In Público (5/6/2006)
"Associação de moradores local está contra o projecto por trazer "mais betão", mas diz não poder fazer nada, por já estarem previstas construções para aquela área
A antiga Praça Sony, no Parque das Nações, em Lisboa, vai acolher um novo centro de congressos multiusos, um investimento na ordem dos 40 milhões de euros cujas obras deverão arrancar já no próximo ano, estando a sua inauguração prevista para 2010. O espaço que já acolheu grandes espectáculos de música vai ainda dar lugar a um hotel.
A Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações "não é favorável" ao projecto, mas diz que "não pode fazer nada" porque nos planos de urbanização da Parque Expo já estavam previstas construções para aquela área: "Não nos agrada que tragam mais betão e que haja um aumento de construção. Está-se a emparedar o rio e a prejudicar a mobilidade das pessoas. Mas o que podemos fazer?", afirma o presidente da associação, José Moreno, acrescentando que os moradores e comerciantes já manifestaram o seu "desagrado às entidades com responsabilidade", como a Parque Expo e câmaras de Lisboa e Loures.
A directora da AIP (Associação Industrial Portuguesa) Congressos, Maria João Rocha de Matos, explicou que novo equipamento, um projecto da AIP e da Associação Parque Junqueira, terá capacidade para dez mil a 15 mil participantes, complementando assim a oferta existente em Lisboa.
Segundo a responsável, o actual centro de congressos da cidade tem espaço para acolher até 5500 pessoas, mas havia a necessidade de um equipamento maior que pudesse receber "os maiores congressos internacionais". Objectivos - que Lisboa suba no ranking das cidades que recebe o maior número de eventos e promover o turismo de negócios na cidade.
Maria João Rocha de Matos explica ainda que se pretende criar uma "sinergia" entre o novo centro de congressos, a FIL e o Pavilhão Atlântico (situados todos uns ao lado dos outros). "Quando houver congressos maiores, o objectivo é que estes espaços funcionem como um único equipamento, com capacidade até 20 mil pessoas", esclarece.
A directora da AIP Congressos diz que, segundo a base de dados da International Congress & Convention Association, existem 120 "grandes congressos com vontade em vir para Lisboa". O novo centro de congressos multiusos terá um auditório para três mil a 3500 pessoas, e outras áreas de menor dimensão, "com flexibilidade para crescerem e diminuírem" consoante o número de participantes do evento, restaurante e cafetaria. Prevê-se ainda a construção de um estacionamento subterrâneo com capacidade para 800 a mil viaturas.
A escolha pelo terreno da Praça Sony tem a ver com o direito de opção para o local, contratualizado há cerca de dez anos com a Parque Expo. Já no início deste ano "foi feito o contrato definitivo para ficar com os terrenos da Praça Sony", com uma área de 23 mil metros quadrados. Quanto ao hotel, a responsável disse ainda não saber qual será sua capacidade, número de pisos e investimento. Para esta infra-estrutura, como para o novo centro de congressos, ainda não há projecto.
A Câmara de Lisboa recusou a doação do equipamento pela Parque Expo, empresa responsável pela gestão daquele espaço, porque a transferência das infra-estruturas envolvia custos na ordem dos 200 mil euros."
Agora já só faltam o Oceanário, o Pavilhão Multiusos, o Teatro Camões e a Pála. Mas com o tempo lá irão ....
PF
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