23/06/2011

Críticas da oposição adiaram proposta de sorteio de casas para jovens em Lisboa



Autarquia quer investir na requalificação de bairros municipais

Câmara aprovou investimento de 144 milhões de euros para requalificar os bairros municipais
( por Ines Boaventura in Publico )

A proposta da vereadora Helena Roseta que previa a venda, por sorteio, de imóveis da Câmara de Lisboa a jovens esbarrou nas críticas da oposição e acabou por ser adiada. Já o programa de requalificação dos bairros municipais foi aprovado, mas não escapou ao rótulo de irrealista.

Esse programa contempla a realização, até 2020, de um investimento de 144 milhões de euros no edificado dos bairros da câmara. “É uma mera intenção para marcar uma posição mediática”, afirmou Victor Gonçalves, do PSD, que considera que esse investimento não é exequível “na situação em que o país está”.

“De onde é que vem o dinheiro?”, perguntou por sua vez o vereador do CDS-PP António Carlos Monteiro, lembrando que a empresa responsável pela gestão dos bairros municipais (Gebalis) “está falida”. Mais brando nas críticas foi Carlos Moura, do PCP, que disse que este é “um programa interessante” mas “insuficiente”.

Quanto à venda de imóveis a jovens por sorteio, o comunista deu conta da sua oposição à proposta, por considerar que “abre caminho eventualmente a que seja alienado todo o património municipal”. Carlos Moura defende que se opte antes pelo arrendamento e se recorra à alienação apenas “de forma pontual”.

A vereadora da Habitação garantiu que “não é política da câmara vender tudo” e corroborou a ideia do PCP de que a maioria dos fogos municipais deve ser arrendada e não alienada. Helena Roseta vai reunir na próxima semana com a oposição, para acolher sugestões para melhorar a proposta e também para dar a conhecer quantas vão ser as fracções a levar a concurso numa primeira fase.
Já Victor Gonçalves diz que não faz sentido vender um fogo isolado num edifício em mau estado de conservação, porque quem o comprar não vai poder avançar com obras que resolvam os problemas comuns a todo o prédio.

Na reunião, a oposição criticou, como tinha feito anteontem na assembleia municipal, o Mega Pic-Nic que se realizou no último sábado na Avenida da Liberdade. “Podia ter sido feito com a mesma dignidade e capacidade de atracção num outro sítio da cidade”, disse Victor Gonçalves, apontando a zona ribeirinha como alternativa.

Já o PCP, pela voz de Carlos Moura, opôs-se àquilo que disse ser a “privatização do espaço público” e entregou um requerimento questionando quais os equipamentos, serviços, materiais e recursos humanos municipais envolvidos na iniciativa, bem como quais as taxas facturadas pela autarquia à organização.

António Carlos Monteiro considerou que até se tratava de “uma iniciativa meritória”, mas “correu mal”, por ter prejudicado o funcionamento do pequeno comércio e dos transportes públicos. O vereador do CDS-PP acusou o vereador Sá Fernandes de fazer “uma gestão casuística e discricionária das parcerias que estabelece para a ocupação do espaço público”.

2 comentários:

Anónimo disse...

E o Santana Lopes, por onde andaria?

Não é tal criatura que é suposta ser lider da oposição na kapital?

Xico205 disse...

A que propósito escolheram uma foto do Bairro Padre Cruz precisamente das casas que vão TODAS ser mandadas abaixo?!!!

Fala-se em reabilitar património...não podiam ter escolhido pior a foto!