18/01/2008

Nova ponte: protesto e duas dúvidas ingénuas

Faço minhas as palavras do Paulo Ferrero n'O Carmo e a Trindade a propósito da notícia no post imediatamente anterior, a dos 69 mil automóveis diários a entrar em Lisboa.

Fico também indignado com a atitude de António Costa, que dá o dado por adquirido sem a mínima oposição (adenda: ler comentários) e que exige mais vias para Lisboa. Argumenta ele que não deve ser egoísta face aos anseios da população do Barreiro. Então e se amanhã Cacilhas, Trafaria, Monte da Caparica, Seixal e Montijo também quiserem uma ponte, seria ser egoísta dizer que não concordamos com 5 novas pontes? Não estou a querer ser maniqueísta, mas a querer esclarecer uma dúvida legítima. Quanto a novas vias para "mitigar" os efeitos nefastos da nova ponte, julgo que os efeitos desastrosos da construção de inúmeras novas vias nos últimos 15, 20 anos na cidade é prova suficiente que deveremos ter muito cuidado com isto.

Para o fim duas questões ingénuas, que aparentemente só eu as tenho:
- Estando a Ponte Vasco da Gama bem longe da sua capacidade máxima e estando prevista a nova travessia ferroviária (que obviamente anuviará as necessidades rodoviárias), será mesmo necessária uma nova travessia rodoviária?
- Se o Aeroporto e as novas deslocações serão para leste de Alcochete, para que servirá construir uma ponte a oeste de uma outra ponte, também ela a oeste de Alcochete? (Não estou a querer defender uma ponte a montante da Vasco da Gama!)

4 comentários:

aeloy disse...

Venho esclarecer que não é verdade que não haja oposição à posição que é defendida por António Costa, dando por adquirido a lógica descrita para a terceira ponte. Várias foram as vozes que na reunião do Executivo mostraram desagrado por se pôr o carro...à frente dos bois e pediram, ou melhor defenderam mais calma e mais estudos antes de qualquer decisão política. Foi posto em causa que não se analizassem com maior cuidado as diversas hipoteses e tal como na solução encontrada para o aeroporto que se considerassem as várias hipoteses em termos de maior detalhe.
António Eloy

Miguel Carvalho disse...

Obrigado pela informação.
A minha opinião vem do que ouvi na televisão (o que muitas vezes é apenas uma parte da história) foi um António Costa que apesar de lamentar, não chegava a questionar a decisão da nova ponte. E foi isso que me chocou.
Vou fazer referência ao seu comentário no post.

Anónimo disse...

A vêr o PDM da Moita e o em discussão do Barreiro e os seus intervenientes (em especial os nomes Catum e Bruno Soares) e os seus atropelos ambientais e de planeamento sustentável.

Porque há negócios que devem marchar a ponte deve ser de automóveis.

Caso contrário, o que seria lógico era que a nova ponte fosse ferroviária (potenciando a linha do Sado) com a possibilidade de futura expansão rodoviária.

A Ponte 25 de Abril foi projectada de raíz para poder vir a ser expandida com a ferrovia por isso não é nenhum bicho de sete cabeças projectar esta inversamente.

Até mais.

Anónimo disse...

Escolhido o local do aeroporto faltam agora as travessias, mas parece-me que, uma vez mais, está a escolher-se uma má solução:

Eu continuo a insistir numa travessia apenas ferroviária para o TGV e outros comboios, entre Montijo e Chelas. A rodoviária seria feita entre a Trafaria e Algés, fechando a CRIL que termina subitamente numa rotunda em Algés.

Com a deslocação de parte do trânsito da ponte 25 de Abril para a Trafaria-Algés, a ponte 25 de Abril ficaria disponível para receber o trânsito que usa actualmente o Montijo dada a saturação da 25 de Abril.

O trânsito do novo aeroporto far-se-ia assim, sobretudo pela ponte já existente no Montijo.

Parte do seu actual trânsito transitaria, como disse, para a 25 de Abril ou deixaria existir porque os actuais utentes passariam a utilizar o comboio.

A travessia Trafaria-Algés, por ponte ou por túnel, terá um dia que ser feita porque a CRIL termina de forma abrupta em Algés, o que é absurdo: pode ser agora, daqui a 10, 20 ou 30 anos mas será inevitável e agora sempre se aproveitavam algumas ajudas comunitárias.