Caro(a) Amigo(a)
No seguimento de artigo de imprensa publicado pelo Público em 13 de Dez., intitulado “O que fazer aos antigos hospitais de Lisboa?”, e porque há muito que nos preocupamos sobre esse importante património da cidade e do país que são os ex-Hospitais Civis de Lisboa, somos a informar o seguinte sobre o Hospital Miguel Bombarda, em particular:
1. Ainda em 18 de Novembro de 2010, aquando de uma audiência havida com a Sra. Vereadora da Cultura e o Sr. Director Municipal de Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, e à qual tivemos a honra de comparecer com os eminentes investigadores Doutora Maria Filomena Mónica e Prof. Jaime Reis, apresentámos formalmente uma proposta à CML: instalar a totalidade do Arquivo Municipal de Lisboa no Hospital Miguel Bombarda.
Apelámos por isso à CML para que, com a necessária urgência, desenvolva todos os esforços junto do Governo e da empresa Estamo (Parpública) no sentido de se chegar a um entendimento quanto à cedência do Hospital Miguel Bombarda à cidade de Lisboa para instalação do seu Arquivo.
Fizemo-lo então e havíamo-lo feito em 2009. Porquê?
a) Cremos que a câmara da capital do país não pode continuar com os seus arquivos fracturados pela cidade, indevidamente instalados, quando não parcialmente encerrados.
b) O Arquivo Municipal de Lisboa deve estar localizado no centro da cidade para funcionar como motor da reabilitação urbana.
c) Lisboa deve abandonar a ideia de uma nova construção e em vez disso, e à luz do desenvolvimento sustentável e dos exemplos de Madrid [Archivo e Biblioteca Municipal – antiga fábrica de cerveja de 1912 (El Aguilla)], Barcelona [Arxiu Històric de la Ciutat – antigo palácio de origem medieval (Casa de l'Ardiaca)], Barcelona (Biblioteca da University Pompeu Fabre – antigo reservatório municipal de 1874), Valladolid (Archivo Municipal – antigo Mosteiro de Santo Agostinho do séc. XVI), Salamanca [Biblioteca Pública – antigo palácio do séc. XVI (Casa de las Conchas)], Pamplona, (Archivo Real y General de Navarra – antigo conjunto de paço e igreja medieval) e Amesterdão [Stadsarchief (Arquivo de Amesterdão) – antiga sede de banco ultramarino (1919-1926)], optar por "reciclar" um edifício já existente e devoluto, de preferência histórico.
d) O Hospital Miguel Bombarda responde positivamente a todas as alíneas anteriores e acrescenta ainda as seguintes: é central, tem património de elevador valor arquitectónico e histórico (Pavilhão de Segurança, Balneário, edifício principal, cozinha e telheiro), a sua área é largamente superior aos 15.000 m2 exigíveis pela CML para ter um Arquivo Municipal de Lisboa uno e compatível com as exigências da Modernidade, e dispõe de vastas áreas livres que poderão ser utilizadas pela população como espaços de lazer.
2. Em relação a projectos entrados na CML, parece-nos evidente que o que existe de facto não será um “Plano de Pormenor” mas tão somente um Estudo Prévio, da autoria do Arq. Belém Lima (Vila Real de Trás-os-Montes), e que não parece ter tido ainda um parecer definitivo dos Serviços da CML, muito menos terá sido objecto de aprovação formal pelo Executivo, que nos parece um passo essencial quando o que está em causa é o futuro de um equipamento da envergadura do Hospital Miguel Bombarda, implantado no centro de uma colina vital para a cidade, inclusive em termos de equilíbrio geológico.
Acresce que naquele estudo prévio se prevê, entre outras acções, a construção de vários blocos de habitação com vários pisos (no seguimento da demolição de três enfermarias actualmente de baixa volumetria, e um edifício devoluto que aguarda obras do Ministério da Saúde há mais de 15 anos) e a abertura de uma artéria entre a Rua Gomes Freire e, em túnel, a Rua Luciano Cordeiro; soluções em ambos os casos altamente discutíveis, porque mudariam radicalmente a morfologia da cidade naquela colina.
Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge e Júlio Amorim
Cc. AR, CML, AML, Estamo, IGESPAR, DRC-LVT
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3 comentários:
Espantoso (e criminoso) como a CML, com tanto edificio devoluto em Lisboa, opta sistematicamente por construir novo em vez de ocupar edificios existentes.Quando devia dar o exemplo...
Sai mais caro fazer obras aos edificios velhos que construir um novo. A questão é essa.
Óptima idéia, vamos ver se é exequível, já que os hospitais foram vendidos à ESTAMO
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