08/01/2008

Até quando a relevância turística de Lisboa?




"O World Travel & Tourism Council (WTTC) orgulha-se de ter trabalhado com o Turismo de Portugal e com o Turismo de Lisboa na organização de quatro cimeiras no país. Cada uma destas instituições partilhou a missão do WTTC, de consciencialização da importância social e económica da indústria do Turismo.

Portugal demonstrou ter estabelecido uma bem sucedida parceria entre os sectores público e privado na produção e promoção de uma extraordinária indústria de Turismo, a uma escala regional e internacional, e reconheceu os benefícios económicos daí provenientes. Refira-se que o Turismo e Viagens representa, em 2007, 15,4 por cento do PIB e 18,4 por cento do emprego total.
Entretanto, em Maio último, o WTTC lançou a primeira Conta Satélite de Turismo para Lisboa (CST). A informação que daí provém, continua a ajudar a região a compreender qual a importância do Turismo e Viagens na Economia e na criação de emprego em toda esta área. Solicitada pelo Turismo de Lisboa, a CST proporciona aos decisores da região informação quantitativa e qualitativa que serve de base para a tomada de decisões políticas. Além do mais, os líderes políticos locais, nacionais e internacionais, bem como os investidores, podem, neste contexto, obter dados importantes sobre as oportunidades disponíveis, um pouco por toda a região. Os resultados deste estudo incluem o impacto, directo e indirecto, do Turismo e Viagens na região de Lisboa (Área Metropolitana), que contribuirá com 9,1 por cento do PIB em 2007, crescendo a uma taxa anual de 4,6 por cento ao longo da próxima década, para alcançar 11,3 por cento em 2017. No tocante ao emprego, prevê-se que o Turismo e Viagens seja responsável por 9,8 por cento do total (139 mil postos de trabalho), este ano, na região de Lisboa, aumentando para 13,3 por cento (189 900 postos de trabalho), em 2017.
Refira-se que a taxa de crescimento anual do emprego na região de Lisboa, de 3,2 por cento, é muito superior à de Portugal (1,0 por cento) e à da União Europeia (1,3 por cento). Tendo em conta o anteriormente descrito, conclui-se que a importância estratégica do Turismo e Viagens para a região de Lisboa e
para Portugal, é indiscutível. A sua contribuição económica é fundamental para a geração de riqueza, criação de emprego e para a melhoria do bem-estar da população em geral. Sendo um dos principais centros de actividade de Turismo e Viagens do país e a segunda mais importante região em termos de dormidas de turistas estrangeiros, a região de Lisboa apresenta-se, também, como uma importante porta de entrada para o resto do país.
Os resultados deste documento reflectem, ainda, a influência do Turismo e Viagens na região de Lisboa e apontam para um forte desempenho deste sector na próxima década. No entanto, este potencial turístico está longe de ser totalmente explorado e, dada a riqueza do espectro de atracções, são muitas
as oportunidades de crescimento – muito superiores ao que as previsões iniciais sugeriam.
Contudo, a competição internacional é feroz. É necessário um esforço concertado de todas as partes interessadas, para assegurar que estas previsões são atingidas e, até, ultrapassadas.
Com base na pesquisa desenvolvida, o WTTC destaca um conjunto de recomendações cujo objectivo é concretizar o potencial do Turismo e Viagens na economia da região e na sua população e de cultivar o crescimento sustentável e a longo prazo do seu ambiente cultural e natural.
Estas recomendações, desenvolvidas em conjunto com as apreciações dos decisores do sector público e privado da região de Lisboa, assim como com as observações de especialistas internacionais em Turismo e potenciais investidores, ajudarão o TL a abordar estrategicamente o seu futuro desenvolvimento turístico. As recomendações incluem:

• Qualquer política ou estratégia de desenvolvimento deve incidir no posicionamento de Lisboa como hub central da actividade do Turismo e Viagens, com o objectivo de expandir os benefícios a outras zonas do país – em particular ao Algarve, Porto, Douro e Norte de Portugal;
• Tendo em conta a forte competição da Europa, Lisboa deve não só diferenciar os seus produtos turísticos, como também assegurar a oferta ao nível de infraestruturas e serviços apropriados a este produto melhorado;
• Ao desenvolver um conjunto de atracções diferenciadas, com o objectivo de maximizar o potencial do seu património histórico, natural e cultural únicos, a região de Lisboa poderá criar a sua própria marca, ou espaço estratégico, no mercado global do Turismo e Viagens;
• Os esforços ambientais devem estar sempre na vanguarda de qualquer política de desenvolvimento;
• Enquanto indústria geradora de emprego, o Turismo e Viagens proporciona a Lisboa a possibilidade de criar oportunidades de carreira duradouras para residentes, que são, ao mesmo tempo, embaixadores da região e do país.

O WTTC está disponível para apoiar o Turismo de Lisboa na adaptação e implementação destas políticas e louva-o pelo trabalho que tem desenvolvido nos últimos dez anos."
Publicado na Revista da ATL, Novembro 2007, pag. 53
http://www.visitlisboa.com/pdf/observatorio_rtl_novembro_2007.pdfO

A viabilidade do "hub turístico de Lisboa" está em causa se a capital portuguesa não resolver, rápidamente, um dos seus maiores problemas: a do património arquitectónico e urbanistico degradado (com mais de 90.000 habitações devolutas). Apesar do seu cenário urbano desqualificado, principalmente no centro histórico (fotos do Patio de D. Fradique no Bairro do Castelo!), Lisboa ainda está internacionalmente bem classificada em matéria de produtos turísticos. Mas a nossa oferta hoteleira é pobre e simples quando comparada com outras cidades e capitais europeias. Faltam hotéis de qualidade de pequena dimensão nos bairros históricos.

Repleta de palácios em ruínas, museus pequenos e mal financiados, minada de milhares de prédios de habitação abandonados e massacrada de espaços públicos esquecidos e vandalizados, Lisboa pode fácilmente perder a sua relevância turística no contexto europeu e mundial...

5 comentários:

Anónimo disse...

Na conceituada revista Condé Nast Traveller, na edição de 2007 dos melhores destinos turisticos, a rúbrica 25 melhores cidades europeias não possuia nenhuma cidade portuguesa. Referências a Portugal, apenas 3, nomeadamente os hotéis Pestana Palace e Ritz Four Seasons em Lisboa, e o Resort Penha Longa perto de Sintra.

Filipe Melo Sousa disse...

Belas fotos. São o retrato da nossa gestão camarária.

A Câmara de Lisboa não precisa de mais recursos. Pelo contrário, está demasiado gorda. Já estou como o Menezes. Se pudesse, desmantelava essa instituição mafiosa em seis meses.

Anónimo disse...

è uma realidade que Alfama e a zona do castelo estão uma vergonha.Estas zonas são das mais frequentadas por turistas e deveriam ser um exemplo de bom estado de conservação quando se fala de turismo. Mas infelizmente só há dinheiro para projecos PIN que destroem a natureza e para grandes campanhas publicitárias que tapam edificios no centro de Lisboa e que nimguem percebe para que servem pois os turistas já cá estão.

Anónimo disse...

se pudesses...mas acho que não podes nada

Anónimo disse...

Acho que vou vomitar...