A empresa que fabricou os candeeiros de betão da Avenida de Madrid - assim como os da Avenida Guerra Junqueiro e Avenida de Paris - ainda existe. Chama-se CAVAN e, não só continua a produzir modelos de candeeiros semelhantes, como tem uma equipa especializada na reparação e recuperação de colunas de iluminação como as que ainda existem nas avenidas dos anos 40 da Freguesia de São João de Deus.
A CAVAN já realizou várias empreitadas de reparação e recuperação de colunas de iluminação para a Câmara Municipal de Lisboa - como por exemplo os candeeiros do Parque Eduardo VII desenhados nos anos 40 pelo arquitecto Keil do Amaral (1911-1975).
Quanto ao antigo compartimento eléctrico original, de "fechaduras de vandalismo fácil" e com "interior demasiado apertado para a colocação de caixas de portinhola regulamentares", fomos informados que a CAVAN faz as alterações que as normas exigem: "De acordo com os ensaios realizados, a porta do compartimento eléctrico assegura as protecções exigidas nomeadamente: IP 45 (NP EN 60529) e IK 10 (NP 50102). As definições, termos, dimensões, tolerâncias, especificações e controlo de qualidade são regidos de acordo com as normas: DMA - C71 - 510-E - OUT.1994 (EDP); DMA - C71 - 520-E - OUT.1994 (EDP); DMA - C71 - 521-E - JUL. 1999 (EDP); NORMA EUROPEIA EN 40"
Quanto à luminária existente, claro que é consensual que já "não apresenta as condições mínimas requeridas para uma qualquer instalação de Iluminação Pública que se preze." Por essa razão é que a CML tem vindo a actualizar as luminárias de antigas colunas e consolas de iluminação pública de Lisboa. Não faltam exemplos por toda a cidade de candeeiros históricos que ganham nova vida graças precisamente ao investimento na manutenção e actualização.
É pois possível "respeitar a normalização e regulamentação em vigor" e "melhorar consideravelmente a segurança quer das pessoas, quer da instalação eléctrica" sem que seja preciso destruir mobiliário urbano que faz parte integrante da história de uma freguesia, de um bairro, de uma rua.
Concluindo, não existe justificação para esta empreitada de abate de candeeiros dos anos 40 e 50 que a Câmara Municipal de Lisboa defende.
O património de mobiliário urbano de Lisboa deve ser estimado e recuperado sempre que possível. Não faz sentido destruir aquilo que pode ser recuperado. Devemos dar prioridade à sua manutenção e recuperação. Esta é a via da sustentabilidade que deve guiar a gestão de uma cidade contemporânea.
A CAVAN já realizou várias empreitadas de reparação e recuperação de colunas de iluminação para a Câmara Municipal de Lisboa - como por exemplo os candeeiros do Parque Eduardo VII desenhados nos anos 40 pelo arquitecto Keil do Amaral (1911-1975).
Quanto ao antigo compartimento eléctrico original, de "fechaduras de vandalismo fácil" e com "interior demasiado apertado para a colocação de caixas de portinhola regulamentares", fomos informados que a CAVAN faz as alterações que as normas exigem: "De acordo com os ensaios realizados, a porta do compartimento eléctrico assegura as protecções exigidas nomeadamente: IP 45 (NP EN 60529) e IK 10 (NP 50102). As definições, termos, dimensões, tolerâncias, especificações e controlo de qualidade são regidos de acordo com as normas: DMA - C71 - 510-E - OUT.1994 (EDP); DMA - C71 - 520-E - OUT.1994 (EDP); DMA - C71 - 521-E - JUL. 1999 (EDP); NORMA EUROPEIA EN 40"
Quanto à luminária existente, claro que é consensual que já "não apresenta as condições mínimas requeridas para uma qualquer instalação de Iluminação Pública que se preze." Por essa razão é que a CML tem vindo a actualizar as luminárias de antigas colunas e consolas de iluminação pública de Lisboa. Não faltam exemplos por toda a cidade de candeeiros históricos que ganham nova vida graças precisamente ao investimento na manutenção e actualização.
É pois possível "respeitar a normalização e regulamentação em vigor" e "melhorar consideravelmente a segurança quer das pessoas, quer da instalação eléctrica" sem que seja preciso destruir mobiliário urbano que faz parte integrante da história de uma freguesia, de um bairro, de uma rua.
Concluindo, não existe justificação para esta empreitada de abate de candeeiros dos anos 40 e 50 que a Câmara Municipal de Lisboa defende.
O património de mobiliário urbano de Lisboa deve ser estimado e recuperado sempre que possível. Não faz sentido destruir aquilo que pode ser recuperado. Devemos dar prioridade à sua manutenção e recuperação. Esta é a via da sustentabilidade que deve guiar a gestão de uma cidade contemporânea.
Moradores da Freguesia de São João de Deus
12 comentários:
.....e a "reparação e recuperação de colunas de iluminação", não seria também uma empreitada muito mais barata?....para não falar do resto.
JA
Convém esclarecer o seguinte: Em relação à tampa de portinhola, o que se comentou foi o seu fácil vandalismo e não índices de protecção. Comentou-se sim sobre a caixa de portinhola.
As normas DMA, que vêm comentadas, são normas internas da EDP e não da Câmara Municipal de Lisboa ou de Barcelona ou de outra entidade qualquer. Ao mencionar-se a norma europeia (EN-40), pretende-se fazer referência a quê????.... às tampas de portinhola????.
Esta norma estabelece critérios mínimos obrigatórios para o amortecimento/desvio do apoio (este último poderá ser vulgarmente conhecido com colunas fusível) após diversos tipos de impactos, sem que haja danos em pessoas, o que não acontece com este tipo de coluna de betão armado, dada a sua constituição, existem casos de acidentes mortais envolvendo a queda de pedaços de betão bem como do próprio candeeiro ou respectivo braço logo após impacto.
Conclui-se então que não é possível respeitar a normalização e regulamentação em vigor e melhorar consideravelmente a segurança quer das pessoas, quer da instalação eléctrica usando este tipo de coluna.
Primeiro é a parte eléctrica (bastante importante claro), e depois é a parte estrutural "após impacto", e a argumentação pode seguir por aí, sem parar. Quantos são os edifícios de Lisboa que cumprem a regulamentação eléctrica em vigor, ou a regulamentação estrutural, resistência a sismos, etc.? Deita-se tudo abaixo e substitui-se por novo? Quando há vontade, há soluções!
Julio Amorim
Não sejamos ridiculos!
Então é por isso que se abatem os candeeiros?
Por "critérios mínimos obrigatórios para o amortecimento/desvio do apoio"?
Sinceramente...esperava uma desculpa, no minimo, melhor.
Exactamente: quando há vontade há soluções. E o que tem faltado neste processo é precisamente "reflectir nas soluções". Não houve consulta dos moradores, não houve considerações de ordem histórica e patrimonial. Tomou-se apenas um partido técnico de defesa de colunas de iluminação metálicas. Mas Lisboa, como cidade histórica, terá sempre que fazer um balanço entre as exigências do presente e a herança patrimonial. A história de Lisboa também se lê no seu mobiliário urbano de diferentes periodos históricos. Existem sempre soluções - temos sorte em viver numa época em que o avanço tecnológico permite melhoramentos impensáveis apenas 10 anos atrás. Conclui-se portanto que a substituição de candeeiros históricos da década de 40 e 50 em marmorite não tem justificação.
Só uma questão: quantos dos moradores deste local são accionistas da CIMPOR? (fornecedor de matéria prima para a CAVAN...)
Ass, 4nick8or
"Lisboa, como cidade histórica, terá sempre que fazer um balanço entre as exigências do presente e a herança patrimonial. A história de Lisboa também se lê no seu mobiliário urbano de diferentes periodos históricos".
Certissimo.
Em tom de brincadeira, cabe na cabeça de alguem substituir os bancos de pedra do Jardim do Império por outros, por estes serem menos confortáveis?
4nick8or, sejamos sinceros, diga-me que vai dizer algo mais que isso...
Pelo menos sabe que a CIMPOR produz betão/cimento. Nada mau.
Caros,
ao ler todos estes comentários sobre a questão do abate dos candeeiros na Freguesia São João de Deus parece-me muito claro que há quem genuinamente esteja interessado em preservar - para alguns é apenas um detalhe, uma questão sem interesse, etc - os postes originais de iluminação pública e, para isso, apresenta argumentos para a sua manutenção (e sublinho: a manutenção) de algo que já existe desde os anos 40.
E depois há quem simplesmente defenda o abate e a substituição apresentando argumentos que defendem essa substituição. Simples.
E a ironia "accionistas da CIMPOR" é lamentável neste blog que se pretende sério e esclarecedor. A intervir dessa maneira não se informa quem procura informação e apenas revela a fragilidade das suas opiniões.
Artur Oliveira
Arroios
Nesta história dos candeeiros podemos encontrar:
- aqueles que procuram defender a cidade onde vivem de forma responsável. A isso chama-se cidadania. (Por isso é que nos encontramos TODOS aqui. Temos um interesse em comum: Lisboa.)
- por outro lado, as razões do "profissional do meio", ou seja, aquele que defende legitimamente a sua área profissional.
- e aquele outro que nada diz. É tão "engraçado" nos comentários que acaba sempre por cair na desgraça e no ridículo.
Dado que os meus comentários, baseados em Normativas Europeias bem como na vasta experiência ao longo de trabalhos que efectuei no ramo da iluminação pública, foram ignorados, deturpados e mal interpretados, encerro aqui os meus esclarecimentos técnicos.
Caro amigo "técnico"...! os seus argumentos....encontraram outros argumentos, e não creio que foram ignorados de forma nenhuma. O que se disse aqui, é que as normativas podem ser alcançadas mantendo os candeeiros de origem. E (!), se isso fosse impossível, existia ainda a possibilidade de manufacturar novos candeeiros, iguais aos de origem. É uma prática comum no campo da conservação, e aplicável a praticamente todo o património edificado. O caso destes candeeiros, é típico da maneira como (ainda) tratamos o nossa herança cultural mais recente, e que na realidade, tem o mesmo valor que qualquer uma outra mais antiga. O que me dá imenso gosto, é o facto de que por esta nossa cidade, se vão encontrando cada vês mais pessoas conscientes dos valores que as rodeiam. A herança modernista de Lisboa, deve ser defendida "a ferros" para que não siga o mesmo trágico destino, de outras épocas da nossa história.
Julio Amorim
Penso que quando os moradores se manifestam, de uma certa forma devem ser devidamente respeitados; deixando para quem de direito as respectivas questões técnicas ou de outro tipo. Já é difícil ver o povo preocupado com os assuntos do nosso país, pois a sua opinião para pouco ou nada conta, o que que leva à consequente desistência e cansaço.
No caso das colunas da Cavan, sou totalmente a favor da sua recuperação, primeiro como já disse porque respeito acima de tudo a opinião dos moradores e segundo porque se há a possibilidade de recuperação e respectivo cumprimento das normas em vigor, então temos tudo para não prolongar mais esta discussão e para em vez de como de costume arrastar este problema até ao infinito, avancemos já com a solução.
Agora dando a minha opinião acerca de outro assunto, o esclarecimento técnico do nosso técnico anónimo. Os participantes e opinantes deste "blog" de forma alguma querem que você deixe de colocar aqui os seus esclarecimentos baseados em muitos anos do seu trabalho. As opiniões aqui devem ser todas bem vindas. E o facto de você deixar de dar a sua opinião não vai de todo ajudar a resolver este assunto. Esse tipo de atitude é que leva cada vez mais este país ao fundo.
No caso da parte técnica, deixe-me que lhe diga que as normas europeias ou qualquer outro tipo de norma são a personificação da sociedade consumista em que vivemos. São normas inventadas de forma a vender novos produtos que depois acabam por ser maus daqui a uns anos porque a norma assim o diz e vice-versa. Agora são as colunas fusível...??? Será que há necessidade de circular a excesso de velocidade na Avenida de Madrid? É que quem bate contra um poste pode sempre bater contra um ser humano... e neste caso não existem seres humanos fusíveis. Ou será que também foi criada uma norma europeia para que todos os seres humanos sejam fusíveis e que não podem causar danos a alguém que circula embriagado, a excesso de velocidade ou simplesmente distraído na estrada?
Realmente nos anos 40 e 50 é que estavamos bem. Não me lembro de algum caso de choque eléctrico nestas colunas nem de choque de viaturas...
Aquele abraço.
Jorge O.
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