a ser respeitadas as normas referentes à acessibilidade de deficientes após a entrada em vigor do Decreto-Lei 123/97 (como, por exemplo, atravessamentos pedonais desnivelados, equipados de rampas ou elevadores), são ainda poucas as intervenções realizadas e em curso.Nas linhas regionais, a acessibilidade não é assegurada de forma regular, obrigando os deficientes a contactar antecipadamente a CP para confirmar a disponibilidade do acesso às carruagens e respectivos apoios.Os serviços regionais Lisboa-Porto, Coimbra-Braga, Coimbra-Figueira da Foz, Lisboa-Tomar e Pinhal Novo-Figueira da Foz têm carruagens com rampas amovíveis no seu interior, sistemas de imobilização de cadeiras e WC adaptados, sinais sonoros de aviso de fecho de portas e informação visual e sonora no interior e exterior das carruagens.Os comboios Alfa-Pendular também têm acessibilidade e dispõem de espaços adaptados ao transporte de cadeiras de rodas.Os serviços urbanos de Lisboa (linhas de Sintra, Cascais, Cintura e Azambuja) dispõem de comboios com informação sonora e visual sobre o destino e permitem a circulação de cadeira de rodas. O acesso é feito com ajuda de rampas portáteis ou com o auxílio de funcionários.O mesmo acontece no serviço urbano do Porto (Eixos Porto-Caíde, Porto-Braga, Porto Guimarães e Porto-Aveiro).No Eixo Norte Sul-Linha dos Comboios da Ponte 25 de Abril também é possível circular em cadeira de rodas.Situação difícil nos barcosViajar de barco é mais difícil. Os cacilheiros, que efectuam a ligação Lisboa-Cacilhas, não dispõem de condições de acessibilidade a passageiros que se deslocam em cadeira de rodas.Já os "ferries", que fazem transporte de passageiros e viaturas, permitem o acesso de cadeiras de rodas, desde que este se efectue pelas rampas de embarque/desembarque de viaturas.Em qualquer destas modalidades de transporte, verifica-se que os sanitários não se encontram adaptados e o espaço interior tem barreiras, salienta o SNIRPD.Aeroportos estão mais adaptados à pessoa com deficiênciaOs aeroportos são as infra-estruturas de transportes mais adaptadas aos deficientes.Todos têm rampas de acesso ou elevadores, casas de banho adaptadas, cadeiras de rodas para pessoas com deficiência, parques de estacionamento com lugares reservados e serviço de assistência especial.O SNIRPD destaca ainda que "já existiram, ainda que em número reduzido e em algumas localidades do país, táxis adaptados totalmente (com rampa e bancos amovíveis) ou parcialmente (só com o banco da frente amovível e rotatividade a 180 graus), porém, actualmente, encontram-se desactivados".Plano estende-se até 2015O Plano Nacional para a Promoção da Acessibilidade prevê dois períodos de aplicação: até 2010 e de 2011 a 2015.As acções dirigidas aos transportes prevêem a revisão do quadro legal, programas municipais de estacionamento para deficientes, melhoria da sinalética nas estações, adaptação do metropolitano de Lisboa, alterações no equipamento de venda de bilhetes, serviços de assistência ao passageiro, incentivos para a substituição dos autocarros e adaptação de frotas acessíveis, condições de estadia nas paragens, incentivos para táxis, etc.O plano contempla ainda medidas dirigidas à acessibilidade no espaço público e nos edifícios e de sensibilização e informação

in PUBLICO - 26/01/2007

- pode-se concluír que se descobriu a pólvora !

cb

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