In Diário Económico (14/6/2011)
«O Praça de Entrecampos, em Lisboa, é um dos empreendimentos EPUL Jovem que já se encontra concluído.
O Praça de Entrecampos, em Lisboa, é um dos empreendimentos EPUL Jovem que já se encontra concluído.
A Empresa Pública de Urbanização de Lisboa mudou a sua imagem e redefiniu objectivos. Aposta é a reabilitação urbana.
A Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) fechou o ano de 2010 recuperada de uma situação de falência técnica e com uma nova estratégia, dirigida à reabilitação e à criação de condições para ter mais residentes em Lisboa. Fernando Santo, administrador da EPUL, o que existe agora é "um esforço na reactivação daquilo que é o negócio da empresa", disse na apresentação das contas de 2010, em Abril, lembrando que a EPUL foi criada com o objectivo de ser um braço direito da Câmara na requalificação da cidade.
Para levar a cabo estes novos objectivos, a EPUL começou por arrumar a casa, terminando projectos em curso - principalmente os apartamentos já atribuídos do programa EPUL Jovem - e reequacionando ou até abandonando outros. Terminada esta fase, no final do ano passado, a empresa municipal colocou mãos à obra e avançou com uma série de projectos então parados, que estarão em diferentes fases de desenvolvimento nos próximos dois anos a quatro anos.
No total, são mais de 23 projectos que estão agora em curso ou em projecto e que se incluem nos vários programas e planos que a empresa gere hoje. Entre eles estão os planos para urbanização e loteamento de terreno para venda, o programa EPUL Jovem (que consiste na venda de casas a jovens através de concurso e a preços mais baixos) e os planos Lisboa a Cores e Repovoar Lisboa, que apostam na reabilitação urbana e num conceito de venda directa de fracções no mercado. Isto porque a EPUL actua também como promotora imobiliária e vende casas directamente ao público - sem recurso a concursos como no caso do EPUL Jovem - e a preços de mercado.
Pelas estimativas do Diário Económico, nos próximos dois a três anos a EPUL terá 183 casas para venda directa e ainda 300 fracções para o programa EPUL Jovem. A isto juntam-se ainda 24 apartamentos do empreendimento Terraço da Cidade, em Telheiras, quase todos vendidos no âmbito de mais um concurso. Obras que representam um investimento de 84 milhões de euros até 2013 e que deverão representar vendas de 67 milhões de euros este ano.
Programa Lisboa a Cores reequacionado
Os objectivos da EPUL foram redefinidos e as directrizes passam agora por desenvolver apenas obras "sustentáveis, rentáveis e realizáveis", disse o presidente da empresa, Luís Sequeira, durante a apresentação das contas de 2010, em Abril. E acrescentou: "Não podemos envolver-nos em projectos que durem eternidades". Até a aposta no arrendamento (no final de 2010 tinham 156 fracções arrendadas) está a ser pensada com cautela e, segundo Fernando Santo, será uma medida gerida "numa análise de rendimento".
Foi seguindo estas novas directrizes que a EPUL levou a cabo uma reformulação de todos os projectos em curso, revendo contratos de forma a investir menos dinheiro na construção, mas sem descurar a qualidade. Um deles foi o Lisboa a Cores, um projecto que, segundo Fernando Santo, se prosseguisse como estava definido levaria a EPUL a perder 25 milhões de euros. Assim, dos 76 edifícios que faziam parte do programa, dez foram cancelados, dez estão a ser revistos e apenas outros dez estão a avançar, sendo que, neste momento, só dois estão já em fase de construção.
Aposta na venda de terrenos
Além da construção de edifícios, a EPUL tem em curso uma série de planos de urbanização e de loteamento de terrenos, alguns para venda e outros para o desenvolvimento de projectos da própria empresa. Para venda estão a ser preparados os projectos Vale de Santo António e Alto do Restelo. O primeiro é um terreno de 48 hectares, junto a Santa Apolónia, e o segundo tem 2,6 hectares e os lotes serão colocados à venda já em 2012. No que respeita a projectos a desenvolver pela EPUL, estão o Bairro Padre Cruz, um terreno com 11 hectares em Carnide onde será lançada, já este ano, a construção de dois lotes com um total de 111 casas, e Bairro da Boavista, perto de Benfica, um bairro social que será reabilitado e transformando num eco-bairro.
EPUL
A EPUL foi criada em 1971 para apoiar a autarquia na requalificação da cidade. Em 2007 entrou em falência técnica devido a uma má gestão contabilística, que assumia as vendas ainda não realizadas. Hoje as contas estão sanadas e empresa teve lucros de cinco milhões de euros em 2010. Além da promoção de casas, a EPUL tem ainda lojas, escritórios e estacionamentos para venda e arrendamento. No total, desde a sua constituição, já promoveu 9.630 fogos, dos quais 2.516 eram de habitação social, 2.465 eram do EPUL Jovem e 4.649 foram vendidos no mercado. »
14/06/2011
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