19/04/2012
Marinha fica com estacionamento do Corpo Santo se não houver silo
O parque de estacionamento do Corpo Santo passará a ser usado em exclusivo pela Marinha, caso não seja encontrada outra alternativa ao silo automóvel chumbado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), admitiu ontem o director municipal de Planeamento da Câmara de Lisboa. Jorge Catarino Tavares falava à margem da conferência Ribeira das Naus: reencontrar o Tejo, promovida para assinalar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.
Protocolo prevê que Marinha fique com estacionamento no Corpo Santo
Por Luís Filipe Sebastião in Público
Segunda fase das obras de requalificação da Ribeira das Naus, perto do Cais do Sodré, deverão ficar prontas em meados de 2013
O dirigente municipal abriu a conferência na Casa da Balança, nas instalações centrais da Marinha, salientando não haver melhor espaço para ir ao encontro do tema deste ano - Do Património Mundial ao Património Local-Proteger e gerir a mudança - para o dia do património. Após o encontro, questionado sobre o silo com quatro pisos de altura chumbado pelo Igespar, devido aos impactos negativos na envolvente em termos arquitectónicos e arqueológicos, Jorge Catarino Tavares admitiu que "ainda não há uma decisão final", mas na falta de alternativa "fica só o existente" à superfície no Corpo Santo. Essa solução, aliás, está prevista no protocolo firmado entre a Marinha e a autarquia para a viabilização do projecto de requalificação da Ribeira das Naus.
O responsável adiantou que as obras da primeira fase na Ribeira das Naus, para ganhar espaço na margem ao rio e construção da nova avenida entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço, estão a decorrer dentro do prazo e que a segunda fase dos trabalhos deve ficar concluída em "meados de 2013". Nessa altura, como explicou o arquitecto Carlos Ribas, estará pronta "a ligação entre duas praças, uma mais simbólica e outra mais informal". O projectista referia-se à Praça do Comércio e ao novo espaço público a criar na área actualmente ocupada com estacionamento pela Marinha, onde será reaberta uma nova doca, arrelvadas duas antigas rampas de construção naval e posta a descoberto a doca seca.
Toda esta nova zona, delimitada por um novo viaduto, com apenas uma via de rodagem para cada lado, sob o qual entrarão as águas do Tejo, para a doca da caldeirinha, será de fruição pedonal, principalmente aos fins-de-semana. A segurança para as instalações da Marinha serão asseguradas através de uma vedação rotativa. "Para a Marinha todas as soluções são boas desde que esteja assegurada a segurança e a funcionalidade", comentou, a propósito, o contra-almirante Valente dos Santos, acerca da abertura ao público de um espaço onde continuarão a funcionar serviços de comando da Armada.
Quanto aos vestígios arqueológicos detectados através de sondagens para a requalificação da Ribeira das Naus "estão em bom estado de conservação", notou Inês Silva, da Era. Nos trabalhos de diagnóstico realizados em 2010, os arqueólogos delimitaram a área da doca seca, escavando o ponto de confinamento das águas do rio; aprofundaram o conhecimento sobre a doca da caldeirinha, e o limite da via que marginava o Tejo, bem como as rampas de construção e reparação naval.
O Plano de Pormenor de Salvaguarda da Baixa Pombalina, aprovado em 2010, também foi apresentado como uma das peças para valorizar a ligação da cidade ao rio, através do relançamento da candidatura desta parte histórica de Lisboa à classificação como património mundial. Além da requalificação do edificado, para atrair mais moradores e revitalizar o comércio, a Associação de Turismo de Lisboa deverá concluir em Setembro a reabilitação da ala nascente do Terreiro do Paço, com o novo Lisboa Story Center.
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