25/08/2012

Quero aplaudir.

A substituição, há dois anos, do piso do Jardim do Príncipe Real que era de alcatrão por um piso altamente tecnológico com propriedades impares, emulando os pisos de terra batida ou saibro, em cor e em permeabilidade às águas pluviais,  mas sem os inconvenientes destes como o propiciarem pó nos dias secos e estivais, deu asneira.
Durante esses dois longos anos os frequentadores do Jardim, as plantas e os animais foram massacrados com nuvens de pó e sempre que chuvas mais fortes se abatiam sobre o jardim formavam-se rios de 'terra' do piso que desciam pelas ruas limítrofes abaixo:


Pois bem, ao fim de dois anos de abaixo assinados e protestos a CML deu o braço a torcer e resolveu acabar com o flagelo do pó:

'Estamos a trabalhar para eliminar as poeiras' diz o anúncio, mas poderia dizer antes 'Estamos a trabalhar para eliminar as poeiras que nós próprios criamos'.

E como foram* as poeiras eliminadas? Retirando toneladas de 'terra' das camadas superiores desagregadas do piso até encontrarem 'rocha' firme e regando essa camada firme com um líquido cola.

Muito bem, o pó desapareceu como por milagre, mas por quanto tempo? E o piso que se queria permeável tornou-se agora IMPERMEÁVEL:


Mas não foi essa uma das razões - torna-lo permeável - para a substituição do anterior piso? Foi, mas parece que já não é.

Entretanto ao retirar-se a camada superior deste tecnológico piso, ficaram à vista e à sensibilidade de quem nele caminha as suas muitas irregularidades e depressões:


Tantas que deixam a desejar a lisura do anterior piso de alcatrão. Não há dúvida: belo trabalho. Quero aplaudir.

* Cerca de um mês após a operação 'cola'  já se começa a notar, com o natural uso, nova desagregação da camada superior do piso, pelo que no próximo verão teremos novamente o flagelo do pó, a não ser que a operação 'eliminação' seja repetida, mas a que custos?


2 comentários:

Anónimo disse...

Ah, grande Zé, bem fez o Arq. Ribeiro Telles em te apoiar.

Jorge Pinto disse...

Aqui as culpas não são só do grande Zé, embora ele seja, em última instância o grande responsável. Mas não nos devemos esquecer que a autoria dos projectos não é dele.