15/12/2007

o pianista polaco-francês PIOTR ANDERSZEWSKI fala de Lisboa


Parte de uma entrevista dada ao diário espanhol "EL PAIS",por um dos mais destacados pianistas da actualidade, PIOTR ANDERSZEWSKI:

"Para Anderszewski, el paraíso de las nuevas tecnologías encierra más esclavitudes de las que parece a simple vista. "Padecemos una bulimia de información, todo está al alcance demasiado rápido y no hay tiempo para digerir las ideas. Amo el silencio, lo necesito para recargar el espíritu. El silencio es muy importante para un músico y como mi profesión me obliga a viajar continuamente, además de explorar las calles, los bares y los museos de los lugares que visito me fijo especialmente en la calidad del silencio que tiene cada ciudad. No hay dos iguales. Por eso adoro Lisboa, su calidad de silencio no tiene parangón. Y en esa calma, en su proverbial lentitud -nada que ver con el ritmo alocado de París, donde tengo mi residencia, aunque cada vez paso menos tiempo-, encuentro mucha felicidad. Es la antítesis del estilo de vida americano. En Estados Unidos cultivan la idea de que todo es posible, que alguien que es muy viejo puede rejuvenecer, que una persona tremendamente obesa puede adelgazar hasta parecer un modelo o que el más pobre del barrio puede hacerse rico. Pero todo esto sólo es una ilusión. Por eso encuentro más sabia la actitud resignada que encuentras en la vieja, primitiva y a veces bárbara Lisboa, donde encuentras gente que asume la fatalidad con la mayor naturalidad, aceptan que hay cosas que no se pueden cambiar. Es un estado de ánimo, como la tristeza, que el fado explica con absoluta grandeza".

8 comentários:

Anónimo disse...

"(...)Por eso encuentro más sabia la actitud resignada que encuentras en la vieja, primitiva y a veces bárbara Lisboa, donde encuentras gente que asume la fatalidad con la mayor naturalidad, aceptan que hay cosas que no se pueden cambiar."

.....e não será aqui, que está a virtude.....e o problema ???

JA

Ricardo Sobral disse...

Tanto cliché concentrado no mesmo parágrafo...

Anónimo disse...

O que me fez transcrever aqui parte da entrevista foi. sobretudo, o silêncio que ainda se pode encontrar em Lisboa. E que infelizmente vamos perdendo a pouco e pouco. Eu, que adoro música, adoro o silêncio também. E fico doido quando chego ao Metro e tenho que escutar "música a metro", ou quando faço uma chamada e despejam música. E até já tivemos um presidentesinho de Câmara que encheu a Baixa de altifalantes com música por todos os cantos. O Silêncio é precioso e sinto que o vamos perdendo. Apetece-me transcrever aqui um poema de Octávio Paz, que se chama, precisamente, MÚSICA:

Música: oiço dentro o que vejo fora
Vejo dentro o que oiço fora,
Sou uma arquitectura de sons instantâneos
Sobre um espaço que se desintegra.
A música inventa o silêncio,
A arquitectura inventa o espaço
Fábricas de ar.
O silêncio é o espaço da música:
Um espaço sem dimensão:
Não há silêncio salvo na mente.
O silêncio é uma ideia,
A ideia fixa da música.
A música não é uma ideia:
É movimento, sons caminhando sobre o silêncio
Silêncio é música
Música não é silêncio.

Fernando Correia de Oliveira disse...

silêncio em lisboa? o rapaz não conhece lisboa mas fica-se a saber que pertence a um grupo bem identificado de intelectuais com nostalgia da reserva índia - porque é que ele não se muda, por exemplo, para tirana? ali deve haver mais silêncio, mais resignação, mais miséria... esta "esquerda caviar" deixa-me com as garras à flor da pele.
e, na verdade, tanto lugar comum concentrado num só parágrafo, é difícil.

Anónimo disse...

O "silêncio" nas cidades já é uma uma raridade. Não somente por um tráfego intenso e contínuo, mas muito devido a sistemas de ventilação central, que funcionam 24 horas por dia. Portugal ainda não está muito afectado por este fenómeno, mas posso deixar um exemplo de um quarteirão onde vivi em Göteborg, cujos prédios tinham nos seus telhados, há volta de 50 ventoinhas...que nunca se calavam. Quando já nem conseguimos o silêncio dentro das nossas casas......resta fazer as malas.

JA

Anónimo disse...

Felizmente que ainda temos zonas de silêncio em Lisboa. Infelizmente cada vez menos.
Não sei como se pode catalogar tão facilmente alguém como "esquerda caviar", o que é o maior lugar comum.

Eu conheço Tirana - já lá estive -, vi há tempou uma reportagem sobre a cidade e quase garanto que em Lisboa há mais sossego, apesar de tudo.

daniel costa-lourenço disse...

pois...

é só clichés...

ele foi á procura da beleza da podridão...

também a há...não se critique...o que é o fado? não é o elogio do sofrimento? pronto...não batam no senhor...

Anónimo disse...

Obviamente que alguns comentários a este post revela que há pessoas que não entenderam nem por sombras o que o pianista quis dizer. Mas isso é um problema deles... Se Lisboa é - como aviltantemente lhe chamam - "podre" é apenas por estar cheia dessa gente que quer fazer Lisboa uma cidade de pacotilha, igual às porcarias todas do resto da Europa, sem identidade, uma mistura de Paris, Londres, Berlim... Pobres? Pobres vejo eu nas ruas da Europa toda... mas nunca chego a ver tantos complexados como vejo em Lisboa. Cliché começa a ser todo esse dilúvio de impropérios que as pessoas proferem sobre as cidades e sobre o país. Não vivem esses cavalheiros nessas cidades e nesse país? Sendo tão viajados como parece que são, não entendo as velhacarias que fazem contra o sítio onde vivem, a rua onde moram... Copiam esse comportamento de algum povo civilizado? Ou é apenas a maledicência que faz tudo?