24/12/2010

Movimento não desiste de parar 'mono' do Rato


In Diário de Notícias (24/12/2010)


«O Movimento Fórum Cidadania LX já "estava à espera" de que o edifício previsto para o Largo do Rato fosse licenciado, mas promete "não desistir" de impedir a sua construção. Por isso, anunciou, no seu blogue, que está à procura de um advogado que elabore com o grupo de cidadãos "uma participação ao Ministério Público, por eventual violação do Plano Director Municipal (PDM)".

"Desde o dia que divulgaram a decisão de anular a não aprovação que estávamos à espera de que isto acontecesse", disse ontem, ao DN, Paulo Ferrero, membro do movimento de cidadãos, que, em 2008, já lançara uma petição para impedir a construção do imóvel situado no gaveto formado pela Rua do Salitre, a Rua de Alexandre Herculano e o Largo do Rato.

Apesar disso, o Fórum Cidadania LX não desiste de tentar travar o processo, estando, para isso, à procura de um advogado de renome. "Nós já fizemos duas participações à Procuradoria-Geral da República e não responderam. Se for uma participação de alguém de renome, talvez nos respondam", explicou Paulo Ferrero.

Na base da contestação está uma alegada violação do PDM e a defesa de que deveria haver um plano de pormenor para a zona do Rato ou de que esta deveria estar incluída no plano de urbanização da Avenida da Liberdade e zona envolvente. Além disso, argumenta o cidadão, o imóvel "viola o perímetro de protecção, quer do Palácio Palmela quer do Chafariz do Rato", quebrando ainda "o equilíbrio do largo do século XIX".

Mas, para Paulo Ferrero, o problema é mesmo ter-se aberto "um precedente" ao licenciar-se o projecto. Em causa está o acordo feito com o promotor, que se comprometeu a retirar a acção judicial que interpusera contra os vereadores que tinham chumbado o licenciamento, em 2008, caso a câmara desse, agora, luz verde.

O Movimento Fórum Cidadania LX promete não desistir.»

5 comentários:

Anónimo disse...

Já olharam para aquele canto do largo do Rato e viram a porcaria que lá está? Se tivesse aprovado um edifício pseudo-pombalino ou um pós moderno revestido a pedra, como o edifício da sr. arq.ª Margarida Saavedra, já estavam contentes?
Deixem-se de atitudes reacionárias acéfalas.

S.O.S. disse...

O comentador anónimo das 3:25 deve ser muito viajado nos meandros do financiamento partidário ou similar… mas não conhece minimamente o esforço de reabilitação urbana de muitas das cidades europeias, inclusivamente das que em boa parte foram quase destruidas na 2ª grande guerra.

Esta intervenção no espaço urbano é meramente especulativa, criando apenas mais-valias para o promotor imobiliário, para os projectistas e provavelmente para o “esquema” político-partidário que leva à sua aprovação.
Não cria qualquer mais-valia para o espaço urbano em que se insere, nem para a cidade.
É uma obra comum de qualquer cidade terceiro-mundista. Não é digna do Largo do Rato, que constitui uma das principais entradas do núcleo urbano da Baixa Pombalina, Bairro Alto, Principe Real…
Esta obra estoura com a escala do Largo do Rato, ao nível da arquitectura, das volumetrias, do enquadramento e, pior que isso, é uma valente facada na cidade de Lisboa, abrindo a ferida para novos esventramentos…

Especulem com este tipo de obras lá para os arrabaldes… e não venham atirar areia para os olhos dos Lisboetas, alegando vantagens urbanas naquilo que EXPLICITAMENTE é uma ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA, que apenas dá mais-valias aos intervenientes directos que capitalizam com a construção da obra…

Perguntas:
-QUEM MAIS GANHA COM A APROVAÇÃO DESTA ABERRAÇÃO no meio do nosso património histórico, para além do promotor??? … …
-Porque deixam transformar a cidade de Lisboa num arrabalde vulgar, preterindo as características do seu património histórico, que trazem toda a riqueza inerente ao turísmo, mais-valia que todas as cidades geridas por pessoas idóneas e conscientes tentam capitalizar?
-Somos mesmo obrigados a aturar, neste Portugal de hoje, quem apenas gere os próprios bolsos, e se está marimbando para a cidade e para a economia dos Portugueses?

Anónimo disse...

Reaccionário são os arquitectos e promotores que querem impor de uma forma totalitária um edifício brutal, onde a falta de beleza é notória e ainda mais a contrastar com beleza da envolvente.
Revela arrogância e provincianismo.

Anónimo disse...

Esperem...Um advoado de renome...que tal...José Sá Fernandes? Ah, bom...Já não pode ser? Porquê? Não defende o bem público?! E Helena Roseta? Não se choca contra violações do PDM? Ah bom...

Anónimo disse...

o que lá está é deplorável.
o que é proposto é deplorável.
será igualmemnte deplorável não tentar que aquilo seja construido, pois , na verdade, toda a história do licenciamento cheira muito mal