01/12/2007

Seis abstenções do PSD chegavam para viabilizar proposta

O PSD é actualmente o único partido que mostra estar contra a proposta de empréstimo da Câmara Municipal de Lisboa, que será votado na Assembleia Municipal na terça-feira.
Mesmo o CDS/PP, que perdeu a representação no executivo municipal, deverá viabilizar a proposta. Mas bastavam seis abstenções dos deputados sociais-democratas para a aprovação.
Rui Roque, líder da bancada popular, disse ao DN: "Pela nossa parte, o empréstimo não será inviabilizado, apesar de não concordarmos completamente com ela." Ainda assim, admite que esta inclui "os mecanismos que eram necessários para garantir que o empréstimo será usado apenas para o efeito em causa", porque "a consolidação das dívidas a curto prazo é inevitável".
Rui Roque espera ainda pela reunião com os seus deputados municipais, pela reunião com o vereador das Finanças, Cardoso da Silva, que deverá realizar-se na segunda-feira e na qual o vereador explicará a proposta do empréstimo, mas também pelo encontro entre os líderes das bancadas de cada força política para definir o sentido de voto do CDS/PP.
Já Filipe Pontes, presidente da Junta de Freguesia da Sé e deputado municipal do PSD por inerência, adianta que "nesta altura não há decisões tomadas" sobre o sentido de voto da bancada social-democrata, que tem maioria absoluta. "Será o presidente da distrital a definir essa orientação", acrescenta. O presidente de junta critica António Costa e diz que "tudo teria sido evitado com diálogo" sobre o empréstimo. Filipe Pontes entende que "a situação é difícil, mas este valor é excessivo e pode destinar-se a uma campanha eleitoral de António Costa para 2009".
Modesto Navarro, do PCP, admite que "alguns presidentes de junta do PSD estarão a pesar a situação. Parece-me que terão maior sensatez, até porque estão mais perto da realidade da cidade todos os dias". O ex-presidente da AML diz que, "tendo a garantia de que a utilização da segunda tranche do empréstimo será sempre acompanhada, é pouco sensato não aprovar o empréstimo".
Se a proposta for mesmo votada, esperam-se dois cenários: ou é chumbada pelo PSD, ou, para ser viabilizada, será necessária a abstenção de, pelo menos, seis deputados laranja, já que a bancada do PSD tem 56 deputados, contra os 51 dos restantes partidos: 28 do PS, 13 do PCP, cinco do BE, três do CDS/PP e dois de Os Verdes, num total de 107 deputados.

in Diário de Notícias por Filipe Morais

1 comentário:

Anónimo disse...

Realmente o sr. Presidente da Câmara parece vir com toque de arrogância do Governo (aí sim tinha maioria absoluta).Além de que se imaginássemos um cenário possível de confluência entre o Sr. Ministro António Costa, com o Sr. Presidente António Costa encontraríamos graves conflitos.