19/06/2011

Inundações em Lisboa serão alvo de estudo

O Laboratório Nacional de Engenharia Civil vai realizar um estudo geológico para avaliar o impacto da construção da CRIL nas frequentes inundações ocorridas na freguesia de Benfica, em Lisboa.


A revelação foi feita sábado pela presidente da Junta de Freguesia local durante a primeira Assembleia Popular organizada por moradores e comerciantes das zonas afectadas pelos temporais, que sofreram avultados prejuízos nas inundações de 29 de Abril e 28 de Maio último.

O estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) irá incidir sobretudo nas zonas de Benfica contíguas à Circular Regional Interior de Lisboa e foi solicitado pela Câmara lisboeta no final de Abril. "Até agora ainda não tenho notícia de mais nada", afirmou Inês de Drummond (PS).

Na Assembleia Popular, que decorreu na antiga Escola Primária António Maria dos Santos (do Clube Futebol Benfica), estiveram perto de 90 moradores e comerciantes. Para a maior parte, a construção da CRIL é a principal causa das últimas inundações.

Contudo, há quem tenha outras explicações. As falhas no ordenamento do território e a construção desordenada dos últimos anos, a impermeabilização dos solos ou a falta de ligação ou limpeza de colectores são outras causas avançadas por moradores e comerciantes.

"São tudo suposições. Sem termos em concreto um parecer ou um levantamento do que se está a passar, podemos supor, não concluir", disse Rute Lemos, moradora e uma das responsáveis pela iniciativa.

Durante a Assembleia Popular foi votada favoravelmente a criação de um grupo de trabalho e aprovada por unanimidade a presença de um elemento da Junta de Freguesia nesse grupo. O objectivo é, em conjunto, arranjarem formas de ajudar a resolver o problema.

Foram ainda recolhidos os contactos das pessoas lesadas, os testemunhos das situações vividas e pedido a quem tem fotos e vídeos das inundações que os entreguem para se organizar uma pasta com provas dos acontecimentos.

Neste momento está a decorrer uma petição online, estão a ser recolhidas assinaturas em vários cadernos distribuídos por estabelecimentos comerciais da freguesia e pedidas assinaturas porta a porta.

"Esperamos conseguir um número considerável de assinaturas, para no final deste mês irmos entregá-la às entidades competentes", revelou Rute Lemos.

Comerciantes e moradores demonstraram ainda grande preocupação relativamente ao próximo Inverno, temendo a repetição do cenário vivido há poucos meses.

In JN

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