In Sol Online (22/6/2011)
«O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) está a «desenvolver todos os esforços» para que o Estado adquira um valioso retábulo português do século XVI que vai ser leiloado a 30 de Junho, em Lisboa.
«O tempo urge e seria de todo o interesse para o país adquirir esta obra para o seu património nacional», disse à agência Lusa o director do MNAA, António Filipe Pimentel, que se encontra actualmente em Valladolid a acompanhar a abertura de uma exposição portuguesa de pintura daquela época.
Trata-se de um retábulo atribuído a Diogo de Contreiras (1500-1565), proveniente da capela do Porto da Luz, Alenquer, e que será levado à praça com uma base de licitação de 125 mil euros num leilão a realizar pela Veritas Art Auctioneers, naquela que será a primeira acção desta leiloeira em Portugal.
De acordo com o director do MNAA, a obra é especialmente importante por ter sido a última criada por Diogo de Contreiras, artista de quem a entidade já possui outras três obras que estiveram presentes na grande exposição 'Primitivos Portugueses'.
Uma versão menor desta exposição, com 48 obras, foi inaugurada na terça-feira no Museu Nacional Colegio de San Gregorio, em Valladolid.
António Filipe Pimentel recordou que assim que teve conhecimento da venda falou no caso à então ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, que disse não ter, na altura, condições políticas para resolver a situação, visto estar o Governo em gestão.
A proposta de aquisição foi já enviada à nova secretaria de Estado da Cultura, liderada por Francisco José Viegas e iniciado o processo de classificação da peça como bem móvel de interesse nacional através do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC).
Questionado sobre se haveria interesse de mecenas adquirirem a obra para a cederem ao museu, o director do MNAA revelou já ter feito «contactos desesperados com a rede habitual de mecenato, mas neste momento de crise económica e de transição política, está tudo muito fechado».
«Para o museu conseguir um apoio mecenático de cinco mil euros já é difícil. Um valor da ordem dos 125 mil ou 150 mil euros então é muito mais complicado», avaliou.
Com o processo de classificação iniciado, o Estado terá o direito prioritário de comprar a obra, mas pelo preço a que for arrematada no leilão.
«Mas é preciso que tenha o dinheiro para a compra, de contrário pode ser adquirida por outros», observou, recordando que as limitações do processo de classificação são essencialmente impedir que a obra seja exportada e vendida no estrangeiro.
António Filipe Pimentel referiu que este caso sucede «numa altura difícil de intervalo técnico tutelar, mas o tempo escasseia e é preciso tomar uma decisão» até 30 de Junho.
Indicou ainda à Lusa que no início da próxima semana vai tentar marcar um encontro com o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, para falar sobre as hipóteses de aquisição.
No leilão serão apresentadas outras obras de autores portugueses como A Olinda do Lagar, um óleo sobre tela de José Malhoa, uma natureza morta atribuída a Baltazar Gomes Figueira (1604-1674), e obras de Vieira da Silva e Júlio Pomar.
Lusa/SOL»
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1 comentário:
se a obra é proveniente da capela do Porto da Luz, Alenquer, como é que foi inicialmente vendida? a capela é privada? é pena que o artigo não diga nada sobre o assunto...
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